Quartararo contesta punição da FIM em Jerez e diz que "só queria sobreviver à curva"
Fabio Quartararo foi claro ao se opor com vigor à punição por "pilotagem irresponsável" que recebeu por conta do acidente da largada em Jerez
O domingo do GP da Espanha da MotoGP foi complicado para Fabio Quartararo. O campeão mundial de 2021 largou apenas na 16ª colocação, pior posição do ano, e foi para uma largada agressiva onde buscou enfileirar ultrapassagens. Só que um acidente coletivo acabou jogando o francês no chão e rendendo a primeira das punições do dia, da qual discordou veementemente. Mais tarde, viria outra.
O problema aconteceu quando Franco Morbidelli e Álex Márquez se encontraram de leve, Quartararo, que vinha rápido, ficou sem espaço para onde tirar a moto do caminho que ocupavam Marco Bezzecchi e Miguel Oliveira. Os três se embolaram: aí, Bezzecchi escapou, mas Quartararo caiu e Oliveira levou a pior e fraturou o braço além de deslocar o ombro.
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Quando a corrida foi retomada após bandeira vermelha, os comissários da FIM definiram punição de volta longa para o piloto. O motivo: pilotagem irresponsável. Punição idêntica à que Morbidelli recebeu pelo acidente na mesma curva no dia anterior, na corrida sprint. Mas Quartararo se defendeu: não tinha como escapar dos toques.
"Estou um pouco [machucado], mas com nada quebrado, então tive sorte", afirmou. "Bezzecchi estava na frente, eu estava no meio e não pude escapar do acidente, porque tentei frear e parar, mas bati em alguém, não sei quem, e a moto do Miguel acertei minha embreagem e acertei a moto de Bezzecchi", seguiu.

"Não estava tentando ultrapassar, mas continuar em duas e sobreviver à curva. Fiquei surpreso [pela punição]. Não vejo nenhum motivo para me punir, porque eu estava somente tentando fazer o melhor [para evitar o acidente e a queda]. Maio [Meregalli] e Lin [Jarvis] foram à direção de prova buscar explicações e não houve nenhuma muito clara. Da nossa parte, não vimos nada estranho da minha parte. Penso que claramente não vale a punição, mas está no passado", disse.
Como passou por fora da linha branca de marcação quando voltou para a pista após o incidente, sofreu uma segunda punição. O 11º ao qual chegou virou novamente 16º.
"Eu nem vi que passei fora da linha: estava apenas checando para ver se tinha alguma moto se aproximando. E precisei repetir depois", garantiu.
Em Jerez, os pilotos conseguiram garantir um direito de se reunir com os comissários da FIM em Le Mans, durante o GP da França. A grande questão que promete dominar a conversa é a inconsistência que os pilotos têm acusado com relação às decisões que terminam em punições.
"Eu adoraria dizer o que penso, mas teremos uma discussão e vamos ver como é possível levar esse tipo de decisão", comentou Fabio.
Além de tudo envolvendo punições ao longo do dia, Quartararo destacou o fato de que Jerez sublinhou os maiores defeitos da Yamaha em 2023. No fim das contas, terminou no décimo lugar.

"Nunca fui tão rápido com pneus médios como no warm-up e com muito combustível. Mas temos dois problemas: o tempo para atacar, mas também fiquei preso atrás de Augusto [Fernández] por dez voltas e não tinha maneira de ultrapassar. Na corrida, para mim, estamos cerca de 1s mais lentos [que deveriam]. Na manhã, fizemos 37s1 com temperatura baixa, o que me indicava que o ritmo seria 38s0 ou 37s alto na corrida, mas não fizemos isso em momento algum [1min38s5 foi a melhor volta]", apontou.
"Assim que ultrapassava alguém e abria uma vantagem, conseguia andar melhor e pegar o próximo piloto. É um problema, porque sinto que sou rápido, estou pilotando bem, mas não tenho controle sobre algumas situações", finalizou.
A MotoGP volta à ativa no fim de semana de 14 de maio, com o GP da França, em Le Mans. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade.