Membros europeus da FIA repetem americanos e saem em defesa de Ben Sulayem

Em movimento similar ao que foi feito na semana passada por 34 federações e clubes das Américas, agora foi a vez dos membros europeus da FIA se manifestarem em apoio ao presidente da entidade Mohammed Ben Sulayem

Agora foi a vez das federações e clubes da Europa Central ligadas à Federação Internacional de Automobilismo (FIA) emitirem um comunicado em conjunto manifestando apoio a Mohammed Ben Sulayem, alegando que todas as acusações contra o presidente da entidade "foram feitas com um propósito" que, de acordo com as mesmas, seria o de "enfraquecer a nossa organização através de ataques injustos e infundados". Os 13 assinantes ainda exigiram uma revisão dos procedimentos, estruturas e composição do Comitê de Ética da FIA com a justificativa de que o mesmo não seja "utilizado indevidamente por terceiros contra os interesses da organização".

Na semana passada, 34 representantes de associações do continente americano, incluindo Fabiana Ecclestone, vice-presidente da FIA na América do Sul, Giovanni Guerra, mandatário da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), e Humberto Kennedy, do Automóvel Clube Brasileiro (ACBr), já haviam saído em defesa de Ben Sulayem, reiterando que o emiradense foi inocentado pelo Comitê de Ética do órgão dirigente das acusações de ter interferido no GP da Arábia Saudita de 2023 e de tentar barrar a aprovação do circuito de Las Vegas.

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O primeiro episódio reportava à segunda etapa da temporada passada, no circuito de Jedá, quando Fernando Alonso foi punido em 5s por alinhar fora dos colchetes na largada. Ao pagar a penalidade, recebeu nova infração: com a justificativa de que a Aston Martin havia tocado o carro antes do cumprimento da sanção, o espanhol recebeu 10s.

Três horas após a corrida, a segunda punição foi revogada, o que garantiu a Alonso o pódio daquela corrida. A BBC publicou que Ben Sulayem havia ligado para o xeique Abdullah bin Hamad bin Isa Al Khalifa, atual vice-presidente esportivo da FIA no Oriente Médio e Norte da África, indicando que a punição ao #14 deveria ser revogada. A emissora também informou que o relatório de compliance da FIA, assinado por Paolo Basarri, indicava que um denunciante relatou que o presidente da instituição "esperava que os comissários mudassem a decisão".

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Mohammed Ben Sulayem foi defendido por federações da Europa Central (Foto: Reprodução/FIA)

O segundo episódio informado pelo delator foi que Ben Sulayem solicitou que fosse encontrada alguma maneira da pista de rua de Las Vegas não ser aprovada durante a inspeção de segurança, o que abalaria o principal projeto do Liberty Media para 2023. No relatório do compliance da FIA, o denunciante afirmou que um empresário o contatou a pedido do presidente do órgão máximo do automobilismo e "o instruiu a encontrar algumas preocupações para impedir a FIA de certificar o circuito antes do fim de semana da corrida". O objetivo era encontrar falhas para impedir a licença, mesmo que os problemas fossem "identificados artificialmente".

No último dia 20 de março, o presidente da FIA foi inocentado das acusações, já que o Comitê de Ética "foi unânime na determinação de que não havia evidências para fundamentar as alegações de interferência de nenhum tipo"

Confira na íntegra a carta assinada pelas federações da Europa Central:

Caro Presidente, querido amigo,

Permita-nos dirigir-lhe uma mensagem por ocasião da reunião membros da Europa Central da FIA, em Praga, por ocasião da Cerimônia Anual de Entrega de Prémios.

Como todos sabemos, a FIA encontra-se numa situação difícil no que diz respeito às circunstâncias atuais, onde estão em jogo as suas futuras relações com vários terceiros no cenário do automobilismo.

E cabe a todos nós, membros da FIA, dirigentes e outras partes interessadas, manter uma posição forte e firme face a esta situação, e todos temos responsabilidade pela FIA, que deixaremos aos nossos sucessores.

Hoje em dia, mais do que nunca, é importante permanecermos unidos contra as tentativas de algumas pessoas de enfraquecer a nossa organização através de ataques injustos e infundados conduzidos contra os mais altos órgãos de governação da FIA, em particular contra o senhor.

Hoje, mais do que nunca, precisamos de uma liderança forte para sustentar todos estes desafios difíceis, que poderão continuar no futuro.

Gostaríamos de assegurar-lhe o nosso apoio nestes tempos difíceis e turbulentos. Agradecemos seu cuidado dedicado a nós, membros da FIA, e sua atenção às nossas necessidades. Confiamos que a sua liderança conduzirá a FIA com sucesso a superar estas dificuldades para uma posição ainda mais forte como a única autoridade e poder global do automobilismo.

O fato de o Comitê de Ética da FIA ter rejeitado as reclamações infundadas apresentadas contra o senhor demonstra o sólido funcionamento dos órgãos internos da nossa organização. Sempre confiamos na sua inocência, sabendo que estas são apenas alegações propositadamente dirigidas contra toda a FIA, portanto, contra todos nós, seus membros e outras partes interessadas.

No entanto, no que diz respeito a esta experiência recente, somos da opinião de que os procedimentos, estruturas e composição do Comitê de Ética da FIA devem ser revistos para que este órgão legítimo não possa mais ser utilizado indevidamente por terceiros contra os interesses da nossa organização. O objetivo deveria ser tornar o comitê ainda mais forte e mais independente do que é agora.

Desejamos-lhe sucesso nos seus esforços desenvolvidos em benefício de todos os membros da FIA!

Com os melhores votos

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