Aleix Espargaró apoia união dos pilotos, mas avisa: “Não vai ser uma revolução”
Aleix Espargaró admitiu conversas para a formação de uma Associação de Pilotos no Mundial de Motovelocidade, mas considerou que a união não vai “mudas muito as coisas”. Titular da Aprilia reclamou da forma como os contratos são tratados, especialmente nas classes menores
Em meio a rumores da formação de uma Associação de Pilotos no Mundial de Motovelocidade, Aleix Espargaró se queixou que os contratos precisam ser mais respeitados. O titular da Aprilia, no entanto, acredita que a união dos competidores “não vai mudar muito as coisas”.
Atualmente, o Mundial conta com duas sociedades: a IRTA, a Associação Internacional das Equipes de Corrida; e a MSMA, a Associação das Marcas de Motocicletas Esportivas. No entanto, os pilotos não contam com uma representação própria.
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A Dorna, promotora do campeonato, entende que a IRTA trata dos interesses dos pilotos, mas a situação é, de fato, ambígua, já que nem sempre as conveniências dos competidores são as mesmas das equipes.
“O que acontece é que a IRTA protege demais às equipes, não aos pilotos”, considerou Aleix.
O piloto de Granollers manifestou incomodo com a forma como os contratos são tratados, especialmente nas classes menores.
“Neste paddock, os contratos precisam ser mais respeitados”, disse Aleix. “Me parece incrível que os contratos sejam rompidos de ambas as partes, mas quando isso não acontece, é porque as equipes rompem. Temos visto isso com muita frequência na Moto2. Se as duas partes estão de acordo, como Marc Márquez e Honda, é bom, faz parte da relação”, seguiu.
“O problema é o que acontece muitas vezes na Moto2 ou na Moto3, onde as equipes decidem unilateralmente romper com um piloto quando ele não passa por um bom momento. Mas, quando acontece o contrário, e o piloto ganha corridas, ou mais corridas do que o esperado, ele não vai pedir mais dinheiro”, ponderou.
Aleix lembrou a situação de Raúl Fernández, que mesmo dominando a Moto3, não ganhou um aumento salarial.
“Vimos isso há dois anos com Raúl Fernández. Ele ganhava três pesetas [a moeda usada na Espanha entre 1869 e 2002], porque é isso que se ganha na Moto2, e venceu muitas corridas. A equipe dele não ofereceu a ele um salário 30% maior. Pois então não se pode tirar um piloto da moto quando ele passa por um mau momento”, avaliou.
O mais velho dos Espargaró avaliou que uma associação de pilotos pode ser um caminho para dar mais voz aos pilotos, mas não acredita em solução definitiva.
“Não acho que isso vá mudar muito as coisas. Tem quem ache que isso vai ser uma revolução, mas não vai. Não tem nada super concreto. Mas seria bom se tivesse um capitão de todos os pilotos, ou o diretor de uma associação, para nos unirmos todos. As opiniões agora são muito diferentes. E, às vezes, inclusive promovidas pelas fábricas”, concluiu.
A MotoGP volta a acelerar no GP da Austrália, em Phillip Island, no final de semana do dia 22 de outubro. O GRANDE PRÊMIO faz a cobertura completa do evento, assim como das outras classes do Mundial de Motovelocidade.