Tailândia entrega uma das melhores corridas da temporada, e Martín sai gigante na MotoGP

A temporada 2023 da MotoGP não para de esquentar. Jorge Martín sacou da cartola mais um fim de semana 100%, mas, desta vez, com um triunfo suado, disputado até a linha de chegada deste domingo (29) com Brad Binder e Francesco Bagnaia.

Depois de uma falha gritante na Austrália, o #89 chegou em Buriram em busca de motivos para sorrir. E foi exatamente isso que ele encontrou na 'Cidade da Felicidade'.

Depois de liderar a sexta-feira, Jorge cravou a pole e se colocou impecável na corrida sprint, vencendo com folga. No GP, porém, a vida foi um bocado mais dura.

O titular da Pramac largou bem, mas não deu conta de se livrar de Binder e escapar. Crescendo aos poucos, Bagnaia também se juntou aos dois na reta final da prova, que depois de algumas ultrapassagens e até troca de liderança, terminou com vitória de Martín. Brad cruzou em segundo, mas teve de entregar a posição para Pecco, já que saiu da pista na volta final.

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Com o resultado, Jorge desconta um pouco mais da vantagem de Francesco, que cai para 13 pontos, e esquenta o braseiro com só três corridas para o fim do campeonato.

O triunfo, contudo, não foi apenas mais um para mantê-lo colado em Bagnaia. Com bons duelos corpo a corpo, o espanhol deixa a Tailândia maior do que chegou e se mostrando mais e mais preparado para fazer história como o primeiro piloto satélite a conquistar o título da MotoGP.

“Estou muito contente. É uma sensação fabulosa, porque hoje eu não era o melhor deles”, disse Martín. “Tinha as mesmas ferramentas deles, mas não me via melhor”, avaliou.

“Guardei os pneus a todo momento, vi que Pecco se aproximava e tentei escapar, mas já não tinha pneu”, relatou. “Foi a corrida mais bonita da minha vida”, frisou.

Agora, restando apenas os GPs da Malásia, do Catar e da Comunidade Valenciana, Martín reconhece que sente a pressão de brigar pelo campeonato.

“Posso reconhecer que já sinto a pressão. Este sábado, não desfrutei nada a vitória, porque estava completamente focado na corrida de domingo. Não dormi”, revelou. “Preciso de uns quatro ou cinco dias para não pensar em motos. Estou mentalmente destroçado”, completou.

Segundo colocado em Chang, Bagnaia saiu satisfeito, também por conta de uma bela tentativa de ultrapassagem em que passou de uma vez Binder e Martín.

“Fiquei contentíssimo, porque larguei bem e imediatamente me coloquei na quarta colocação. Achei que poderia administrar o pneu e fazer tudo bem, mas a, ‘boom’, veio o acidente. Na próxima volta, ‘boom’, outra. Foi, de fato, uma corrida muito divertida, pois, naquele momento, eu era rápido, então também consegui ultrapassar”, avaliou Pecco em entrevista à emissora italiana Sky Sport. “Infelizmente, não fui incisivo nas principais acelerações, na saída da última curva, na 1 e na 3, então me faltou um pouco de inspiração. Mas recuperar e terminar em segundo, com Binder tocando o verde, é um excelente resultado, ainda mais porque foi uma corrida muito boa. Talvez uma das mais bonitas deste ano. É uma pena que não tenhamos feito a última ultrapassagem na penúltima volta. Aqui foi de… não posso dizer”, comentou rindo.

Ainda, Francesco assumiu que precisa melhorar em termos de explosão, aspecto em que vê Martín mais forte.

“Objetivamente, quando você olha para os nossos fins de semana, o de Jorge é mais impressionante, porque ele tem uma consistência e uma explosividade realmente incríveis. Nós, por outro lado, trabalhamos muito mais nas sombras, então as performances são bastante iguais nas corridas”, comparou. “O que temos de melhorar, que é o que nos faltou neste fim de semana, é a explosividade com o pneu macio”, assumiu.

Por fim, Pecco fez um balanço positivo da trinca de corridas. E o saldo foi positivo.

“Ontem nós perdemos pontos demais diante do que era o nosso potencial, mas saímos dessa tripleta asiática ccom dez pontos a mais do que quando começamos, então temos de estar otimistas. Além disso, também recuperamos velocidade, o que é fundamental”, opinou. “Acho que Jorge não precisa de energia, porque já é cheio de energia, ainda que as vitórias ajudem muitos pilotos a encontrar confiança. Mas, desta vez, nós estivemos lá. Por isso, estou muito feliz, pois voltamos a ter u fim de semana no nível mais alto, algo que estava nos faltando há algum tempo”, encerrou.

A MotoGP volta a acelerar ainda no final de semana do dia 12 de novembro, com o GP da Malásia, no circuito de Sepang. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade.