Diretor diz que Ducati provou em 2022 que rumores de “ordens de equipe eram bobagem”

Diretor-esportivo da equipe italiana, Paolo Ciabatti afirmou que os resultados não só de Enea Bastianini, mas também de Jack Miller em confrontos com Francesco Bagnaia mostram que a Ducati passou longe de lançar mão de ordens de equipe na briga pelo título da MotoGP

Diretor-esportivo da Ducati, Paolo Ciabatti avaliou que a equipe provou na temporada 2022 de que os muitos rumores de que tinha lançado mão de ordens de equipe para ajudar Francesco Bagnaia a conquistar o título da MotoGP eram “bobagem”. O dirigente usou os resultados obtidos por Enea Bastianini e Jack Miller como evidência das alegações.

No GP da Comunidade Valenciana, Bagnaia colocou um ponto final em uma espera de 15 anos e derrotou Fabio Quartararo por 17 pontos para dar à casa de Bolonha o segundo título na classe rainha do Mundial de Motovelocidade. O caminho, porém, foi árduo, já que, depois de um início de ano atribulado, Pecco chegou a abrir 91 pontos de atraso em relação ao titular da Yamaha.

Ducati festejou título apenas na final de Valência (Foto: Divulgação/MotoGP)
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Com um total de oito motos no grid e com vários dos pilotos em boa forma, a Ducati se viu constantemente em meio a rumores de que lançaria mão de ordens de equipe para facilitar a vida a Pecco. A equipe, porém, sempre insistiu que apenas tinha pedido aos pilotos que fossem cuidados uns com os outros, especialmente quando estivessem correndo contra Bagnaia.

No GP da Malásia, quando Pecco teve a primeira chance de fechar o título de 2022, as acusações se intensificaram, já que Ciabatti passou a corrida inteira conversando com Davide Tardozzi, chefe da equipe, e, vez ou outra, procurando Gigi Dall’Igna, o chefe da Ducati Corse, a divisão de corridas.

Agora, Ciabatti avalia que a Ducati talvez tenha sido “justa demais” com Bastianini em Sepang, mas garante que os resultados mostram que ordens de equipe não foram usadas.

“Obviamente, este ano [houve nervosismo] em algumas situações, pois sabíamos que Pecco estava tentando fazer o impossível para partir de -91 e cortar o atraso em relação a Fabio”, disse Ciabatti em entrevista à revista inglesa Autosport. “Estávamos bem nervosos em algumas situações, em Misano e Aragão, e, para ser completamente sincero, em Sepang”, seguiu.

O dirigente lembrou que, na disputa malaia, uma ultrapassagem de Marco Bezzecchi em cima de Quartararo poderia ser decisiva para o título, já que, com ‘El Diablo’ fora do pódio, uma vitória de Pecco fecharia a conta do campeonato.

“Sepang foi um pouco diferente, pois estávamos vendo Bezzecchi se aproximar de Quartararo e, se Bezzecchi fosse o terceiro, com Pecco vencendo, seríamos campeões mundiais”, recordou. “Então estávamos discutindo o que fazer se Bezzecchi fosse o terceiro. Mas quando Bezzecchi chegou a 0s8, ele começou a perder, então decidimos: ‘Ok, então vamos deixar passar’”, detalhou.

“Talvez tenhamos sido justos demais do lado da Ducati de deixar passar [entre Bagnaia e Bastianini em Sepang], mas, de qualquer forma, acho que mostramos que toda aquela bobagem sobre ordens de equipe era uma bobagem, pois se houvessem ordens de equipe, Jack [Miller] não teria sido segundo na Tailândia e Bastianini não teria vencido em Aragão. Ou tentado passar Pecco na linha de chegada de Misano ou sequer tentado desafiá-lo em Sepang”, completou.