Haas diz que "não se arrepende" de pedido de revisão e alfineta FIA: "Faz um trabalho ruim"

Guenther Steiner, chefe da Haas, não poupou críticas à FIA, dizendo que a entidade precisa se certificar de que possui os meios certos para fiscalizar os limites de pista, pois isso não é trabalho das equipes

A Haas pode até ter visto o seu direito de revisão do resultado do GP dos Estados Unidos negado, mas não se arrepende de ter entrado com a solicitação, uma vez que os próprios comissários da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) reconheceram que a entidade "faz um trabalho ruim". Essas foram as palavras do chefe da equipe americana, Guenther Steiner, que não economizou nas críticas ao órgão regulador.

A equipe entrou com o pedido de revisão sob a alegação de que ao menos quatro pilotos — Lance Stroll, Logan Sargeant, Alexander Albon e Sergio Pérez — deveriam ter sido punidos durante a corrida realizada em Austin por excederem os limites de pista além do permitido. No caso do piloto da Red Bull, por exemplo, a Haas cobrava impressionantes 22 sanções.

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A FIA ouviu a equipe, porém considerou que não havia nenhum fato novo para mudar o resultado da prova. No entanto, o documento emitido pela federação assumia "a incapacidade de aplicar adequadamente o padrão atual para limites de pista para todos os concorrentes".

Durante a coletiva de imprensa realizada em Las Vegas nesta quinta-feira (16) com os chefes das equipes, Steiner foi questionado pela revista inglesa Autosport sobre o casso e assegurou que não tinha dúvidas de que havia tomado a decisão correta. "Não me arrependo", frisou o dirigente. "Claro que estávamos conscientes de que seria difícil conseguir, mas pelo menos tentamos."

A Haas tentou mudar o resultado de Austin, mas não conseguiu (Foto: Haas F1 Team)

"E o que houve na verdade é que os comissários disseram que a FIA está fazendo um trabalho ruim. E acho que foi isso que aconteceu", disparou o italiano. "Não ganhamos nada com isso, mas é preciso tentar, na vida é preciso lutar. Você simplesmente não pode dizer 'Oh, não farei nada'", acrescentou Steiner.

Sobre a alegação dos comissários de que a Haas deveria ter entrado com o pedido de revisão imediatamente após a corrida nos EUA em vez de esperar, Steiner voltou a atacar o atual sistema de fiscalização da FIA no que diz respeito aos limites de pista.

"O que eles disseram é que eles [a FIA] deveriam ter assegurado que haveria uma câmera na curva 6, aí não teria protestado. Quer dizer, isso é a primeira coisa. Eles deveriam ter certeza de que possuem os meios para fiscalizar o próprio regulamento, e não eu, sentado na minha casa, ou a Aston Martin deveria checar o que estão fazendo. Esse trabalho não é da equipe", seguiu.

"Não tivemos tempo de passar isso tudo em meia hora porque não é o nosso trabalho. Não somos o órgão dirigente, somos uma equipe de corrida. E pagamos alguém para executar esse trabalho, a FIA. E novamente: protesto custa muito dinheiro, um direito de revisão não. É preciso ser inteligente!", completou Steiner, dizendo ainda que os times "estão ajudando a desenvolver as regras da F1".

Por fim, o chefão da Haas foi questionado se achava que a equipe havia recebido uma audiência justa e respondeu que os comissários "não queriam, por motivos óbvios". "Mas desde que haja avanços e melhorias para o futuro, já será uma vitória", concluiu.

Logo após negar o recurso da Haas, a Autosport publicou reportagem dizendo que a FIA estuda reduzir para 96 horas (quatro dias) o prazo do pedido de revisão das equipes após um GP. Atualmente, elas têm até 14 dias para acionar o direito.

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