Ricciardo projeta volta ao grid da F1 em 2024, mas alerta: "Quero equipe de ponta"
Piloto reserva da Red Bull disse que "sinais apontam para a sua volta ao grid" no ano que vem, mas colocou como condição uma equipe que brigue por pódios e que recupere a confiança e a autoestima do australiano
Daniel Ricciardo deixou a McLaren no fim da temporada 2022 da Fórmula 1, e em vez de assinar contrato com uma equipe coadjuvante para continuar em atividade, optou por se estabelecer como piloto reserva da Red Bull. Mas o australiano está sedento para retornar e em um evento de parceiros dos taurinos, declarou a um grupo de repórteres que "os sinais apontam para a sua volta ao grid em 2024".
A fala reacendeu as discussões de qual escuderia poderia contar com Ricciardo em seu quadro de pilotos. Porém, em entrevista à ESPN, o ex-McLaren se mostrou exigente e disse que quer assinar com uma equipe que proporcione um carro em condições de brigar por pódio na categoria.
"Ainda estou em um ponto em que não é à qualquer custo, não é apenas para voltar ao grid. Muito do motivo para tirar este ano de folga foi que eu não queria simplesmente voltar para qualquer carro apenas para ser um dos pilotos da F1. E ainda não me vejo começando do zero, reconstruindo uma carreira do ponto zero e continuando por mais uma década", ponderou.
"Compreendo que talvez não tenha todas as oportunidades, mas quero vencer. Quero voltar em uma equipe de ponta e, obviamente, em uma equipe em que eu possa recuperar minha confiança e minha autoestima. Talvez, quando olho para trás, seja uma fraqueza minha, mas de certo modo é uma força, pois me sinto melhor na frente do grid. Sinto que corro nessas situações com um pouco mais de pressão e um pouco mais de foco em um pódio", continuou.

"Então, para voltar e me colocar em qualquer lugar ou em um lugar em que eu esteja lutando, na melhor das hipóteses, para terminar entre os 10 primeiros, não acho que vai trazer o melhor de mim. Eu me vejo, pelo menos na minha cabeça, querendo voltar ao grid, mas ainda há alguns termos e condições", completou.
Embora não queira assinar com qualquer escuderia da F1, Ricciardo se disse ansioso para voltar a correr e revelou que segue com a mesma rotina de treinamentos, ainda que não necessite ter uma agenda preparada pelo staff de uma equipe.
"Foram apenas alguns meses [fora da F1], mas já sinto vontade de voltar. Na verdade, estranhamente descobri que nos dias em que não tenho agenda são os dias em que eu treinei, e fiz coisas como fazia antes. Então, ser o meu próprio chefe, fazer a minha própria agenda, trouxe muitas coisas para mim", afirmou o australiano.
"Eu pensei que poderia apenas sentar no sofá e assistir a filmes o dia todo e comer besteira, mas eu não sou assim. Esse não sou eu. Essas coisas me fizeram perceber o quanto me importo com isso [a F1]", comentou.
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Mas a ansiedade de voltar a viver a F1 não faz com que Ricciardo se apresse para definir o seu futuro. Segundo ele, "ainda é um pouco cedo" e o desejo é "que as coisas aconteçam de forma natural". Por esse motivo, o taurino só deve avaliar propostas no segundo semestre deste ano.
"Estou feliz em continuar desse jeito provavelmente até o verão, ou junho, julho e depois ver onde estou. Talvez, sentar com minha equipe e pensar o que precisaremos fazer agora para tentar realisticamente me colocar de volta no grid. Mas estou muito feliz com a forma como estou fazendo isso por enquanto, então não vou fazer muito mais", finalizou.
No fim do ano passado, a Haas tentou negociar um contrato com Ricciardo para a atual temporada a fim de substituir Mick Schumacher, que foi dispensado pela escuderia norte-americana antes de se tornar piloto reserva da Mercedes. Porém, as negociações esfriaram sob alegação de "falta de interesse" do ex-McLaren.
Em entrevista à imprensa, o chefe da Haas, Guenther Steiner, deixou aberta a possibilidade de negociação com o taurino para o ano que vem. Entretanto, o australiano precisará mudar a sua proposta, já que na última temporada da série 'Drive To Survive', da Netflix, o italiano, revelou, em tom de surpresa, que Ricciardo queria "no mínimo US$ 10 milhões" (aproximadamente R$ 50 milhões) para assinar com a equipe sediada na Carolina do Norte.