Chefe da Red Bull elogia trabalho e diz que "deve ser difícil" para Binotto deixar Ferrari

Christian Horner destacou o trabalho de Mattia Binotto no desenvolvimento da F1-75 e reconheceu a pressão que é ser chefe de equipe da Ferrari: "É um time nacional"

Depois de uma temporada em que começou dominante e dando a impressão de que não teria adversários, a Ferrari acabou vendo a Red Bull assumir o controle do campeonato e terminar campeã tanto no Mundial de Pilotos, com Max Verstappen, quanto no de Construtores. Uma derrota dolorida, que recaiu sobre as costas do chefe de equipe, Mattia Binotto, mas Christian Horner acredita que o italiano fez um ótimo trabalho com a F1-75 em 2022.

O inglês falou sobre a saída de Binotto da Ferrari durante a cerimônia de premiação anual que a FIA realiza ao final da temporada. O evento aconteceu na noite de sexta-feira (9), em Bolonha, Itália, e Horner foi questionado pela revista inglesa Autosport se havia ficado surpreso com a decisão da rival de Maranello sobre a troca de comando do time para 2023.

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Christian Horner falou sobre a saída de Mattia Binotto da Ferrari (Foto: FIA)

"Sendo justo com Mattia, acho que ele fez um trabalho muito bom construindo um carro e um motor muito competitivo para a Ferrari este ano", disse Horner, ressaltando que não deve ter sido nada fácil para Binotto romper o vínculo com a empresa pela qual dedicou 28 anos de sua carreira.

"É claro que eles tiveram questões operacionais. Ele dedicou um longo período de sua vida à Ferrari, e tenho certeza de que foi muito difícil deixar a equipe depois de tanto tempo", continuou Horner. "Claro que é uma pressão enorme estar lá, é efetivamente um time nacional, além de ser uma equipe de fábrica. Acho que será o sexto chefe de equipe [da Ferrari] com quem me sentarei à mesa, já que estou na Red Bull [há tempos], e há muita pressão nesse trabalho, sem dúvida", completou.

Horner — que protagonizou uma saia-justa com o presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Mohammed Ben Sulayem, graças a uma piada sobre o teto de gastos — já havia falado em entrevista o quanto a dobradinha em Ímola foi decisiva para a virada da Red Bull. Para o chefão dos taurinos, o GP da Emília-Romanha foi algo "psicologicamente grandioso" para a base em Milton Keynes.

"Acho que eles tiveram um carro mais rápido que o nosso no início da temporada, mas nos mantivemos perto, e isso foi muito, muito importante. Nosso campeonato teve 21 corridas, pois tivemos um abandono duplo na primeira [no Bahrein]", lembrou Horner.

"Para mim, um dos finais de semana cruciais foi Ímola. Vencer as duas corridas, a principal com dobradinha, e na casa da Ferrari foi, psicologicamente, algo grandioso para nós como equipe, assim como para eles. À medida que desenvolvemos o carro, melhoramos a performance e diminuímos o peso, a velocidade apareceu", finalizou.