Mercedes descarta entrar na briga na F1 2023: "Atrasados entre 6 e 12 meses"

Equipe octacampeã mundial começa a entregar os pontos em 2023 e acredita que levará tempo até compreender o novo regulamento e diminuir a diferença de desempenho que tem em relação aos times rivais

A Mercedes definitivamente não compreendeu o novo regulamento técnico da Fórmula 1, que trabalha explorando o efeito-solo. Depois de ter desenvolvido um W13 problemático em 2022 e de continuar apostando em um conceito mal nascido para 2023, o time alemão acredita que vai levar entre seis e 12 meses até se tornar competitivo novamente.

De acordo com o chefe da equipe, Toto Wolff, os engenheiros têm dado grandes passos no túnel de vento em busca de mudanças no novo conceito, que deve tornar o W14 mais rápido. No entanto, o dirigente crava que ainda assim será difícil alcançar a Red Bull, já que a diferença de desempenho é considerável e os Taurinos interpretaram muito bem as novas regras.

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"Acho que o atraso provavelmente está entre seis e 12 meses, porque esse é o tempo que levamos para descobrir o que realmente estava acontecendo com o carro. E isso significa que só precisamos ter o dobro da velocidade de desenvolvimento, uma forte inclinação de desenvolvimento", reconheceu o austríaco.

Lewis Hamilton terminou o GP da Arábia Saudita em quinto (Foto: AFP)

A declaração de Toto indica que o tão aguardado pacote de atualizações programado para Ímola não vai fazer a Mercedes brigar por vitórias. No entanto, o chefe de equipe aposta que a tendência é que a lacuna para a Red Bull diminua de forma gradativa, já que além da redução de tempo no túnel de vento, o RB19 deve estar próximo ao ápice de performance. Por isso, as atualizações dos austríacos devem surtir cada vez menos efeito.

"Seus ganhos [da Red Bull] serão cada vez menores se o conceito estiver maduro. Acho que, em termos aerodinâmicos, o tempo do túnel de vento pode ajudar um pouco, mas não muito. É só que temos de agir juntos e, se entendermos fundamentalmente onde precisamos colocar o carro, as mudanças serão grandes. Mas precisamos ser perfeitos”, afirmou o dirigente da Mercedes.

Segundo Toto, o ponto fraco do W14 não se resume ao conceido 'zeropod', mas sim à toda estrutura do bólido. Por isso, existem muitas mudanças que a equipe deve adotar.

"Estamos olhando para situações maiores porque é evidente que isso [zeropod] não nos deu o desempenho que gostaríamos. Dito isso, há outras áreas do carro que sabemos que também precisamos melhorar, então seria muito equivocado pensar que se colocarmos um sidepod de aparência diferente nele, toda essa lacuna desaparecerá", seguiu. "A realidade é que a grande maioria dessa lacuna terá que vir de outras áreas de atuação. Temos muitos projetos no momento tentando trazer desempenho nas próximas cinco corridas", finalizou Wolff.

A Fórmula 1 retoma suas atividades no dia 2 de abril, com o GP da Austrália, terceira etapa do calendário de 2023.