Verstappen diz que "não está na F1 para ser 2º lugar" e cobra confiabilidade da Red Bull

Após a corrida do GP da Arábia Saudita, realizada neste domingo (19), em Jedá, Max Verstappen se disse contente por estar no pódio, mas não demorou muito para o holandês mudar a sua opinião sobre o resultado e mostrar insatisfação quanto à confiabilidade do carro da Red Bull.

Algumas horas depois, em entrevista à imprensa, o piloto de 25 anos afirmou que não está na Fórmula 1 para terminar na segunda colocação e cobrou da equipe um aperfeiçoamento do RB19, para evitar o que aconteceu no Q2 da classificação, quando o modelo apresentou uma falha e forçou Verstappen a largar na 15ª posição do grid. Sergio Pérez, vencedor da etapa, não teve problemas com o carro.

“Claro que recuperei para o segundo lugar, o que é bom. E, em geral, todo o sentimento na equipe, todos estão felizes, mas pessoalmente não estou feliz, porque não estou aqui para ser o segundo, especialmente quando você também está trabalhando muito duro na fábrica para assegurar que chegue aqui em bom estado, garantindo que tudo está correto e, então, você tem de fazer uma corrida de recuperação", disparou o holandês

“Eu não me importo de fazer isso, mas quando você está lutando por um campeonato e parece que está entre dois carros, temos de ter certeza de que os dois carros não vão quebrar”, completou.

Para Verstappen, a confiabilidade é o que pode prejudicar a Red Bull ao longo da temporada, já que os taurinos, em questão de carro, são superiores aos demais concorrentes.

“Não se trata apenas do ritmo, precisamos ter certeza de que o carro vai durar. Meu primeiro fim de semana [no GP do Bahrein] não foi limpo, fizemos uma grande mudança de equilíbrio entre os testes e o fim de semana de corrida. Algumas outras coisas também estavam acontecendo em segundo plano. Agora, novamente, após três sessões de treinos positivas, tive um problema na classificação”, falou Verstappen.

O segundo colocado do GP da Arábia Saudita voltou a bater o pé quanto ao barulho no eixo de transmissão. Em entrevista, Christian Horner, chefe da Red Bull, disse que a equipe analisou os dados e não encontrou qualquer problema. Verstappen, entretanto, não está convencido disso.

“A equipe não conseguiu ver nada, mas tenho quase certeza de que havia algo estranho acontecendo com o equilíbrio [do carro] desde que as vibrações começaram a aparecer. Com isso, eu fiz os cálculos: não seria capaz de diminuir a diferença [para Pérez] com apenas dez voltas para o fim, então acho que é mais importante apenas me contentar com o segundo lugar do que ter problemas com o carro”, explicou.

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Outra dificuldade apontada por Verstappen diz sobre o controle do carro nas primeiras voltas da corrida em Jedá. Segundo ele, o vento atrapalhou a sua performance e fez com que demorasse a ultrapassar os oponentes. O holandês também admitiu que o safety-car, na volta 18, que entrou enquanto retiravam da pista o carro de Lance Stroll, da Aston Martin, o ajudou a chegar na segunda colocação.

“Penso realisticamente: com ou sem o safety-car, acho que o 2º lugar foi o mais alto possível. É claro que o safety-car me ajudou um pouco a voltar à corrida, mas mesmo com isso na relargada eu perdi muito tempo para o Checo [Pérez], por exemplo. Então, assim que cheguei em 2º, a diferença era bastante decente”, disse.

Embora não tenha conquistado a vitória, Verstappen se manteve na liderança do Mundial de Pilotos ao conseguir a volta mais rápida, na última do GP da Arábia Saudita. São 44 pontos do holandês contra 43 de Pérez.

A Fórmula 1 continua a temporada com o GP da Austrália, no circuito de rua de Melbourne, entre os dias 31 de março e 2 de abril.