Aprilia levanta tom e critica caos na largada no GP das Américas: "Prejudica o espetáculo"

Massimo Rivola, CEO da Aprilia, reclamou do cancelamento da primeira largada do GP das Américas e fez duras críticas à estratégia adotada por Ducati e Marc Márquez na etapa americana

O caos pouco antes da largada do GP das Américas segue repercutindo nos bastidores da MotoGP. Massimo Rivola, CEO da Aprilia, foi uma das vozes mais críticas em relação à tática da rival Ducati que acabou interrompendo o primeiro procedimento de partida e gerou bandeira amarela no circuito de Austin.

Pouco antes da largada, a chuva que já tinha condicionado a corrida da Moto2 voltou a cair no Circuito das Américas, levando a direção de prova a declarar uma corrida em pista molhada. A maioria dos pilotos optou por pneus de chuva, com exceção de Brad BinderEnea Bastianini Ai Ogura, que apostaram nos slicks.

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Três minutos antes da largada, porém, Marc Márquez saiu correndo em direção ao pit-lane, sendo imediatamente seguido por Francesco BagnaiaFabio Di Giannantonio e mais um grupo de pilotos.

A bandeira vermelha, porém, só foi acionada graças também a Maverick Viñales, que ficou a pé no grid pedindo a devolução da RC16, que tinha sido removida. Com todos os pilotos de volta ao pit-lane, os pilotos trocaram para as motos acertadas com slicks e voltaram às posições originais no grid, sem nenhuma sanção.

Confusão no grid obrigou MotoGP a cancelar primeira largada (Foto: Divulgação/MotoGP)

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"Depois do que vimos na largada, as regras precisam ser revistas, com certeza, para prevenir a repetição de situações como essa bagunça. Prejudica o espetáculo, sem contar que acaba confundindo os espectadores", afirmou Rivola, chefe da Aprilia.

Marco Bezzecchi, piloto da Aprilia, também comentou a largada bagunçada em Austin e mostrou-se confuso com toda a situação apresentada. "Foi estranho, não sabia o que fazer porque estava no grid e vi vários pilotos correndo, as motos sendo retiradas. Fiquei sem palavras, mas assustado se deveria trocar de moto e talvez levar uma punição, então esperei até a direção de prova afirmar que poderia deixar o grid", destacou o italiano.

Assim, um novo procedimento foi iniciado, o que permitiu que todos os pilotos trocassem as motos e recuperassem as posições no grid livres de punição. Mas, de acordo com Mike Webb, o diretor de prova da MotoGP, se não fosse a bandeira vermelha, Marc teria uma sanção maior do que largar no fundo do grid.

Pilotos saem correndo para o pit-lane e trocam motos para pneus slick em Austin (Vídeo: MotoGP)

“Nós tivemos uma situação similar no GP da Argentina de 2018 e nós reescrevemos as regras para garantir que quem mudasse o tipo de pneu na moto, e mudasse dentro das condições deixando o grid, recebesse uma punição”, recordou Webb. “Então, não fosse pelo caos que me fez parar o procedimento de largada, se tivéssemos podido continuar, os pilotos que pegaram a moto reserva no pit-lane, com pneus diferentes, teriam de pagar um ride-through na corrida”, seguiu.

“Parece que a equipe do Márquez não estava esperando um ride-through, estavam apenas esperando uma largada do pit-lane ou do fundo do grid, mas as regras dizem que, quando você troca os pneus desta forma, você fica com a posição original no grid depois do warm-up e cumpre um ride-through na corrida. Eles arriscaram um ride-through”, frisou. “Da forma como aconteceu, com tantas motos e tamanha confusão, pessoas dentro e fora do grid, eu determinei uma nova largada e eles deram muita sorte”, encerrou.

MotoGP volta a acelerar entre 11 e 13 de abril, com GP do Catar, em Lusail, quarta etapa da temporada 2025. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade durante todo o ano.

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