Pérez cumpre missão, evita remontada de Verstappen e vence GP da Arábia Saudita de F1

A Fórmula 1 voltou à noite para realizar a segunda corrida da temporada 2023. No circuito à beira-mar de Jedá, Sergio Pérez foi quem mandou nas ações e saiu com a vitória

TUDO SOBRE O GP DA ARÁBIA SAUDITA | Briefing

O susto na classificação causou certo frenesi e fez com que rivais e público vislumbrassem a possibilidade de surpresa em Jedá, mas o GP da Arábia Saudita deste domingo (19) terminou com o resultado que todo mundo imaginava: uma dobradinha da Red Bull. Apesar de largar no 15º lugar, Max Verstappen recuperou o tempo perdido e chegou ao top-2, mas não bateu uma pessoa. Sergio Pérez soube levar a prova e terminou com a primeira vitória dele na temporada 2023, a quinta na Fórmula 1.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

[relacionadas]

Pérez até perdeu a posição na largada, quando Fernando Alonso contornou a primeira curva já na frente. Só que o espanhol havia se posicionado errado no colchete do grid e terminou punido com 5s. Antes mesmo que pudesse cumprir a punição, Pérez colocou o RB19 para funcionar, atacou e recuperou o posto para não mais perder.

Verstappen, por sua vez, já vinha recuperando posições sem grandes problemas e aparecia no quinto lugar. A questão é que as diferenças para os quatro primeiros colocados eram consideráveis, embora não gigantes. O trabalho foi facilitado, entretanto, quando Lance Stroll teve problemas e foi obrigado a parar o carro na área de escape, causando safety-car. Aí, ultrapassagens simples e rápidas para chegar ao segundo lugar. Na última volta, ainda fez a melhor volta da corrida e anotou um ponto extra.

Sem ter como acompanhar os carros taurinos, Alonso fez o trabalho dele, como havia feito no Bahrein, e completou no terceiro posto, indo ao pódio. George Russell e Lewis Hamilton vieram na sequência, pondo a Mercedes na frente das duas Ferrari: Carlos Sainz e Charles Leclerc, nesta ordem. Esteban Ocon, Pierre Gasly e Kevin Magnussen fecharam o top-10.

A Fórmula 1 continua a temporada com o GP da Austrália, no circuito de rua de Melbourne, entre os dias 31 de março e 2 de abril.

Sergio Pérez conquistou a quinta vitória na F1 (Foto: Red Bull Content Pool)

Confira como foi o GP da Arábia Saudita:

Noite, ventos e calor a Fórmula 1 chegou ao domingo do GP da Arábia Saudita, segunda corrida da temporada 2023. A temperatura ambiente, nos minutos anteriores à largada, aparecia em 26°C, enquanto o asfalto alcançava 32°C. A maior preocupação era das ventanias horas antes da prova era sobre os ventos, mas previsão do tempo é sempre algo mutável: a ventania foi embora da pista de Jedá.

A escolha prioritária de pilotos e equipes para a largada era dos pneus médios. Na gama intermediária que a Pirelli escolheu para levar a Jedá, com os C2, C3 e C4, 16 dos 20 participantes largariam de pneus médios. Entre estes, os seis primeiros colocados e mais Max Verstappen, em 15º. Em sétimo, Lewis Hamilton partia de duros; Charles Leclerc, em 12º, estava de macios; Lando Norris e Logan Sargeant, dois últimos colocados, estavam, respectivamente, de macios e duros.

As posições esquisitas para Leclerc e Verstappen eram força das circunstâncias. O monegasco perdeu dez posições no grid como punição por fazer a segunda troca da unidade de controles eletrônicos na temporada, enquanto o líder do campeonato teve defeito no eixo de transmissão logo no começo do Q2 e teve de abandonar a classificação do sábado.

Com as luzes dando o ok para a largada, o pole-position Sergio Pérez não saiu bem. Ao lado dele, Fernando Alonso partiu melhor e chegou à primeira curva com vantagem para contornar como o novo líder da corrida. Quase que imediatamente, a direção de prova colocou o espanhol sob investigação com relação à posição que estava no colchete para a largada. E a punição veio já na segunda volta: 5s por se posicional muito à esquerda do colchete.

George Russell se manteve na terceira colocação, enquanto Lance Stroll fez o bastante para tomar o terceiro posto de Carlos Sainz no contorno da curva 13. Esteban Ocon, Lewis Hamilton e Pierre Gasly se mantinham atrás, enquanto Charles Leclerc rapidamente saltou para o no no posto, com Guanyu Zhou a reboque.

Lá atrás, um pedaço de carroceria de Lando Norris aparecia voando após a briga nas últimas posições. Um absoluto desastre para a McLaren, que chamou Lando imediatamente para os boxes, mas o pior de tudo era com Oscar Piastri. O novato saiu com danos da asa dianteira de um toque com Gasly e também teve de parar. A McLaren terminava a primeira volta com as duas últimas posições e já pneus duros em ambos os carros.

De imediato, Pérez começou a incomodar Alonso. Com carro muito melhor, travou na primeira tentativa, mas converteu a ultrapassagem na quarta volta. Oficialmente, voltava a ser líder. Verstappen, por outro lado, ia passando da maneira possível, sem exagerar. Após cinco voltas, aparecia no 11º lugar e já encostava em Zhou para invadir a zona de pontuação.

Sergio Pérez e Fernando Alonso trocaram posições no começo da corrida (Foto: Red Bull Content Pool)

Avisado sobre a punição, Alonso quis poupar palavras. "Copiei", foi a única coisa que falou. As duas Ferrari tentavam fazer alguma coisa: Leclerc foi para cima de Gasly e, com estilo, tomou o oitavo posto. Sainz assumia linhas fora das tradicionais da pista para tentar se aproximar de Stroll, mas não conseguia atacar.

Outro que atacava era Verstappen, freando bem tarde e indo fora das linhas principais da pista para buscar a ultrapassagem seguinte que veio no fim da reta dos boxes assim que abriu a oitava de 50 voltas. Em seguida, Hamilton foi colocado sob investigação por ziguezaguear na reta dos boxes enquanto Charles se aproximava.

Na Aston Martin, a ordem para Alonso era ir para o plano A, no que dizia respeito às paradas nos boxes. Fernando seguia dentro de 1s atrás de Pérez, diga-se. Leclerc seguia ganhando espaço e ultrapassava um Hamilton sem qualquer defesa — lembrem: pneus macios contra pneus duros — para tomar o sétimo lugar. Mas Lewis lamentava que "a aderência é uma porcaria com estes pneus".

Quem também continuava passando era Max, que deixou Gasly para trás sem muitas dificuldades e tomou o nono lugar. Estava pouco mais de 1s atrás de Hamilton e não demoraria a encostar.

Na chegada à décima volta, a janela de pit-stops se abria. Kevin Magnussen e Valtteri Bottas foram os dois primeiros a parar, ao passo que Nico Hülkenberg tinha volta cancelada por conta dos limites de pista. Muitas dessas rendem avisos e, com vários avisos, vem punição. Enquanto isso, na Aston Martin, o recado para Alonso era que os pneus "estavam ótimos" e que a decisão era estender o stint.

Ocon fez um começo interessante de corrida. Sem ter como pegar ninguém à frente e sabendo que tinha gente forte para aparecer atrás, abriu boa vantagem no sexto lugar. Leclerc se aproximava, mas o francês mantinha certa distância após 12 voltas. Já Hamilton não tinha nada disso, tampouco se entendia com o carro e acabava passado por Verstappen.

Zhou e Hülkenberg foram os próximos a parar nos boxes. Quem parava, colocava pneus duros. mas Leclerc finalmente fez valor os pneus macios no carro da Ferrari e passou Ocon na volta 13. Estava 4s atrás do companheiro Sainz, mas era notável já ter grudado nele tão rapidamente. Na frente, Alonso, agora com desvantagem de 3s5 para Pérez, voltou a falar que os pneus estava ainda bons.

Sainz, por sua vez, tinha menos de 1s de desvantagem para Stroll, mas recebeu a ordem de entrar nos boxes. Mas não entrou! Quem entrou foi Stroll, efetivamente enganado para tentar evitar um undercut!

Sem mais ultrapassagens óbvias a fazer, Verstappen começava a se aproximar de Leclerc. Era óbvio que, sem tráfego, a Red Bull tinha melhor carro e melhor pneu, também, visto que estava de médios. A estratégia da outra Ferrari funcionava melhor: ao ficar na pista por uma volta a mais, Sainz tomou a posição de Stroll e voltou na frente: em nono na pista, ainda com as posições bagunçadas.

Charles Leclerc fez começo de recuperação (Foto: AFP)

Mas as coisas ganhariam certo drama em seguida. Stroll perdeu potência e recebeu a terrível ordem que pilotos jamais querem escutar: "pare o carro". Assim, o canadense, logo após sair dos boxes, teve de estacionar o AMR23 na área de escape no setor intermediário na pista e causar o primeiro abandono do dia. Mais que isso: safety-car na pista.

Como era de se esperar, todos os primeiros colocados entraram na volta 19. Até Norris resolveu ir para trocar de novo e pôr pneus médios. A Ferrari mandou Leclerc acelerar bastante antes da linha do safety-car na hora da relargada, mas o monegasco não gostou. "Vocês deviam ter me dito isso antes".

A relargada veio logo em sequência, na abertura da volta 21. Pérez segurou a ponta, ao passo que Alonso segurou Russell no segundo posto. Verstappen era o quarto, seguido por Sainz, enquanto Hamilton aparecia na frente de Leclerc. As ultrapassagens vieram mais atrás, com Sargeant e Alexander Albon ultrapassando Nyck de Vries pelas posições 13 e 14.

No fim da volta, Hamilton resolveu que, de pneus médios contra duros de todo mundo que estava ao redor, agora era quem tinha vantagem. Assim, partiu para dentro de Sainz e tomou o quinto lugar. E até mais, resolveu ir para dentro de Verstappen que, desesperadamente, partia para pegar Russell. A única forma de evitar Hamilton era uma nova ultrapassagem.

Eventualmente, na volta 24, Verstappen efetuou a passada quando conseguiu abrir a asa e tomou o terceiro lugar. Com Max em terceiro e buscando Alonso, era a hora de Pérez ligar o turbo e abrir vantagem para não correr qualquer risco. Na marca de metade da prova, tinha 5s5 para o segundo colocado e ainda fez a, então, melhor volta da corrida: 1min33s440. No giro seguinte, melhorou: 1min33s426.

Verstappen facilmente chegou a Alonso e partiu para tomar o segundo lugar. O safety-car foi um presente dos deuses para o líder do campeonato, que viu as diferenças negativas que tinha para os quatro primeiros colocados ser aniquilada.

O ímpeto pós-relargada de Hamilton caiu, com o heptacampeão andando ligeiramente pior até que Russell apesar dos pneus médios. A situação piorou mesmo para Albon, que sentiu problemas nos freios e passou a diminuir a velocidade e desfilar na pista, sendo ultrapassado por meio mundo, rumo aos boxes.

Verstappen era quem passava a virar tempo na tentativa de alcançar Checo: com 1min32s670 assumia o posto de dono da melhor volta. Na realidade, virou 0s9 mais veloz que o companheiro na volta 31.

Falando em companheiros, Leclerc aparentava ser mais rápido que Sainz, mas estava preso atrás. Logo após travar os pneus numa tomada de curva, reclamou. "Ficar atrás assim e realmente uma bosta. Não sei o que fazer", falou.

Stroll sofreu problema e abandonou GP da Arábia Saudita (Vídeo: Divulgação)

A partir daí, depois das 30 voltas, a corrida viu o ritmo diminuir. Parecia um passeio no parque das duas Red Bull na frente, com ambos trocando quem tinha a melhor volta da prova em mãos, até um aviso de Verstappen. "O câmbio está ficando mais duro", falou. A equipe avisou que estava tudo certo, mas Max replicou que tinha "alguma coisa errada". Depois do problema do sábado, a Red Bull recolocou a caixa de câmbio do Bahrein no carro de Verstappen, então era algo a se observar.

Aí, em seguida, foi Pérez quem disse que estava tendo de pisar fundo demais no pedal de freios. A equipe, por outro lado, garantiu que estava tudo nos conformes.

Ultrapassagens só fora do top-10. Zhou foi para cima de Sargeant e tomou o 13º posto quando parecia que o americano faria algum movimento contra Hülkenberg. Um trenzinho se formava: Sargeant, De Vries, Norris e Piastri, mas ninguém passava ninguém a dez voltas do fim.

CONFIRA O GP DA ARÁBIA SAUDITA DE F1 AO VIVO COM O GRANDE PRÊMIO