Ritmo forte ratifica favoritismo de Verstappen, mas GP dos EUA tem mais a oferecer

Max Verstappen assombrou a concorrência ao impor um ritmo fortíssimo durante a sprint deste sábado (21) nos EUA. A vitória o põe favorito, mesmo saindo de sexto. Mas a corrida texana tem lá seus mistérios também. A estratégia e o cuidado com os pneus continuam armas poderosas na tentativa de atrasar o tricampeão

Como de costume, Max Verstappen desfez qualquer ilusão de uma disputa mais aberta nos EUA — a acirrada classificação de mais cedo deixou a sensação de equilíbrio e imprevisibilidade, que desapareceu em apenas cinco voltas. Uma vez na ponta, o holandês teve pouco trabalho para se impor neste sábado (21) e, em cima de um ritmo assustador, venceu com impressionantes 9s4 de vantagem a corrida sprint da Fórmula 1. Portanto, é favorito à vitória neste domingo. Só que a corrida texana tem lá suas particularidades e nem tudo parece ser o que é.

Mas é verdade que Verstappen espantou seus colegas com a performance na prova curta. O tricampeão não deu chances a um ousado Charles Leclerc e tratou de afastar qualquer ameaça, partindo para o triunfo sem perder a ponta em momento algum. Lewis Hamilton ainda tentou acompanhar o taurino nas primeiras voltas, o mantendo na zona do DRS, mas isso durou pouco, muito em função do déficit da Mercedes em velocidade de reta. Então, com menos de dez giros, Max passou a abrir caminho, até a linha de chegada —a vantagem foi de quase 0s5 por volta. Um assombro.

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Só que ter a pista livre pela frente é um fator importante e algo que o holandês não terá neste domingo. O dono do carro #1 parte da sexta posição e terá de lidar com o trânsito do começo da corrida e com carros que se mostraram fortes, sobretudo Mercedes e McLaren. Ainda que o RB19 tenha como característica o cuidado natural com os pneus, será fundamental trabalhar com paciência na corrida principal. "Será uma história diferente. As ultrapassagens aumentam automaticamente o desgaste dos pneus. Não será uma corrida fácil", alertou Verstappen.

Ele tem razão. O calorão em Austin combinado com uma pista ainda áspera torna tudo mais perigoso — e só a sprint não pode ser uma referencial única, uma vez que representa apenas uma parte de uma corrida normal. É nesse ponto que entram os adversários. Estão à frente de Max: Leclerc, Lando Norris, Hamilton, Carlos Sainz e George Russell. A disputa da primeira fila dará o tom das voltas iniciais, uma vez que o piloto da McLaren busca aproveitar o melhor rendimento do carro laranja nas curvas sinuosas do setor 1 do Circuito das Américas. Mas há também a Mercedes.

Lewis Hamilton e Max Verstappen após a sprint: hoje tem GP dos Estados Unidos (Foto: AFP)

Hamilton saltou bem do terceiro lugar na sprint e aproveitou a encarada de Leclerc em Verstappen para assumir o segundo lugar. Nos giros iniciais, ainda impôs uma performance forte, andando dentro do desempenho da Red Bull. O problema é que o taurino ampliou a performance facilmente e não permitiu a aproximação do rival. Mesmo assim, as Flechas de Pretas parecem possuir o segundo melhor ritmo de corrida do fim de semana e são muito consistentes, apesar de uma configuração de asa mais carregada. E Lewis está especialmente adaptado às novidades do W14. Se repetir a atuação da sprint, o heptacampeão será uma dor de cabeça para Norris e Leclerc — além de Sainz, que sai também no bolo.

"Não esperávamos ser rápidos aqui”, reconheceu o chefão da Mercedes, Toto Wolff, ao serviço de streaming sueco Viaplay. "Então, estamos acima das previsões, o que é bom. Parece que, entre as Ferrari e Norris, estamos envolvidos em uma batalha dura. Então, isso é positivo”, destacou.

Até por isso o britânico da McLaren tem a segunda posição do grid como uma oportunidade de outro para enfim vencer na F1, mas terá de lidar com uma Ferrari que esperneia e com essa sólida Mercedes.  "Marcamos bons pontos hoje com o Lando, que mostrou um ritmo forte na sprint. O carro se comportou de forma consistente, o que é promissor para o domingo", analisou Andrea Stella, o chefe da equipe de Woking.

Mas é a Ferrari que larga da pole-position com Leclerc. A sprint apresentou uma SF-23 mais frágil na parte final da corrida, muito em função de um desgaste maior dos pneus. A equipe italiana ainda optou por dividir a estratégia entre seus dois pilotos: enquanto o monegasco partiu com os compostos médios, Sainz largou de macios. A ideia foi coletar dados e entender o que dá para ser feito no domingo. A conclusão: os pneus vermelhos foram um erro. Ainda assim, é importante destacar: o espanhol do carro #55 mostrou, mais uma vez, uma sensibilidade ímpar para cuidar dos compostos e se defendeu enquanto pode ao longo das 19 voltas.

Monegasco espera que informações coletadas pela Ferrari hoje ajudem na estratégia da prova de amanhã (Foto: AFP)

De todo modo, a esquadra de Maranello terá de fazer um mais para enfrentar as rivais e apostar na força da velocidade de reta e em uma tática certeira. "A primeira posição na corrida será importante porque temos uma excelente velocidade máxima. Carlos conseguiu se defender de Russell, embora a Mercedes fosse mais rápida que nós. Quer dizer, nos defendemos durante toda a corrida. Sabemos que temos maior velocidade máxima e menos downforce do que outras equipes, mas é assim que as coisas são", explicou Frédéric Vasseur, o comandante ferrarista.

"A corrida de amanhã será um desafio, mas Verstappen larga da sexta posição e, se quisermos tentar vencer, teremos e mantê-lo atrás de nós. A posição na pista será crucial neste domingo. A primeira volta será crucial, como sempre", completou.

De fato, a posição de pista será decisiva, porque vai pautar a estratégia. A escolha dos pneus — médios e duros serão os compostos da prova — e o cuidado deles vão separar os vencedores em um GP dos EUA que se desenha, no papel, um 'todos contra Verstappen' — mas apenas de início. A batalha real será bem mais intensa e imprevisível. E tripla. Com sorte, quadrupla.

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