Ducati lidera, mas tem força desafiada pela Aprilia no dia 1 na Áustria

Dona de sete vitórias nas nove corridas disputadas pela MotoGP no Red Bull Ring, a Ducati comandou o primeiro dia de trabalhos para o GP da Áustria, com Marco Bezzecchi superando o recorde da pista. No entanto, a Aprilia surgiu forte e ficou só a 0s044 da ponta com Maverick Viñales

Pode até não ser um rival a altura do poderio no Red Bull Ring, mas a Ducati encontrou alguém para desafiar a força que já demonstrou em sete oportunidades na MotoGP no GP da Áustria. Mesmo assim, a casa de Bolonha fechou a sexta-feira (18) no topo da tabela de tempos.

Marco Bezzecchi cravou 1min28s533 e garantiu o melhor tempo do dia — inclusive superando em 0s239 o recorde estabelecido por Enea Bastianini no ano passado. O piloto da VR46, porém ficou com Maverick Viñales bem pertinho, com o titular da Aprilia surgindo só 0s044 mais lento.

Marco Bezzecchi foi o mais rápido na Áustria (Foto: Divulgação/MotoGP)
[relacionadas]

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

“Correu muito bem, foi um dia positivo. Talvez não esperasse terminar em primeiro, mas ser rápido, sim. Por enquanto, é apenas sexta-feira, por isso, quero definir o meus objetivos após a classificação. Por agora, só quero ser o mais rápido possível. Depois do erro de Silverstone, é importante tentar obter um bom resultado para voltar a demonstrar força, mas vamos pelo menos esperar pela classificação”, comentou.

“Por enquanto, é apenas sexta-feira, por isso eu quero definir os meus objetivos depois da classificação. No momento, só quero ir o mais longe possível”, frisou. “Depois do erro de Silverstone, é importante tentar obter um bom resultado para voltar a confirmar a força, mas vamos pelo menos esperar a classificação”, defendeu.

O italiano, que nem chegou a ver a bandeirada por causa de um problema com a moto, explicou que foi uma falta de combustível.

Maverick Viñales ficou com o segundo melhor tempo (foto: Divulgação/MotoGP)

Líder do Mundial, Francesco Bagnaia conseguiu o terceiro melhor tempo, 0s288 atrás do pupilo de Valentino Rossi. No total, foram cinco Desmosedici entre as dez melhores do dia.

O #1 saiu satisfeito da pista de Spielberg, mas assumiu que a GP23, a moto deste ano da Ducati, é mais difícil de equilibrar do que a do ano passado.

“Estamos entendendo a nova moto e acertando tudo. Tudo funcionou bem e eu tentei ser constante. Somos rápidos em termos de ritmo”, declarou Pecco à TV italiana Sky Sports. “A nova carenagem muda alguma coisa, mas o saldo é positivo”, opinou.

“Foi um dos melhores TL1 dos últimos tempos. Tudo funcionou bem. Essa nova moto precisa de mais tempo do que a do ano passado, mas estamos entendendo, sabemos onde trabalhar”, indicou. “O último ataque não foi bom, mas estávamos dentro já. A GP23 tem melhor tração, põe mais força no solo, mas a freada é diferente. A moto de 22 virava melhor. É um equilíbrio diferente, mas estamos encontrando o equilíbrio certo para achar velocidade. E estamos conseguindo. Estamos melhorando ao longo do dia, o que é importante”, defendeu.

A Aprilia, porém, conseguiu colocar não só Viñales entre os dez melhores. Aleix Espargaró ficou em sétimo, com Miguel Oliveira surgindo na décima posição, a 0s627 do ponteiro.

Francesco Bagnaia fechou o dia no top-3 (Foto: Divulgação/MotoGP)

“Foi um dia excelente”, comentou o Top Gun. “Desde a primeira volta, me senti imediatamente confortável na moto. Trabalhamos muito bem no acerto e isso nos permitiu ser mais preciso e incisivo na pilotagem, especialmente na hora da freada, que sempre foi um dos meus pontos fortes”, apontou.

“Fiz uma volta extremamente rápida, abaixo do recorde da pista e 0s7 abaixo do tempo que fiz na classificação do ano passado. Além disso, a configuração de corrida foi muito boa logo de cara”, contou. “É verdadeiramente incrível, mas a verdade é o resultado dos nossos constantes esforços. A equipe entende mais e mais do que eu preciso para pilotar melhor e eu me sinto melhor na moto. Amanhã vamos tentar eliminar mais alguns décimos em preparação para a corrida. Vou dar meu melhor na classificação, pois começar da frente, como sempre, será fundamental”, observou.

Tradicional líder da equipe, Aleix foi para o Red Bull Ring esperando dificuldades, já acredita que a RS-GP não tem a melhor performance em circuitos mais travados. Ainda assim , o catalão destacou que pode usar o acerto do companheiro de equipe para melhorar.

“Estou satisfeito, pois em pistas stop & go como esta, sempre tive dificuldades para parar e acelerar, mas hoje encontramos uma clara melhora com a moto, que parece estar mais bem equilibrada neste sentido”, comentou. “Também pude usar os dados de Maverick, que realmente fizeram a diferença hoje, tanto em volta lançada quanto em termos de ritmo. Foi extremante eficiente. Sei que temos margem de melhora, então vou tentar fazer isso amanhã”, encerrou.

Mesmo entre os dez melhores, Oliveira avaliou que não teve um dia fácil. O português lamentou não ter mais tempo para trabalhar na moto.

“Hoje foi um dia duro, mas, no fim, positivo. Não senti que tinha o melhor ritmo geral, mas consegui um bom tempo de ataque e isso me ajudou a ficar dentro do top-10”, continuou.

“Queria ter um pouco mais de tempo para trabalhar na moto, mas, no fim, é o que é e temos de ficar feliz com o resultado. Para amanhã, vamos tentar algumas coisas para melhorar e tentar ser competitivo na classificação e na corrida sprint”, avaliou.

Assim como a KTM, a Yamaha também conseguiu um espaço entre os dez melhores, com Fabio Quartararo virando em 1min29s155 para assegurar o nono tempo. O francês frisou, porém, que a YZR-M1 segue precisando de um motor mais forte.

Fabio Quartararo comentou que a Yamaha precisa de motor melhor (Foto: Yamaha)

“O tempo de hoje é mais ou menos o que eu fiz na classificação do ano passado”, disse o francês, que anotou 1min29s003 na classificação de 2022. “Pode ser que tenha conseguido melhorar 0s1 ou 0s15, mas o limite é esse”, apontou.

“Nos últimos três anos, a Yamaha provou cinco ou seis pacotes aerodinâmicos e nenhum funcionou. O problema com os anteriores é que a moto ficava muito mais pesada. Agora também pesa um pouco mais, porque as asas são grandes, mas acho que é um pouco melhor”, avaliou. “Agora, o problema é que precisamos de mais motor, o que nós não temos. Temos de encontrar o equilíbrio, pois, mesmo na reta principal, que é curta, perdemos 8 km/h”, encerrou.

O treino livre 2 da MotoGP para o GP da Áustria, no Red Bull Ring, está marcado para às 5h10 (de Brasília) de sábado. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das classes menores: Moto2Moto3 e MotoE.

KTM vive dilema na MotoGP 2024: pilotos demais e vagas de menos