Ferrari fala em "arrogância" e pede atenção com chegada de Andretti: "O que agrega para a F1?"

Chefe da Ferrari, Frédéric Vasseur pediu atenção com a chegada da Andretti na Fórmula 1 e o que a equipe pode trazer de valor agregado à Fórmula 1

A aprovação da FIA para entrada da Andretti a partir da temporada 2025 da Fórmula 1 aconteceu, mas ainda depende de discussões comerciais. E é justamente isso que segue dividindo opiniões no paddock. Frédéric Vasseur, chefe da Ferrari, também deu sua opinião e diz também se preocupar em ter mais um time no grid.

“Quando abrimos as portas para uma 11ª equipe no Pacto da Concórdia da última vez, foi por um bom motivo. Abrimos a porta para uma 11ª equipe, caso ela pudesse trazer algo substancial para a F1 – nesse caso, era principalmente o motor", disse ele.

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As inscrições para novos times estão em aberto há vários meses e é público que as equipes do grid se colocam em oposição à entrada de Michael Andretti devido ao impacto nos atuais modelos de negócio da F1. De acordo com o Pacto da Concórdia negociado em 2020, qualquer novo participante deverá pagar uma taxa de diluição de US$ 200 milhões (cerca de R$ 972 milhões na cotação atual).

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Andretti foi aprovada pela FIA, mas precisa da F1 (Foto: Indycar)

Desse valor, cada equipe recebe um montante de US$ 20 mi (R$ 97,2 mi), que cobriria supostas perdas em dinheiro geradas pela adição de um novo time extra. A questão é que o valor foi informalmente influenciado pelo custo anterior de uma equipe — a Williams, na época vendida a Dorilton Capital —, e por isso, esse custo estaria desatualizado e, consequentemente, não seria o suficiente para os dez atuais do grid.

“Todas as equipes do grid fizeram um grande esforço. Temos de ter em mente que há três ou quatro anos tínhamos quase metade do grid à beira da falência e temos de evitar a arrogância de que a vida é um ciclo e não saber o que poderá acontecer antes de 2030. Acho que colocaríamos a F1 em uma situação difícil com isso, exceto, como eu disse, se a nova entrada trouxesse um valor enorme para a F1", continuou Vasseur.

“Não tenho acesso ao dossiê da Andretti, mas acho que essa é a primeira pergunta: ‘Qual é o valor agregado para a F1?’. Já temos uma equipe americana com a Haas, temos um piloto americano no grid... a questão para mim é: qual poderia ser o valor agregado?", encerrou.

Apesar do processo seletivo da FIA ser feito como base a entrada na temporada de 2025, é possível que toda a discussão comercial para que a Andretti entre seja arrastada pelos próximos meses, o que pode deixar a chegada possível apenas em 2026, justamente o ano em que a F1 passará pela próxima grande mudança de regulamento, com novos motores.

A Fórmula 1 retorna neste final de semana, no Catar, para a disputa da 17ª etapa da temporada 2023. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.