Red Bull explica pedido para Pérez baixar ritmo e apoia briga por volta mais rápida

Sergio Pérez e Max Verstappen ensaiaram um duelo nas últimas voltas do GP da Arábia Saudita, realizado neste domingo (19), em Jedá. O mexicano levou a melhor e conquistou a sua quarta vitória em circuitos de rua, mas não sem deixar uma polêmica, quando questionou o ritmo de ´prova do companheiro de Red Bull, postura que foi defendida por Christian Horner, o chefe de ambos, após a etapa que viu mais uma dobradinha da esquadra dos energéticos.

Tudo começou quando Verstappen relatou ruídos no eixo de transmissão, quando estava a 15 voltas do fim e a aproximadamente 5s do piloto mexicano, líder da corrida. Logo na sequência, Pérez também reclamou de problemas no freio e recebeu, como resposta da Red Bull, um pedido para reduzir o ritmo.

Foi quando o vencedor do GP da Arábia Saudita questionou a equipe se o concorrente holandês também tinha recebido a mesma instrução, o que deixou uma impressão de desconfiança. Mas a preocupação do mexicano foi defendida por Horner.

“Sempre haverá isso quando você é o carro da frente. Você sempre quer saber se o carro que está atrás atingiu a meta [de tempo] primeiro. Isso é totalmente natural. Acho que para nós, como equipe, estávamos preocupados se havia um problema de confiabilidade e como administraríamos isso”, explicou o chefe dos taurinos.

“[A instrução foi dada] Quando pensamos que tínhamos o problema com o eixo de transmissão [no carro de Verstappen], então era uma questão de apenas tentar construir um pouco de margem. Nesse ponto, pensamos, vamos diminuir o ritmo dos dois carros. Mas assim que ficou claro que não tinha nada nos dados, liberamos os carros novamente”, explicou.

De acordo com Horner, os dados do carro de Verstappen foram analisados, inclusive, pela equipe de engenheiros em Milton Keynes durante a corrida. Nenhum indício de problema no eixo de transmissão foi encontrado, o que fez com que a equipe permitisse que os pilotos voltassem a duelar.

“Max [Verstappen] disse pelo rádio que ouviu um ruído agudo em alta velocidade e, portanto, seu coração imediatamente disparou, pensando na falha do eixo de transmissão na classificação [que fez o holandês abandonar a prova no Q2]. Mas verificando todos os dados que temos aqui, tudo o que a equipe viu em Milton Keynes. Todos os parâmetros que tínhamos pareciam bons”, contou Horner.

No fim, o ponto alto da batalha foi pela volta mais rápida, que rendeu o ponto extra para Verstappen, suficiente para mantê-lo na liderança do Mundial de Pilotos. Nas últimas voltas, Pérez voltou a questionar, via rádio, se o companheiro de Red Bull estava liberado a ampliar o ritmo e foi surpreendido quando ouviu que o holandês iria tentar o melhor tempo, que foi construído na última volta.

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“É a última volta. Se ele [Verstappen] vai, ele vai. Acho que ele mesmo [Pérez] já havia chegado a essa conclusão. Ambos os pilotos tinham a informação. Checo [Pérez] fez a volta mais rápida naquele momento e então ele perguntou o que iria acontecer, era óbvio por que ele estava perguntando. Ele sabia que Max ia tentar”, justificou Horner.

“É claro que o interesse da equipe é maximizar os pontos e, a qualquer momento, se você sente que pode ter um problema de confiabilidade, então obviamente você gerencia isso. Acho que inevitavelmente Max disse no rádio que o ponto para a volta mais rápida significava muito para ele e não havia razão para não deixarmos que ele e o Checo tentassem isso”, finalizou.

A Red Bull segue dominando o campeonato com a liderança do Mundial de Construtores e as duas primeiras colocações do Mundial de Pilotos. Verstappen, até o momento, tem levado a melhor sobre Pérez na classificação: 44 pontos a 43. A Fórmula 1 continua a temporada com o GP da Austrália, no circuito de rua de Melbourne, entre os dias 31 de março e 2 de abril.