Indy vive caos do bem com final em Laguna Seca e já cerca 2024 de grandes expectativas

Finais não são tão animadas na Indy desde que abriram mão de fechar campeonatos em ovais, mas com título já decidido, ousadia e caos protagonizaram a prova em Laguna Seca

Desde que as finais da Indy passaram a acontecer em mistos, nem sempre a ação ficou marcada na rodada final. De lá para cá, apenas uma virada aconteceu, com Scott Dixon batendo Juan Pablo Montoya em 2015. Em tempos de pontuação dobrada, eram corridas praticamente protocolares. Em 2023, com o título já decidido, Laguna Seca entregou um grande domingo que já faz os fãs iniciarem a contagem regressiva para março de 2024.

Mesmo sendo um dos circuitos preferidos dos fãs, Laguna Seca nem sempre entregava grandes corridas recentes. Primeiro, pelo fator de cautela e conservadorismo apresentado pelos principais pilotos que visavam o título. E no segundo lugar pelas características do traçado em si. Com um novo asfalto e escorregadio, o caos acabou tomando conta desde o início.

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E nada mais justo que, em cenário de caos, a vitória fique nas mãos de Scott Dixon. São três triunfos do neozelandês em 2023 e todos com condições adversas: no misto de Indianápolis, rodou na primeira volta e montou uma recuperação espetacular; em Gateway, engoliu uma punição por troca de motor e deu um nó tático nos adversários. Em Monterey, foi punido por um toque com Rinus VeeKay ainda na largada.

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Álex Palou, o campeão de 2023 (Foto: Indycar)

Porém, as corridas na Indy não acabam na primeira volta, e foi justamente isso que colocou Scott de volta na briga. Com uma pancada de bandeiras amarelas acontecendo em um asfalto escorregadio e com pilotos mais ousados do que o normal, o jogo estratégico começou a acontecer. A vitória que parecia ser tranquila de Álex Palou escapou, parou nas mãos de Pato O'Ward e até de Romain Grosjean, mas o prêmio vai para quem nunca desiste e sempre está disposto a aparecer em primeiro como se nada tivesse acontecido.

O hepta ainda não veio para Dixon, mas é tranquilo de cravar: foi o melhor vice-campeonato de algum piloto na Indy em muito tempo. Só não houve briga maior porque Palou foi absolutamente impecável e os grandes pontos altos do neozelandês vieram já na reta final de temporada. De qualquer forma, 4 vitórias para a Ganassi nas últimas 4 corridas e 9 no geral. Um ano dominante e um 1-2 merecido na tabela de classificação.

Palou, inclusive, merece o parágrafo de destaque por uma das melhores campanhas que a Indy já viu. Uma largada impecável, assumiu a liderança muito rápido e encaminhava um amasso parecido com o do ano passado. Teve o azar das bandeiras amarelas prejudicarem os planos, mas ainda remou muito no fim e salvou um terceiro lugar. 10 pódios em 17 corridas. Uma campanha inesquecível.

Agora, a Indy volta apenas em 2024. Ainda é uma pena que o calendário seja tão condensado por motivos de TV e NFL. De qualquer forma, a expectativa será alta e Laguna Seca deixou um gosto de quero mais. Álex Palou monta uma dinastia? Scott Dixon finalmente empata com A.J. Foyt? Josef Newgarden vai deixar de ser inconstante para finalmente ser tri? Muitas perguntas. Mas a resposta, apenas em março.