Ex-chefão da F1, Ecclestone se declara culpado de fraude fiscal de R$ 2,47 bilhões

Em audiência realizada nesta quinta-feira (12) no tribunal de Londres, Bernie Ecclestone, de 92 anos, admitiu não ter declarado impostos referentes a mais de £ 400 milhões de ativos mantidos em Singapura. A sentença final ainda será emitida

Ex-chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone se declarou culpado nesta quinta-feira (12) das acusações de fraude fiscal por não declarar mais de £ 400 milhões (R$ 2,47 bilhões, na cotação do dia) em ativos mantidos em Singapura. A sentença final ainda será emitida.

De início, Ecclestone, de 92 anos, declarou-se inocente dos crimes em agosto do ano passado. Contudo, em nova audiência realizada no tribunal de Londres, mudou o discurso, evitando, com isso, o julgamento que começaria em 16 de novembro. A condenação, porém, será anunciada em breve.

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Bernie Ecclestone e a esposa, Fabiana: ex-chefão da F1 assumiu culpa em acusação de fraude fiscal (Foto: Getty Images)

O Serviço de Procuradoria da Coroa Britânica (CPS, da sigla em inglês), autorizou a acusação após investigações conduzidas pelo fisco do Reino Unido, que abrangeu o período de 2013 a 2016. O promotor do caso, Richard Wright KC, declarou à Sky Sports que "o Sr. Ecclestone não foi totalmente claro sobre como a propriedade das contas em questão foi estruturada".

"Ele não sabia, portanto, se era responsável por impostos, juros ou multas em relação aos valores que transitavam nas contas. O Sr. Ecclestone reconhece que foi errado responder às perguntas porque corria risco de o HMRC (sigla em inglês para o fisco britânico) não continuar a investigação sobre seus assuntos. Ele agora aceita que alguns impostos sejam em relação a esses assuntos", completou.

O diretor do Serviço de Investigação de Fraudes do HMRC, Simon York, acrescentou também que a acusação contra Bernie "segue-se a uma investigação criminal complexa e mundial".

"A acusação criminal refere-se a ativos offshore (nome dado a contas abertas em territórios onde há menor tributação) que foram ocultados do HMRC. O HMRC está do lado dos contribuintes honestos, e tomaremos medidas duras sempre que suspeitarmos de fraude fiscal. A nossa mensagem é clara: ninguém está fora do nosso alcance", concluiu.

A mídia inglesa aponta ainda que Ecclestone chegou a um acordo para pagar ao HMRC mais de £ 600 milhões (R$ 3,72 bilhões) para cobrir 18 anos de irregularidades na declaração fiscal.

Ecclestone comandou a Fórmula 1 por mais de quatro décadas, até janeiro de 2017, quando o grupo norte-americano Liberty Media passou a gerir a categoria. Antes, o britânico chefiou a equipe Brabham de 1972 a 1987 e já acumulou uma fortuna estimada em mais de £ 2,5 bilhões (R$ 15,5 bilhões) ao longo da carreira.