KTM diz que MotoGP exige investimento de quase R$ 400 mi para “tentar estar no pódio”

Diretor-executivo da KTM, Stefan Pierer considerou que a classe rainha do Mundial de Motovelocidade exige um orçamento enorme, mas reforçou o comprometimento da marca com a categoria

Diretor-executivo da KTM, Stefan Pierer revelou que a MotoGP exige um orçamento de € 70 milhões (aproximadamente R$ 392,7 milhões) apenas para “tentar estar no pódio”. O dirigente destacou, porém, que apesar de ser um investimento alto, a marca austríaca está comprometida com a classe rainha do Mundial de Motovelocidade.

Há seis anos na MotoGP, a KTM soma sete vitórias, três poles e total de 17 pódios. Mas ainda não conseguiu cumprir a meta de brigar pelo título. Ainda assim, a cúpula da marca vai com calma, já que também precisou esperar para obter sucesso, por exemplo, no Rali Dakar, onde conta com um histórico para lá de vitorioso.

Stefan Pierer afirmou que a KTM está preparada para esperar pelo sucesso na MotoGP (Foto: GEPA pictures/Daniel Goetzhaber/Red Bull Content Pool)

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“Quando nós decidimos entrar na MotoGP, em 2017, percebemos que o sucesso que conseguimos obter na Moto3 e na Moto2 realmente não interessava a ninguém e não criava o impacto que nós esperávamos, especialmente nos mercados asiáticos”, comentou Hubert Trunkenpolz, diretor da KTM, em entrevista à publicação alemã Speedweek.

Trunkenpolz explicou, porém, que a MotoGP é a única categoria onde é possível medir o impacto econômico do campeonato.

“Só na MotoGP você pode medir o verdadeiro retorno. O reconhecimento da marca compensa enormemente e, como resultado, a KTM é percebida como muito mais forte”, apontou. “O nosso plano de recuperar os custos da MotoGP com vendas adicionais realmente funcionou”, revelou.

“No entanto, faz sentido introduzir jovens talentos na MotoGP por meio das classes menores e, por isso, seguimos investindo na Moto3 e na Moto2 também, mas só recebemos atenção da mídia como uma fábrica na MotoGP”, sublinhou.

Pierer destacou que a MotoGP exige um orçamento enorme e tratou de traçar um paralelo com as classes menores.

“Obviamente, você precisa de um orçamento enorme para um projeto como este. Estamos falando de cerca de € 70 milhões brutos só para a MotoGP”, indicou. “Se você quer tentar estar no pódio, os números são esses. A Moto2, na verdade, é a classe mais barata, também porque são motores de produção. E a Moto3 não está nem perto da classe rainha”, indicou.

Pierer lembrou que a KTM participa de competições buscando a vitória, o que não seria diferente na MotoGP.

“Nós nunca pregamos o princípio Olímpico de que o importante é participar. Se participamos de um campeonato, queremos estar no pódio”, disse Stefan. “Sempre dissemos que seríamos pacientes na MotoGP, pois levamos de sete a oito anos no Dakar e também no Supercross americano”, recordou.

“Mostramos que levamos a MotoGP a sério e o plano a longo prazo na classe rainha é vencer também com a Tech3 como equipe cliente”, encerrou.

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