Aleix Espargaró pede testes em chassi "diferente" de carbono: "Nem melhor, nem pior"

Depois de provar o chassi de carbono da Aprilia pela primeira vez, em Misano, Aleix Espargaró disse ter tirado poucas conclusões e pediu testes em circuitos diferentes

A KTM chamou atenção nos testes realizados pela MotoGP na última segunda-feira (11), em Misano, ao testar o novo chassi de fibra de carbono com sua dupla titular. No entanto, não foi só a equipe austríaca que experimentou a novidade, mas também a Aprilia — que teve Aleix Espargaró usando o item e conquistando a 11ª posição ao fim da atividade. Apesar da primeira experiência, o piloto espanhol tirou poucas conclusões sobre o artefato e pediu por mais testes.

"Temos de testar de novo", disse Espargaró. "Isso vai soar estranho, mas não ficou pior, nem melhor — é realmente diferente. Então, precisamos testar em outro circuito, reconfigurar a moto", analisou o espanhol.

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"Não é tão fácil [evoluir o conceito]", admitiu. "Às vezes, quando você está no nível que estamos agora, é muito difícil conseguir melhorar o chassi", apontou.

Durante o teste, entretanto, Aleix passou por uma situação preocupante. Durante uma de suas voltas, o piloto da Aprilia perdeu a traseira da moto e foi parar na caixa de brita, escorregando em direção ao muro. Apesar de admitir que o momento foi "assustador", o piloto explicou o incidente e disse que tentou evitar a barreira de proteção.

Na sessão realizada em Misano, Luca Marini terminou na ponta (Foto: Divulgação/MotoGP)

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"Estava testando o novo chassi e perdi a traseira na entrada da curva 13", comentou. "Passei reto em direção ao muro, foi bem assustador, mas não foi realmente uma batida. Acabei espalhando, estava super rápido e, para evitar a parede, pulei da moto", salientou.

Sobre as experiências com o teste, Espargaró destacou algumas características da nova moto e ressaltou a necessidade de continuar evoluindo o modelo. Segundo ele, apesar de a máquina apresentar mais estabilidade em alguns setores, a situação se inverte completamente em outros.

"Não tenho certeza se posso falar, mas o novo quadro [de carbono] é mais leve", apontou. "E senti que também é um pouco mais flexível, mais macio, o que não é realmente o que os engenheiros estavam tentando fazer. É um pouco melhor nas ondulações, mas também é muito instável. Então, precisamos continuar trabalhando", adiantou.

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Aleix não quer testar os novos componentes no campeonato de 2023 (Foto: Aprilia)

"Também precisamos ver como será com a nova aerodinâmica de 2024. Se você tem um chassi flexível, mas pode adicionar algum peso na traseira ou na frente, isso também mudaria as coisas", afirmou. "Então, este é o motivo de ser apenas um pequeno teste, e vamos continuar em frente", disse.

Por fim, Aleix descartou completamente a possibilidade de testar o conceito no campeonato atual. Com mais oito corridas pela frente em 2023, o espanhol argumentou que o conjunto atual da Aprilia já o permite buscar vitórias. Até aqui, Aleix venceu duas vezes este ano, na Inglaterra e na Catalunha.

"Para mim, com o conjunto que temos, é bom o suficiente para brigar por vitórias. Não quero mudá-lo", reconheceu. "Não é o momento de mudar, temos muitas corridas agora. É melhor focar no que temos. Não devemos nem brincar demais com a geometria. Neste ponto da temporada, é melhor estar focado e elevar ao máximo o que você possui", finalizou.

Com 160 pontos conquistados, Aleix ocupa a 5ª posição no Mundial da MotoGP e se vê atrás de Brad Binder, Marco Bezzecchi, Jorge Martín e Francesco Bagnaia, que lidera. A próxima etapa da categoria está programada para o dia 24 de setembro, com o GP da Índia.