Fórmula 1 confirma extensão de acordo com Pirelli para fornecimento de pneus até 2027
Exatos dois dias após o caos que se instaurou no GP do Catar por um risco de segurança com os compostos, a Fórmula 1 anuncia novo acordo com a Pirelli para fornecimento de pneus. O contrato vai até 2027, com possibilidade de renovação por mais um ano
A Fórmula 1 confirmou na manhã desta terça-feira (10) que vai seguir com a Pirelli como fornecedora única de pneus até a temporada 2027. O novo contrato ainda permite que as partes estendam o acordo por mais um ano e também inclui fornecimento de compostos para as séries de apoio à categoria, Fórmula 2 e Fórmula 3.
A renovação já era esperada, porém se oficializa exatos dois dias após o caos que se instaurou no GP do Catar, com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) juntamente com a F1 impondo aos times um máximo de 18 voltas por stint durante a corrida por questões de segurança. Na ocasião, a Pirelli constatou um desgaste excessivo e perigoso da borracha, muito em função das zebras em formato de pirâmide do circuito de Lusail.
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A Bridgestone, que esteve na categoria de 1997 a 2010, até chegou a ser aprovada pela FIA. A fabricante japonesa submeteu proposta para se tornar a fornecedora de pneus da Fórmula 1 a partir de 2025 e com documento de licitação, segundo fontes da britânica BBC Sport, "altamente impressionante". Só que as negociações esbarraram em questões comerciais, o que levou o chefão da F1, Stefano Domenicali, a optar pela continuidade com a Pirelli.
O dirigente italiano classificou a parceria da Pirelli como "inestimável" graças ao apoio que a fabricante oferece "através de novas gerações de tecnologia e regulamentos técnicos e fornecendo pneus para permitir corridas fantásticas aos nossos fãs".
"O compromisso da empresa com a qualidade, a inovação e seu profundo conhecimento do nosso esporte serão vitais nos próximos anos à medida que nos aproximamos de nossas novas regulamentações em 2026. O trabalho em que a Pirelli está focada em relação à sustentabilidade, comprovado pela certificação FSC, garantirá que continuemos trabalhando juntos em direção ao nosso objetivo comum de Net Zero em 2030", salientou, estendendo agradecimentos também à Bridgestone.
"Gostaria também de elogiar a Bridgestone pela sua impressionante proposta e envolvimento ao longo de todo o processo. Eles têm um legado orgulhoso em nosso esporte e gostaria de agradecê-los por seu envolvimento altamente profissional e apaixonado conosco", frisou.
Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem destacou que a Pirelli vem operando "no mais alto nível do esporte a motor por muitos anos".
"Tenho certeza de que irão continuar a entregar inovação e excelência em nível global. A Fórmula 1 é um desafio único para a fornecedora de pneus, e a Pirelli demonstrou um grande comprometimento ao produzir pneus que cumprem as exigentes demandas desses carros incríveis", ressaltou.
"Gostaria de agradecer à Pirelli por seu apoio contínuo ao esporte a motor, não apenas na Fórmula 1, mas em vários outros campeonatos e categorias, em todos os níveis. O trabalho vai continuar nos próximos anos, para que possamos dar novos passos em termos de performance e sustentabilidade — e a Pirelli tem um forte compromisso com esses objetivos", concluiu Sulayem.
O último processo de licitação de pneus para a F1 teve vitória da Pirelli sobre a sul-coreana Hankook, em acordo firmado para as temporadas de 2020 a 2023. A FIA, então, optou pela prorrogação após o atraso na introdução do atual regulamento técnico por conta da pandemia da covid-19.
Presente na F1 desde 2011, a Pirelli tem enfrentado muitas críticas recentes da parte dos pilotos, principalmente quanto ao alto desgaste. Eles já cobram há anos que a fabricante produza um composto menos sensível ao superaquecimento quando estão acelerando ao máximo ou tentando ultrapassar os adversários. Carlos Sainz foi um dos que reclamou que os pneus prejudicam as manobras.
Outra questão é quanto aos sets para chuva extrema. Em corridas com asfalto muito molhado, a direção de prova tem optado pelo atraso da largada ou até interrupção com bandeira vermelha porque os compostos não dão conta do volume alto de água. A própria fabricante reconheceu que os pneus de faixa azul são "inúteis", pois só são usados quando o safety-car está na pista.
A Fórmula 1 volta daqui a duas semanas, entre os dias 20 e 22 de outubro, em Austin, com o GP dos Estados Unidos, o primeiro da última perna tripla da temporada. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.