FIA ajusta potência dos Audi no Dakar e se defende de queixas: "Aceito pelas equipes"

A organização do Dakar decidiu aumentar a potência dos Audi, o que irritou bastante Nasser Al-Attiyah. A FIA, então, tratou de lembrar em comunicado que a decisão não só foi aceita por todas as montadoras, como as mesmas forneceram dados para análise

Em meio à polêmica decisão da organização do Rali Dakar em aumentar a potência dos carros da classe T1.U — ou seja, apenas os Audi de Carlos Sainz, Stéphane Peterhansel e Mattias Ekström —, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) emitiu um comunicado oficial nesta quinta-feira (5) se defendendo das acusações, dizendo que as montadoras envolvidas na competição não só concordaram com a medida, como enviaram dados para a definição do cálculo.

Ontem, após o encerramento do estágio 4, a ASO, que é a organizadora do Dakar, emitiu um comunicado dizendo que, “após a análise dos dados dos carros das categorias T1.U e T1+ nas três primeiras etapas, o Comitê do W2RC decidiu, de acordo com o Artigo V1 13.3 do Regulamento Esportivo de Rali Cross-Country, aumentar o potência máxima do T1.U em oito quilowatts (cerca de 11 cv)”. A determinação, no entanto, foi duramente criticada por Nasser Al-Attiyah, que usou as redes sociais para agradecer os órgãos responsáveis por "matarem a corrida cedo".

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Nasser Al-Attiyah não gostou nada da potência extra concedida aos rivais da Audi (Foto: Dakar)

A FIA, então, respondeu: "O ajuste de Equivalência de Tecnologia é parte do regulamento esportivo de Rali Cross-Contry. Foi introduzido a pedido das montadoras e das equipes, que queriam um mecanismo de correção durante o Rali Dakar, devido à natureza incomumente longa do evento. A FIA concordou em implementar o mecanismo de equivalência de tecnologia num processo que durou vários meses e envolveu todos os competidores de T1.U e T1+."

"As equipes forneceram simulações ou dados de testes para permitir à FIA calibrar essas ferramentas de cálculo", continuou a entidade. "O processo final da Equivalência de Tecnologia foi aceito por todas as montadoras", frisou.

"Em relação à decisão de ontem do Comitê do W2RC, em ajustar a Equivalência de Tecnologia para o T1.U e T1+, os dados dos estágios 1, 2 e 3 mostram uma distância a favor dos T1+ na região de 9.3 kW (12 cv). Conforme o regulamento, portanto, foi decidido pelo Comitê do W2RC conceder uma melhora de potência de 8 kW para os T1.U do estágio 5 em diante", concluiu a federação.

A Audi é a única montadora que apresentou um modelo diferente para o Dakar, com motorizações alternativas. O RS Q e-tron E2 é o único SUV elétrico inscrito na prova. Até o momento, no entanto, o modelo da marca das quatro argolas venceu apenas um estágio, o primeiro, com Sainz. Al-Attiyah, por sua vez, completou duas especiais na frente — a última já com a mudança em vigor — e lidera a classificação geral.