Tsunoda admite que precisou mudar temperamento para "seguir na Fórmula 1"

Yuki Tsunoda ganhou fama pelo temperamento explosivo nos primeiros anos na Fórmula 1, frequentemente falando palavrões pelo rádio e demonstrando frustração de forma exagerada. O japonês, que estreia pela Red Bull no GP do Japão, admitiu que precisou mudar a abordagem após o GP do Bahrein de 2024, quando um desentendimento com Daniel Ricciardo quase comprometeu o futuro na categoria. Na corrida, Tsunoda se irritou com uma ordem de equipe para ceder posição ao australiano e reagiu de forma agressiva, chegando a acelerar perigosamente próximo do companheiro.

"Meu pensamento era me desestressar na pista e me concentrar depois", explicou ao jornal britânico The Independent. "Mas a F1 hoje é mais política e tem mais patrocinadores. Precisei encontrar um equilíbrio, porque a equipe quer ouvir feedbacks específicos, não emoções. Depois do que aconteceu com Daniel no Bahrein, tive de mudar minha abordagem para seguir na categoria. Trabalhei muito nisso e me ajudou a mudar minha mentalidade e ser mais sério", emendou.

Apesar de Tsunoda ter sido o principal piloto da Racing Bulls e responsável por dois terços dos pontos da equipe em 2024, a Red Bull optou por não promovê-lo ao time principal no final do ano, escolhendo Liam Lawson para a vaga ao lado de Max Verstappen. No entanto, o neozelandês não conseguiu se adaptar ao carro nas duas primeiras etapas de 2025, e a equipe reviu a decisão.

Helmut Marko reconheceu o crescimento de Tsunoda. O consultor da Red Bull explicou a escolha por colocá-lo no lugar de Lawson e reforçou a importância de ter um segundo piloto competitivo, considerando que o RB21 não é o carro mais rápido do grid.

"Yuki teve altos e baixos. Lembro-me das duas batidas no México em 2024, por exemplo. Ele não era tão estável como agora. Mas ele está fisicamente mais forte, confiante e entregou duas grandes corridas no início da temporada", afirmou. "Queremos vencer o quinto título mundial com Max. O carro é complicado e não é o mais veloz. Por isso, é essencial ter um segundo piloto que possa nos ajudar estrategicamente e contribuir para o desenvolvimento do carro", acrescentou.

A mudança marca uma reviravolta na carreira de Tsunoda, que no fim de 2023 precisou da intervenção da Honda para garantir permanência na F1. Ciente dos riscos, ele passou a trabalhar no controle emocional para não comprometer a evolução na categoria. O CEO da Racing Bulls, Peter Bayer, também destacou o progresso.

"Ele melhorou 1000% nesse aspecto. Ele entendeu que cada palavrão estava lhe custando um décimo de segundo", disse ao site PlanetF1.com.

A Fórmula 1 volta de 4 a 6 de abril em Suzuka, palco do GP do Japão, terceira etapa da temporada 2025.

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