CEO coloca Ímola como dúvida na F1: “Difícil ter duas corridas no mesmo país”

O GP da Emília-Romanha, que é realizado em Ímola, tem contrato com a Fórmula 1 até o fim de 2025, mas a categoria ainda não sabe se vai renovar o acordo

O Autódromo Enzo e Dino Ferrari, também conhecido como circuito de Ímola, corre o risco de deixar o calendário da Fórmula 1. Em meio ao aumento do interesse de outros países receberem o esporte, aliado ao fato de Monza ser a casa do GP da Itália, Stefano Domenicali, chefão da principal categoria do esporte a motor, informou que a praça que hoje recebe o GP da Emília-Romanha pode ficar de fora do Mundial, ou entrar em um esquema de rodízio — como vai acontecer com Spa-Francorchamps.

Ímola fez parte do calendário oficial da F1 pela primeira vez em 1980, ainda chamado de GP da Itália. A partir do ano seguinte, no entanto, realizou o evento sob a nomenclatura de GP de San Marino, a qual seguiu de forma ininterrupta até 2006.

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Porém, Ímola voltou para o radar da Fórmula 1 em 2020, quando o mundo enfrentou as consequências da covid-19 e a categoria precisou encontrar praças alternativas para realizar o campeonato daquele ano. Desde então, a corrida acontece sob o nome de GP da Emília-Romanha e tem contrato até o fim de 2025.

À La Gazzetta dello Sport, Domenicali falou sobre a importância da Itália para a F1, mas disse que, em um momento em que o esporte busca visitar cada vez mais países, é difícil manter um calendário com Monza e Ímola. Por isso, colocou em dúvida a permanência do Autódromo Enzo e Dino Ferrari no Mundial.

Ímola tem contrato com a F1 até o fim de 2025 (Foto: McLaren)

“A Itália sempre representou e representará no futuro uma parte importante da F1. Mas será cada vez mais difícil ter duas corridas no mesmo país porque o interesse pela F1 está crescendo. É difícil que essa situação de Ímola e Monza juntas no calendário continue por muito mais tempo”, disse o italiano.

“Do ponto de vista humano não será fácil, mas tenho de exercer um papel internacional que me coloque diante de muitas solicitações ao redor do mundo de países emergentes que podem permitir o crescimento da F1. É uma avaliação que em breve terei de resolver em definitivo”, continuou Domenicali.

Apesar das dúvidas, Domenicali se mostrou muito grato à disposição que Ímola apresentou quando a F1 precisou de circuitos substitutos para a temporada de 2020. Por isso, caso seja inviável manter a pista no calendário de forma definitiva, Stefano disse que o formato de rodízio pode ser uma possibilidade.

“Não esqueço que Ímola respondeu em um momento de grande dificuldade, o da covid-19. Quando houve necessidade de encontrar novos lugares, eles responderam imediatamente com o entusiasmo e a capacidade de uma cidade inteira. Ainda não está claro se Ímola se tornará um circuito rotativo no calendário da F1, como Spa-Francorchamps”, finalizou o CEO da F1.

Fórmula 1 volta de 18 a 20 de abril em Jedá, palco do GP da Arábia Saudita, quinta etapa da temporada 2025.

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