Liberty Media vê "ambiente inflacionário" e admite custos crescentes do GP de Las Vegas

Em conversa com o mercado financeiro, Liberty Media admitiu que gastos para preparação do GP de Las Vegas são maiores que o planejado inicialmente

A edição de estreia do GP de Las Vegas, primeiro evento da história que terá a própria Fórmula 1 como promotora, está marcada para o próximo mês de novembro. E, desde o ano passado, o trabalho é ativo para fazer com que o local esteja estruturalmente pronto para receber a categoria. No meio disso, o Liberty Media, detentor dos direitos comerciais da F1, admite que valores estão acima daqueles inicialmente traçados.

Na última semana, a alta cúpula do Liberty Media realizou uma conversa com analistas de Wall Street — em suma, uma satisfação ao mercado financeiro dos Estados Unidos — para tratar do estado atual do evento. Um termo usado recorrentemente foi "ambiente inflacionário" para descrever a situação em Vegas.

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No local, o Liberty comprou uma estrutura e trabalha há meses na construção de um paddock/pit-lane com garagens que não precisará ser desmontado. Além disso, existe todo um trabalho com o asfalto por toda a região que vai receber o traçado da pista.

"Estou feliz em dizer que as preparações estão de acordo com o planejado", disse o diretor-executivo do Liberty Media, Greg Maffei. "Apesar da pressão dos custos inflacionários, esperamos que não haja mudança em receita e presunção de lucro estabelecidos anteriormente. Estamos aumentando o investimento em infraestrutura para a construção do paddock e trabalho de pista. Continuamos confiantes no perfil de retorno [financeiro] deste projeto incrível, que tem todo suporte do investimento adicional que estamos fazendo", afirmou.

Agendado para 18 de novembro, GP de Las Vegas será uma das novidades da F1 no calendário de 2023 (Foto: Fórmula 1 / Reprodução)

"Nosso paddock está 85% completo [era 60% na última atualização oficial, em abril]", apontou o diretor-financeiro Brian Wilding. "Esperamos que os investimentos de infraestrutura para paddock e pista em Vegas na casa de US$ 400 milhões, dos quais aproximadamente US$ 155 foram gastos na primeira parte deste ano. Nossa equipe conseguiu isso mesmo num período pequeno e num ambiente inflacionário. Muito do aumento dos custos são atribuídos a gastos relacionados à pista, onde precisamos ser reativos com preocupações da comunidade local, como minimizar o incômodo a negócios ao longo da [avenida Las Vegas] Strip", apontou.

"Também investimos em melhora na segurança e tivemos custos para garantir a qualidade da experiência dos fãs, com mudanças estruturais para melhorar as linhas de visão. Estamos trabalhando próximos aos nossos parceiros de Vegas, e a velocidade e eficiência com que completamos esse projeto é uma demonstração de todas essas relações", falou.

"Encontramos alguns desafios conforme fomos tratar do asfalto na pista, como cabos que estavam abaixo da terra e precisavam ser cuidados, e fios sobre a pista que precisavam ser retirados", relatou Renee Wilm, advogada do Liberty e destacada para ser a CEO do GP de Las Vegas.

"Muito disso aconteceu por conta de pedidos — na verdade, exigências — de agentes locais conforme começamos o processo de preparação da pista", contou.

"Ainda tivemos de lidar com pedidos adicionais de outros agentes locais, como cassinos, com relação a segurança, abertura e fechamento da pista. Isso levou à necessidade de um equipamento a mais, assim como mais trabalho nas ruas ao redor. Sobre a construção do paddock, as obras estão na velocidade da luz mesmo num ambiente inflacionário. Como é possível imaginar, também tivemos custos extras nesta área", continuou.

Fórmula 1 vai passar ao lado do famoso Bellagio, em Las Vegas (Foto: Reprodução)

Além das obras para preparação da estrutura que vai receber o GP de Las Vegas nos últimos anos, a chefia do Liberty garantiu que tem recebido alta procura de interessados em utilizar o espaço ao longo do ano. E, assim, gerar receita.

"Temos sido procurados com [projetos] economicamente atraentes para o uso do prédio do paddock dentro do próximo ano. Estamos ansiosos para compartilhar esses planos comerciais quando estiverem finalizados", disse Maffei.

"Estamos somente começando a descobrir o que podemos fazer com a parte-base da pista. Já recebemos procuras: pense em festas de Super Bowl, algo relacionado a corridas, talvez kart ou supercarros de alta velocidade", continuou Wilm.

"Las Vegas é o centro de convenção do mundo, então há muito interesse em nosso prédio de último modelo e LEED (sigla em inglês para design de liderança ambiental e de energia). Muitos de nossos parceiros, no ecossistema da F1 estão bastante interessados em trabalhar conosco ao longo do ano. Tudo que posso dizer é que mais coisas virão nos próximos meses", apontou.

Por fim, Maffei garantiu que mais coisas vão acontecer no local em 2024. "Teremos oportunidades relacionadas e não-relacionados ao GP no segundo ano. Estamos avançando na velocidade da luz: o pessoal da F1, o pessoal do evento, todos, para fazer acontecer, e isso provavelmente nos levou a custos maiores [que pensavam]. E fez com que não pudéssemos capitalizar [em 2023] seja para festivais de fãs, eventos esportivos ou musicais. Todas essas coisas podem crescer no segundo ano, além do GP", finalizou.

O GP de Las Vegas, 21º de 22 no calendário, está marcado para o fim de semana de 18 de novembro.

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