Ferrari espanta e se põe na briga de novo em Singapura em dia desastrado da Red Bull

A Ferrari surpreendeu de novo e viveu, nas palavras de Frédéric Vasseur, a melhor sexta-feira da temporada em Singapura, onde a F1 disputa a 15ª etapa da temporada 2023. De fato, o time vermelho teve um começo encorajador e, ainda que tenha alguns pontos a resolver, está na briga — ao menos em classificação. Mas o que chamou mesmo a atenção em Marina Bay foi o desastrado dia da Red Bull

"Melhor sexta-feira da temporada". Foi assim que a Ferrari definiu o primeiro dia de treinos livres do GP de Singapura e não poderia estar mais correta. Depois de arrancar elogios pela performance assertiva há duas semanas, os italianos voltaram a surpreender e estão na briga em Marina Bay — ao menos em classificação. A equipe comandada por Frédéric Vasseur, uma vez mais, tomou decisões técnicas acertadas e preparou muito bem a SF-23 para a corrida nas ruas da cidade-estado asiática. A tabela de tempos não é enganosa, existe ali um desempenho genuíno na dobradinha puxada por Carlos Sainz na segunda sessão. Apenas 0s018 separaram o líder espanhol do companheiro, Charles Leclerc, o que abre uma clara possibilidade de uma reedição do que aconteceu em Monza.

O desempenho da Ferrari é explicado por diversos fatores. O início atrapalhado da Red Bull pode ser colocado na balança, sim, uma vez que os taurinos enfrentaram muitos problemas ao longo do dia. No entanto, há também um ponto importante: os engenheiros em Maranello optaram por um caminho correto em termos de configuração. Foi uma espécie de resgaste ao que foi feito no Azerbaijão, no início do ano, onde a escuderia obteve os primeiros resultados expressivos de 2023. Quer dizer, sendo Baku também uma pista de rua, com algumas 'esquinas' e trechos de maior velocidade, os ferraristas decidiram apostar em uma combinação das mais interessantes.

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É claro que há um compromisso com a tração e o downforce, mas a SF-23 mostrou enorme velocidade em Singapura, o que colocou pulguinhas atrás de algumas orelhas do grid. Sim, e o carro ainda andou com um pouco menos de asa que os rivais. Então, a mudança no traçado ajudou a Ferrari, que ainda se bem nos trechos de freadas fortes e em curvas de 90º. A única ressalva ainda é o desgaste de pneus — durante a simulação de corrida, ambos os pilotos tiveram de lidar com a degradação dos compostos médios, além dos problemas com a ondulação do traçado.

No entanto, a força da Ferrari está mesmo na volta única. Quem mais se aproximou foi a Mercedes de George Russell, que ficou a mais de 0s2. Portanto, a pole e a primeira fila são objetivos realistas. O ponto de preocupação está no ritmo de corrida. O carro vermelho sustenta um déficit de performance nesse quesito e está atrás não só da Red Bull, mas também da McLaren e Aston Martin. O desempenho é semelhante ao da Mercedes. Porém, a distância em pequena neste momento.

"Em primeiro lugar, foi a nossa melhor sexta-feira desde o início da temporada", disse o chefão ferrarista. "É um pouco inesperado numa pista deste tipo, mas no geral penso que fizemos um bom trabalho. No entanto, a classificação será uma questão de gerenciamento e preparação de pneus. Mas é sempre melhor começar assim do que no meio do pelotão", completou Vasseur.

Quanto à Red Bull, talvez tenha sido uma das piores sextas do ano. Não à toa, Max Verstappen definiu o dia de treinos como "muito pior do que o esperado". Acontece que a configuração do RB19 simplesmente não casou com o traçado de Singapura. O bicampeão já havia previsto alguma dificuldade, "porque não é o tipo de pista que se adapta melhor ao nosso carro", mas os taurinos enfrentaram problemas maiores, como falta de aderência na parte traseira, falhas em frenagens e até do volante o líder do campeonato se queixou.

Verstappen fechou o dia na oitava colocação, a mais de 0s7 de Sainz, enquanto Sergio Pérez foi um pouco melhor e terminou em sétimo. Ambos os pilotos testaram diferentes acertos e reclamaram das mudanças. Em linhas gerais, o carro austríaco prefere pistas em que é possível mesclar a alta velocidade com trechos de maior downforce, como aconteceu em Monza, por exemplo. Nesta sexta-feira, pareceu mais difícil encontrar o equilíbrio em um circuito que pede maior carga aerodinâmica. "Este é um dos fins de semana mais difíceis para nós, mas há várias coisas que não entendemos. E por isso teremos que tentar analisá-las", admitiu Max.

"É claro que tentaremos melhorar, mas o que é certo é que a diferença é grande. A Ferrari é muito rápida, mas não estamos onde esperávamos", completou.

Max Verstappen ficou distante das primeiras posições da tabela nesta sexta (Foto: Red Bull Content Pool)

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Apesar do contratempo, a Red Bull ainda tem o melhor ritmo de corrida. Pérez foi quem tirou o mais do carro nesse sentido. O desempenho do mexicano foi 0s2 em média melhor que a concorrência. É importante colocar também que o modelo taurino desgaste bem menos os pneus, mas também é igualmente interessante perceber que a posição de largada em Marina Bay é mais decisiva do que em Monza. E essa é a principal preocupação dos taurinos.

Além de Ferrari e Red Bull, que devem realmente protagonizar a disputa neste sábado, ainda há a Mercedes. Russell foi quem mais perto ficou de Sainz, enquanto Lewis Hamilton terminou em quinto. O carro preto ganhou dutos de freios maiores, por conta da importante refrigeração em Singapura, mas também um acerto competitivo para o circuito urbano. O heptacampeão gostou da performance e classificou o ritmo no segundo treino como o melhor do ano. No entanto, a performance em condição de corrida ficou devendo: transitou entre quarta e quinta força.

Ainda, a McLaren é um elemento que não pode ser descartado. Andrea Stella levou a Singapura um modelo totalmente revisado, de assoalho a difusor, passando por uma não lateral, tudo no objetivo de ampliar o desempenho geral e alcançar equilíbrio. Neste primeiro momento, o pacote de atualizações está apenas no carro de Lando Norris, que concluiu o dia em sexto, atrás de Ferrari, Mercedes e Fernando Alonso — que tenta recolocar a Aston Martin em uma posição mais relevante em um circuito tende a se adaptar melhor ao modelo verdinho.

GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP da Singapura, em Marina Bay, 15ª etapa da temporada 2023. No sábado e no domingo, classificação e corrida também contam com transmissão em SEGUNDA TELA, NA GPTV, EM PARCERIA COM A VOZ DO ESPORTE. Os horários da sexta-feira se repetem no sábado, com TL3 às 6h30 (de Brasília, GMT-3) e classificação marcada para as 10h. Por fim, no domingo, a largada acontece às 9h.