Verstappen frustra público pró-Pérez e abre GP da Cidade do México como líder do TL1
Max Verstappen começou os trabalhos no autódromo Hermanos Rodríguez cravando o pé quanto ao poderio dele e da Red Bull e liderou o TL1 com certa tranquilidade
O fim de semana do GP da Cidade do México de Fórmula 1 começou oficialmente nesta sexta-feira (27), com o primeiro treino livre na pista do Hermanos Rodríguez, e pintou panorama diferente ao da semana passada, nos Estados Unidos. Se lá, o indício era de que a Red Bull seria incomodada, o começo no México mostrou outra coisa. Max Verstappen liderou com facilidade.
O resultado frustrou o público local presente nas arquibancadas. Na primeira vez que a F1 chegou ao México após a rivalidade entre Verstappen e Sergio Pérez esquentar, sobretudo por breve momento no fim do ano passado, a torcida chega ávida por ver o ídolo local superar o tricampeão mundial. Mas Verstappen controlou Pérez sem grandes problemas.
A segunda colocação não ficou com Pérez, que foi somente ao terceiro posto. Foi Alexander Albon, voando na pista ao longo da atividade com a Williams, quem terminou somente 0s095 atrás do líder. Lando Norris ficou na quarta colocação, seguido por Charles Leclerc, Oscar Piastri, Carlos Sainz, Daniel Ricciardo, Esteban Ocon e Lance Stroll no top-10. Lewis Hamilton foi 11º.
O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP da Cidade do México de Fórmula 1. Logo mais, o TL2 está marcado para as 19h (de Brasília, GMT-3). No sábado, o terceiro treino livre está marcado para as 14h30, com a classificação às 18h. Já no domingo, a corrida larga às 17h. O GRANDE PRÊMIO ainda exibe classificação e a corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, através da GPTV — o início das transmissões se dá 15 minutos antes das atividades.
Confira como foi o TL1 do GP da Cidade do México:
Nada apontava para preocupação como clima no primeiro treino livre para o GP da Cidade do México de Fórmula 1. Diferente das altas temperaturas dos EUA, da umidade insana de Singapura e das duas coisas no Catar, um pingo de normalidade. E isso mesmo sabendo que havia chance de pancada de chuva ao longo da hora.
Para a etapa mexicana, oito das dez equipes apostavam em atualizações, sobretudo voltadas especificamente para a corrida. A refrigeração era algo bastante tocado após as últimas etapas, enquanto Aston Martin e Mercedes mantinham o carro igual.
O TL1 oferecia a chance de ver algumas diferenças no grid. Metade das equipes aproveitava para colocar pilotos reservas ou de desenvolvimento no cockpit para a atividade. Todos os cinco escolhidos, jovens sem experiência de F1: Frederik Vesti no lugar de George Russell na Mercedes; Oliver Bearman na vaga de Kevin Magnussen na Haas; Jack Doohan em Pierre Gasly na Alpine; Théo Pourchaire em Valtteri Bottas na Alfa Romeo; e Isack Hadjar em Yuki Tsunoda na AlphaTauri.
Com bandeira verde acionada e pit-lane aberto, a Aston Martin abria os trabalhos com os dois pilotos, Fernando Alonso e Lance Stroll, na tentativa de um rebote após etapa bastante preocupante nos Estados Unidos. Pourchaire também saiu logo com a Alfa Romeo e avisou quase que imediatamente que o pedalo dos freios estava "estranho" e voltou para casa.
Sergio Pérez, na frente da torcida local, também saiu rapidamente e logo colocou uma volta na tabela de tempos cronometrados. Ficou na frente por alguns instantes, antes de Oscar Piastri e Daniel Ricciardo superarem. Era somente o comecinho, contudo.
O início, aliás, não estava fácil para os novatos. Se Pourchaire sofrera com o pedal dos freios, Bearman travou firme o carro da carras e, em seguida, Hadjar voltou correndo para o pit-lane após dizer que o carro entrou sozinho no modo antistall.
Importante destacar que o TL1 contava com quatro tipos diferentes de pneus, em comparação com os três tipos normais. O motivo é que a Pirelli levou uma versão modificada dos C4 para serem testados, algo que os pilotos faziam em peso logo de cara. Além disso, a gama do fim de semana era a mais macia possível: C3 para os duros, C4 e C5 para médios e macios.
E Pérez aproveitava mais um giro pela pista para retornar ao primeiro lugar. Mas o que de mais interessante acontecia no momento estava em outra parte da pista: algo que parecia um pedaço da asa traseira da AlphaTauri de Ricciardo se soltou no contorno da última curva e ficou na reta dos boxes, algo que Piastri imediatamente relatou. Mas a direção de prova deixou o pedaço metálico ficar por ali, já que, ao menos em teoria, não estava no trilho de corrida.
Max Verstappen entrou na pista um pouco depois do companheiro e já pulou para a primeira colocação. O que chamava a atenção, entretanto, era a quantidade de problemas nos primeiros 20 minutos de sessão. Carlos Sainz ficou parado no meio da pista na reta oposta e obrigou Pérez e andar com dois pneus no gramado. O piloto da Ferrari pediu desculpa via rádio, avisou que tinha problemas hidráulicos e cruzou o gramado para tentar encaminhar o carro aos boxes. Conseguiu, mas logo a Ferrari aparentava preocupação ao ver o carro já sem a tampa do motor.
Além dele, Pourchaire voltava a relatar o mesmo problema e voltava aos boxes sem conseguir nem andar com a Alfa Romeo. Má sorte do piloto francês, líder da temporada da Fórmula 2 antes da etapa final. E tinha mais! Norris questionou a McLaren se tinha alguma coisa acontecendo, porque o acelerador estava indo ao máximo a qualquer leve toque. Sem entender, também entrou nos boxes — e o replay da transmissão oficial mostrou que o carro estava acelerando no talo mesmo no pit-lane, ainda que Norris claramente não estivesse tentando aquilo.
Ao cruzar a marca de metade da atividade, Verstappen liderava com 1min20s245. Atrás dele, Alexander Albon, por apenas 0s004 e Charles Leclerc ainda no mesmo décimo. Pérez, Ricciardo, Piastri, Logan Sargeant, Esteban Ocon, Guanyu Zhou e Lando Norris fechavam o top-10.
Além de Pourchaire, Alonso era o outro que não tinha volta cronometrada e somente as voltas de instalação dos primeiros minutos registradas. Tinha problemas, naturalmente. Bearman era o mais rápido entre os pilotos novatos, e isso com uma volta de pneus duros. Era o 12º contra a 17ª colocação de Doohan, por exemplo, que já testara os pneus médios.
Eis que, durante o treino a FIA aproveitava para anunciar uma punição a Tsunoda: uma vez que a AlphaTauri resolveu trocar tudo na unidade de força, Yuki largaria na última colocação no domingo independente do resultado na classificação. Enquanto isso, na pista, Hadjar estava com o carro de Tsunoda e muita parafina na lateral esquerda para testes aerodinâmicos.
Já ouviu falar que três é demais? Pois bem, Pourchaire tentou sair à pista novamente e, dentro de apenas alguns segundos, avisou que lidava "com o mesmo problema de novo". Incríveis três vezes em cerca de 35 minutos.
A partir daí, pneus macios apareciam em profusão. Verstappen foi para 1min19s718, enquanto Pérez foi 0s545 mais lento. O piloto da casa ficou atrás da volta de Norris e a de Albon, essa com pneus médios.
Apesar da liderança, Verstappen pedia para ir aos boxes porque tinha "alguma coisa presa entre as pernas" no assento. Pérez ganhou uma segunda chance e pulou para o segundo lugar com os pneus macios. Menos voltas velozes que o esperado para esta parte do treino, contudo.
Alonso conseguiu finalmente ir para a pista novamente com pouco menos de 20 minutos pela frente e pulou para a tabela de tempos, ainda que com uma volta do nível dos novatos. Imediatamente, voltou à garagem.
Não parecia muito provável, mas Sainz também conseguiu voltar ao traçado para andar de pneus macios nos 15 minutos derradeiros. Quem voava, contudo, era Albon: de pneus macios, subiu para a segunda colocação e seguia grudado em Verstappen, apenas 0s095 atrás.
Enquanto isso, Ferrari e McLaren batalhavam um pouco atrás. A Mercedes andara surpreendentemente pouco ao longo da atividade em termos de voltas velozes: Hamilton estava fora do top-10, enquanto Vesti tinha tempo de novato.
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