Palou é brilhante, mas rusgas contratuais podem diminuir voos na carreira

Mais uma vez, Álex Palou está no meio de uma batalha contratual entre Ganassi e McLaren. Independente de quem saia com o piloto em 2024, ele não pode mais sair isento de suas indecisões

4 vitórias, outros 4 pódios, 100% de aproveitamento no top-10, possibilidade de vencer um segundo título na Indy apenas na quarta temporada pela categoria e com chance fortíssima de levantar a taça por antecipação. O 2023 de Álex Palou tinha tudo para ser impecável. Porém, mais uma vez, o que o espanhol faz fora das pistas vira assunto e motivo de briga. Mais uma vez, entre Ganassi e McLaren.

Um ano após todo o imbróglio da renovação automática com a Ganassi e o desejo de ir para a McLaren, que foi parar na justiça e terminou com um favorecer para a CGR, a situação se inverteu. Palou, mais uma vez, assinou dois contratos para o próximo ano. Desta vez, quem reclama é a McLaren, que viu o piloto recuar no acordo, mesmo que ele já tinha recebido dinheiro do time papaia.

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Por ser a segunda vez que essa situação acontece, o recado fica bastante claro: não importa quem tem razão na disputa contratual entre Ganassi e McLaren. As duas partes já não gostam uma da outra, e a justiça é quem vai analisar datas, condições e tudo mais para entender onde Álex vai correr em 2024. Mas uma coisa é fato: Palou não pode ser mais inocentado pelas decisões que toma.

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Álex Palou (Foto: IndyCar)

O desejo de ida para a McLaren, no ano passado, tinha duas razões óbvias. A primeira era a chance de estar mais próximo da Fórmula 1, mesmo que ainda como piloto de testes. A outra, era por razões financeiras. Ao mesmo tempo em que tinha este desejo, Álex não tinha necessariamente o controle de sua carreira, já que a Ganassi tinha a opção nas mãos de mantê-lo para 2023. E conseguiu.

Com o imbróglio resolvido, tudo indicava que a situação estava tranquila para Palou. Poderia correr com tranquilidade — diferente do que aconteceu em 2022 — e eventualmente pegaria a sonhada vaga na McLaren para 2024. O que mudou neste desejo? Duas respostas parecem óbvias: a química e o desempenho espetacular da Ganassi, e o sentimento de que talvez não teria espaço para aguardar a sonhada chance na Fórmula 1. Afinal, boa parte do futuro dos pilotos que estão envolvidos nos alvos de Palou devem se resolver após novembro, um ponto onde boa parte das vagas da Indy praticamente estão definidas, e em período onde odeiam ter o planejamento quebrado.

Em termos de nível técnico, Palou é um dos pilotos mais surpreendentes dos últimos tempos pela forma com que encaixou na Indy e pelo jeito que é completo. Na categoria, tem chance de ser um piloto histórico. Se buscar e conseguir uma vaga na Fórmula 1, realiza o sonho que todo garotinho fã de corridas já teve. Porém, Álex não pode ser tão indeciso quanto ao que quer. Isso fecha portas.

A Astor Cup vai vir e isso é inegável, mas o futuro de Álex Palou é um completo mistério pela falta de firmeza nas decisões e pela capacidade de quebrar confiança de todo mundo que se compromete a apostar em seu comprometimento.