Pirelli diz que soube de zebras do Catar "tarde demais": "Temos de melhorar comunicação"
Chefe da Pirelli na F1, Mario Isola reclamou da comunicação entre a categoria e a fabricante e admitiu que a empresa italiana soube tarde demais do desafio que teria no Catar
A confusão vivida pela Fórmula 1 em relação aos pneus no GP do Catar, disputado no último domingo (8), ainda promete render bastante repercussão. Depois da regra que limitou os compostos a 18 voltas e determinou que cada equipe precisaria parar ao menos três vezes, a categoria passou por uma óbvia chuva de críticas, já que não estava pronta para lidar com as zebras de um circuito no qual escolheu correr.
Chefe da Pirelli no automobilismo, Mario Isola culpou a falta de comunicação com a Fórmula 1 pelos problemas. Segundo ele, quando os circuitos mudam, a empresa deveria ser avisada, já que precisa estar ciente das necessidades de cada traçado. Como as zebras haviam sido recentemente colocadas, a fabricante simplesmente não tinha conhecimento do fato.
"Precisamos melhorar a comunicação", disse Isola. "Ter um sistema em que, quando mudanças precisam ser feitas em um circuito, haja um envolvimento de diferentes partes para entender se haverá algum impacto para elas", afirmou ao portal inglês Autosport.
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"Não estou falando apenas sobre a Pirelli e a Fórmula 1, porque quando você desenha um circuito, obviamente, você planeja ter diferentes categorias, como F1 e MotoGP, por exemplo. Então, por que não envolver FIM, Michelin ou talvez algumas fabricantes, além das pessoas que estão projetando a pista?", questionou.
Para o italiano, melhorar a comunicação com a categoria seria a melhor forma de prever novos problemas e agir com antecedência no futuro. Além disso, Isola prometeu uma avaliação profunda dos pneus por parte da Pirelli, e os compostos já estão sendo enviados à sede da empresa em Milão para os estudos. Segundo ele, seria impossível analisar propriamente a borracha em Lusail.
"Precisamos melhorar a comunicação para antecipar os problemas", explicou. "Obviamente, tivemos um problema dois anos atrás que foi bem parecido. E, depois disso, providenciamos os relatórios. Mas soubemos tarde demais sobre as zebras do Catar, e obviamente era tarde demais para agir", lamentou.
"Preferimos enviá-los de volta para a Itália e fazer uma análise apropriada. O que podemos fazer na pista não é tão preciso, porque não temos tempo e precisamos desmontá-lo e tudo mais. Por isso, é melhor que levemos o tempo necessário para produzir a análise", finalizou.
A Fórmula 1 volta daqui a duas semanas, entre os dias 20 e 22 de outubro, em Austin, com o GP dos Estados Unidos, o primeiro da última perna tripla da temporada. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.