Indy aprova primeiros testes com sistema de recuperação de energia em Indianápolis

Nos dois dias de testes no templo do automobilismo, os pilotos e a equipe técnica da Indy avaliaram o sistema de recuperação de energia no formato manual e automático no traçado oval

Os novos carros equipados com motor híbrido, que serão utilizados a partir da temporada 2024 da Indy, foram aprovados pela equipe técnica e pelos seis pilotos após os primeiros testes realizados no oval de Indianápolis. Na última quinta e sexta-feira, os bólidos foram bem sucedidos nas atividades que avaliaram a capacidade do sistema de recuperação de energia (ERS), de implantação e regeneração do supercapacitor, das técnicas de desempenho no vácuo e de confiabilidade do componente.

As sessões no templo sagrado do automobilismo foram as primeiras realizadas com o novo motor híbrido em ovais de grandes dimensões. Somados, Álex Palou, Will Power, Colton Herta e Alexander Rossi, além de Marcus Ericsson, que fez a sua estreia pela Andretti, e David Malukas, que pilotou pela primeira vez como piloto da McLaren, completaram 1.325 voltas (aproximadamente 5.330 km) e alcançaram a velocidade média de 354 km/h.

[relacionadas]

Como não há a possibilidade de gerar energia por meio de frenagens em ovais, assim como acontece em traçados mistos e de rua, os pilotos utilizaram duas formas de recuperar energia e liberar a potência extra em alta velocidade.

:seta_para_frente: Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
:seta_para_frente: Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Quatro carros estiveram na pista ao mesmo tempo durante os testes em Indianápolis (Foto: IndyCar)

A primeira foi o uso de uma alavanca manual, que quando puxada, capturava a energia. A segunda solução de armazenamento foi totalmente automática por meio de uma programação de software. Como e quando essas ações ocorrem na pista foram determinadas pelos próprios pilotos durante os giros.

Engenheiro Sênior da Honda Performance Development e líder do projeto de componentes híbridos, Matt Niles afirmou que os motores apresentaram uma eficiência na capacidade de armazenamento de energia, principalmente quando quatro carros estiverem na pista ao mesmo tempo. "Estamos descobrindo como todos esses componentes diferentes sobrevivem neste ambiente", iniciou.

"A vibração é única. Também as temperaturas com as quais lidamos. Aprendemos muito sobre isso. Mas acho que, daqui para frente, será como usamos o sistema, as peças que temos e como isso será ajustado na pista, como os pilotos vão usar e também sobre como os engenheiros vão interagir com o sistema", prosseguiu Niles.

"É por isso que passamos por um circuito que emula os de rua como Sebring, corremos em ovais curtos, circuitos mistos e agora estamos aqui neste solo sagrado para ver como funciona", completou o engenheiro.

Will Power aprovou o novo motor híbrido com ERS (Foto: IndyCar)

Um dos pilotos mais experientes e vencedores do atual grid da Indy, Power também aprovou os novos componentes e revelou que a pilotagem do carro com novo motor híbrido em ovais vai abrir a possibilidade do acúmulo energia enquanto estiver dentro do vácuo do bólido da frente e, após a regeneração completa, será possível utilizar a potência extra para ganhar mais velocidade no momento da ultrapassagem.

"Talvez, vamos capturar e, quando percebemos que não vamos alcançá-lo, vamos a [regenerar] no vácuo deles para aguardar uma oportunidade melhor", disse o bicampeão da Indy. "Acho que vamos tentar manter o tanque sempre cheio. Em vez de atingir o limitador ou aliviar, vamos acionar a alavanca para [regenerar]. Será uma coisa em constante mudança", avaliou o piloto da Penske.

Power também acrescentou que a abordagem durante a classificação em ovais vai mudar por causa do ERS. "Na classificação, vamos estar muito ocupados na primeira volta. Tenho certeza de que vamos regenerar nessa volta, para então decidir quando implantar. Além disso, vamos precisar mexer no ajustador de peso, trocar o slot de combustível e as barras, sim, a classificação será bem movimentada", concluiu Power.

A decisão final sobre como o ERS será acionado, se de maneira manual ou automática, deverá ser definida em breve pela equipe técnica da Indy. Porém, o principal desafio da Honda e da Chevrolet neste momento é de enviar os novos componentes para todas as equipes a tempo de tê-los implementados na primeira corrida, o GP de São Petersburgo, que acontece no dia 10 de março do próximo ano.

"Todas as equipes devem ter contato com os componentes, esse é o nosso objetivo é fazer isso antes do final do ano", disse o engenheiro sênior da Honda. "Acho que colocar todas as peças no lugar até São Petersburgo será um desafio. Mas é isso que fazemos aqui, são desafios. Então, vamos continuar avançando e fazendo isso", finalizou Niles.

A Indy confirmou que uma nova sessão de testes, agora com 10 carros ao mesmo tempo na pista oval, com objetivo de avaliar a confiabilidade do motor híbrido, está programada para acontecer no início de dezembro.

Por que GROSJEAN está PROCESSANDO ANDRETTI na INDY? | GP às 10