Ex-chefe da Haas vê pilotos "no limite" em manobras e cobra "mais clareza" da F1
Guenther Steiner criticou contradição dos comissários após punição de Fernando Alonso na Austrália e cobrou mais clareza por parte da Fórmula 1 em relação ao que é aceitável ou não durante manobras defensivas
Ex-chefe de equipe da Haas e atual embaixador do GP de Miami, que será realizado no início de maio, Guenther Steiner cobrou mais clareza por parte da Fórmula 1 em relação às manobras defensivas adotadas pelos pilotos. O italiano ainda criticou a contradição dos comissários ao decidir punir Fernando Alonso no GP da Austrália do último fim de semana.
Enquanto buscava se defender de George Russell na briga pela sexta posição durante as voltas finais da corrida em Melbourne, o espanhol da Aston Martin acabou desacelerando demais na entrada da curva seis, surpreendeu o piloto da Mercedes que vinha logo atrás e foi declarado culpado pela forte batida do companheiro de Lewis Hamilton. Após o fim da prova, os comissários da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) puniram Alonso com um acréscimo de 20s ao tempo final, fazendo com que o bicampeão, que cruzou a linha de chegada em sexto, caísse para oitavo.
Steiner, por sua vez, não possui um posicionamento claro em relação à punição, mas afirmou que a categoria precisa estabelecer limites para evitar situações similares no futuro.
"Não vi os dados, apenas li o que todos vocês leram, que ele [Alonso] estava freando e pisando no freio e coisas assim", disse Guenther. "Acho que estamos no ponto em que vimos isso com Kevin [Magnussen], na Arábia Saudita, e agora Fernando defendendo a posição", continuou.
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"Na verdade, estava com Checo [Sergio Pérez] no avião de volta de Melbourne e conversamos rapidamente sobre isso, e chegamos à conclusão de que lutar tanto por um sexto lugar é um pouco exagerado. Quer dizer, sei que todo mundo precisa somar pontos, mas é tipo, 'uau'. Acho que estamos no limite", observou Steiner, que ainda criticou a maneira como os comissários anunciaram o resultado da investigação. De acordo com o italiano, não ficou muito claro o real motivo pelo qual Alonso havia sido punido.
"Mas também, o veredito dos comissários – você está errado, mas está certo – não ficou muito claro para mim. 'Você recebe a punição, mas não sabemos se você deve receber a punição'. É algo como: 'te dou a punição, mas não tenho certeza se você fez algo errado'. Então, acho que precisa haver uma postura mais clara e que precisa ser a mesma para todos também", explicou.
Para finalizar, o ex-chefe da Haas acredita que a situação entre Alonso e Russell ultrapassou os limites toleráveis. "Acho que estávamos no limite – se não além dele", concluiu.
A Fórmula 1 retorna com a temporada 2024 em duas semanas, entre os dias 5 e 7 de abril, com o GP do Japão, em Suzuka.