Na Garagem: Dixon leva melhor em batalha quíntupla e leva título da Indy pela primeira vez

Scott Dixon foi segundo colocado no Texas e levantou o primeiro dos seis títulos da Indy. Gil de Ferran se despediu da categoria com vitória, enquanto Kenny Bräck sofreu acidente horrível e se aposentou

Foi em 12 de outubro de 2003 que a Indy coroou um novo campeão sem saber que se tornaria um dos maiores pilotos que o esporte já viu. O neozelandês Scott Dixon, então com 23 anos de idade, levantou o primeiro dos seis títulos pela Chip Ganassi Racing após um segundo lugar no GP do Texas 2, disputado no oval de Fort Worth.

A temporada 2003 ficou marcada por diversos fatores importantes. Após a exclusividade da CART expirar, a IRL pôde utilizar o nome IndyCar Series novamente. E provando a queda da categoria rival, equipes como Ganassi e Andretti Green trouxeram seus programas para a IRL, assim como as montadoras Honda e Toyota.

[relacionadas]

Em um campeonato de 16 corridas, Dixon, que se transferiu da PacWest para a Ganassi no meio de 2002, fez grande temporada, desembarcando no Texas como líder do campeonato, com 467 pontos, com vitórias conquistadas em Miami, Pikes Peak e Richmond. Porém, para a rodada final, Dixon tinha a concorrência de outros quatro pilotos. O brasileiro Helio Castroneves, da Penske, estava empatado com o neozelandês. Ele cresceu na reta final do campeonato, e com vitórias em Gateway e Nazareth, chegou a assumir a ponta, antes de Scott empatar.

Outro brasileiro na disputa era Tony Kanaan, da Andretti, que com uma vitória no início do campeonato, em Phoenix, apresentou bastante consistência para ser líder na maior parte da temporada. No Texas, era terceiro com 460 pontos. Atual bicampeão, Sam Hornish Jr, da Panther, cresceu na reta final do certame com triunfos em Kentucky, Chicago e Fontana, que o colocaram matematicamente na briga com 448 tentos.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Os postulantes ao título de 2003 (Foto: LAT Images)

Fechando a lista de postulantes, estava o também brasileiro Gil de Ferran, da Penske, com 437, impulsionado pela vitória na Indy 500. Curiosamente, Gil tinha possibilidade de título mesmo sem correr em Phoenix, quando teve uma lesão nas costas. De Ferran, inclusive, se aposentaria da Indy no Texas, realizado pelo feito de maio.

Na classificação, Gil ficou com a pole-position, com Dixon largando na primeira fila. Castroneves partiria de quinto, enquanto Kanaan era nono e Hornish Jr. partia de 12º. De Ferran manteve a ponta nas primeiras voltas, acompanhado por Dixon, enquanto Helio ganhou espaço e chegou ao terceiro posto. Com as voltas passando, Tony e Sam chegaram na briga, com os cinco postulantes ao título ocupando as cinco primeiras posições.

A primeira bandeira amarela da corrida surgiu por conta de detritos na pista e coincidiu com a primeira janela de pit-stops. Kanaan se deu melhor e assumiu a ponta. De Ferran saiu dos boxes em segundo, seguido por Dixon, Hornish Jr. e Castroneves.

Scott Dixon conquistou o título no Texas (Foto: LAT Images)

Ed Carpenter ficou lento na pista e causou a segunda amarela da corrida. Castroneves, De Ferran e Hornish optaram por parar pela segunda vez, enquanto Kanaan e Dixon seguiram na pista e com as primeiras posições na relargada, que aconteceu na volta 58. Carpenter parou e voltou a causar a intervenção do pace-car, agora com 72 voltas.

Com a segunda janela de pit-stops durante o período de amarela, Dixon assumiu o primeiro lugar nos boxes, seguido por Kanaan. Castroneves aparecia em terceiro, com Hornish Jr. em quarto. Poucas voltas depois da relargada, veio a primeira pancada do dia, envolvendo Alex Barron e Felipe Giaffone.

De Ferran, inclusive, aproveitou a chance de parar e teve problemas na hora da troca de pneus, caindo para o 15º lugar. Dixon seguia na ponta, com Kanaan, Castroneves e Hornish Jr. na pressão. O então bicampeão da IRL cresceu, deixando os brasileiros para trás e indo para cima do neozelandês. Na volta 141, o americano assumiu a liderança com uma sequência de voltas em primeiro.

A última janela de paradas da corrida aconteceu em bandeira verde. Os quatro primeiros colocados foram aos boxes, enquanto Gil de Ferran ficou na pista e conseguiu assumir a liderança de vez com o último pit-stop.. Com problemas de motor, Hornish Jr. acabou abandonando. Logo em seguida, Richie Hearn bateu.

Na relargada, De Ferran partiu em primeiro, seguido por Castroneves, Kanaan e Dixon. Na relargada, um toque com Helio furou um dos pneus de Kanaan. O piloto da Penske também precisou de um pit-stop, deixando caminho livre para Scott Dixon levar o título mesmo com o segundo lugar.

Para encerrar a corrida, um dos acidentes mais assustadores da história da Indy. Kenny Bräck, da Rahal, foi acertado por Tomas Scheckter e viu o carro decolar contra a grade. O piloto sueco bateu a uma força-g de 214, se tornando o acidente mais forte de um sobrevivente no esporte a motor. Apesar de consciente, Kenny sofreu diversas fraturas nos tornozelos, fêmur, esterno e nas costas. Bräck retornaria dois anos depois, na Indy 500.

Com a bandeira vermelha, a prova foi dada como encerrada. De Ferran se despediu da Indy com vitória e o vice-campeonato, com 489 pontos. Dixon levantou a taça, com 507. 20 anos depois, já são seis títulos do neozelandês. Quem completou o pódio naquela ocasião foi o novato Dan Wheldon, que seria campeão anos depois.