Yamaha assume preocupação com corridas sprint: “Carga grande nos pilotos e nas equipes”

Diretor da Yamaha, Lin Jarvis admitiu que fica dividido em relação a adoção de corridas sprint a partir da temporada 2023. Dirigente assumiu que preferia que o novo formato fosse testado em algumas poucas corridas antes de ser adotado em toda a temporada da MotoGP

Nem todo mundo é plenamente favorável à adoção de corridas sprint na MotoGP na temporada 2023. Diretor da Yamaha, Lin Jarvis admitiu que tem “sensações mistas” em relação ao novo formato, pois ainda que entenda que pode existir um benefício em prol do entretenimento, considera que será uma “carga grande nos pilotos e nas equipes”.

A partir da próxima temporada, a classe rainha do Mundial de Motovelocidade será disputada em rodadas duplas, com corridas mais curtas todos os sábados. Por conta da mudança, o campeonato sai das 21 disputas previstas originalmente e salta para 42.

Lin Jarvis se mostrou preocupado com a adoção de corridas sprint em 2023 (Foto: Divulgação/MotoGP
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O anúncio da mudança pegou muitos pilotos de surpresa, o que causou uma reação negativa de muitos dos competidores. Na época, a Dorna, promotora do campeonato, se defendeu, alegando que a obrigação dela é informar as equipes. Hervé Poncharal, presidente da IRTA (Associação Internacional das Equipes de Corrida) justificou que algumas escuderias não conversaram com os competidores, pois eles trocariam de equipe no fim do ano.

Durante o teste realizado pela MotoGP em Valência após o fim da temporada regular, Jarvis falou sobre o tema e assumiu que não é completamente favorável à mudança. O dirigente mostrou preocupação em relação aos riscos extras aos quais os pilotos estarão expostos e também destacou o impacto orçamentário da mudança.

“Tenho sensações mistas”, resumiu o diretor da Yamaha em entrevista ao feed internacional da MotoGP. “Acho que a ideia das corridas sprint é, basicamente, para dar mais conteúdo, entretenimento, mais coisas para os fãs acompanharem, em especial para os que estão nas pistas. Então acho que vai alcançar esse objetivo. Por um lado, será parte de uma experiência melhor para essas pessoas aqui”, opinou.

“Para nós, como equipes, é um trabalho extra significativo, um risco extra e uma nova dimensão”, apontou.

Jarvis avaliou que seria melhor começar aos poucos, adotando o novo formado em uma ou outra etapa para ver o resultado é realmente o esperado pela categoria.

“Não tenho certeza de que é certo começarmos com uma temporada completa. Eu acho que seria melhor começar com algumas corridas, experimentar, ver se estava de fato entregando o que esperávamos, pois estamos, de repente, estamos passando de 21 corridas para 42”, indicou. “É uma carga grande nos pilotos, uma carga grande nas equipes e potencialmente no orçamento também, pois a quilometragem pode ser a mesma, mas a carenagem, o risco de você ter mais acidentes durante as corridas do que tem em classificações. Teremos de esperar para ver, mas eu não estou pessoalmente 100% convencido. Mas vamos ver como funciona”, encerrou.