Chefes de equipe se posicionam sobre calendário da Fórmula 1: “24 corridas é o limite”

Chefes de equipe se mostraram a favor do novo número de corridas previsto para 2024. No entanto, sugeriram uma espécie de rodízio entre funcionários para aliviar a barra para mecânicos e engenheiros

O número de corridas por ano na Fórmula 1 voltou a ser um debate no paddock depois que a categoria divulgou, no início de julho, o calendário para a temporada 2024 com o recorde de 24 corridas. Lando Norris e Max Verstappen se mostraram insatisfeitos com novo formato, e agora foi a vez dos chefes de equipes se posicionarem. De acordo com os dirigentes, a extensão prevista para o próximo ano é o limite que o esporte pode chegar.

Para o ano que vem, países como a China — que por quatro anos esteve de fora por causa da Covid-19 — e o Catar, que serviu como tapa buraco em 2021, retornam ao calendário. O Liberty Media está expandindo o número de provas em uma tentativa de levar o Mundial para mais países, e aumentar a rentabilidade da categoria. Zak Brown, CEO da McLaren, expressou uma opinião bem similar à de Norris, e acredita que a rotação das praças pode ser eficiente na Fórmula 1.

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Frédéric Vasseur sugeriu um esquema de rodízio entre os funcionários (Foto: Ferrari)

“Acho que 24 [corridas] é o limite. Há uma demanda para provavelmente 30 GPs. Então, eu gostaria de ver um dia em que você tenha 24 etapas, mas para abranger mais mercados. Talvez você tenha 20 GPs fixos e oito rotativos para estar em 28 mercados 24 vezes por ano. Acho que seria uma ótima maneira de manter o calendário onde está, mas ainda ter um aumento de pistas”, disse Brown.

Mike Krack, chefe da Aston Martin na Fórmula 1, entende que ainda é possível tornar o calendário um pouco maior. No entanto, para isso, é preciso pensar em um formato que seja saudável principalmente para os mecânicos e engenheiros, que são os que passam mais tempo na pista montando as estruturas, por exemplo.

“As 24 corridas foram muito debatidas. Temos também as rodadas duplas, as triplas. Acho que, apesar de tudo, provavelmente não está longe do limite do que podemos fazer ou do que podemos aceitar. Mas acho que cabe às equipes encontrarem maneiras de tornar isso sustentável para seus funcionários”, seguiu. "Acho que todas as equipes fazem isso, discutem isso, tentam encontrar soluções. Mas, novamente, isso mostra a força do esporte e é algo com o qual todos concordamos”, concluiu Krack.

Frédéric Vasseur, chefe da Ferrari, reconheceu que a ampliação do calendário esportivo prejudica mais os mecânicos e engenheiros do que os chefes de equipe e pilotos de fato. Por isso, o francês sugeriu uma espécie de ‘rotação’ entre os funcionários, para que o trabalho fique menos pesado.

“A vida é muito mais fácil para mim do que para os mecânicos. Primeiro temos que ter isso em mente, que se alguém pode reclamar, é mais dos mecânicos do que dos chefes de equipe. Para eles, estamos tentando iniciar um esquema de rotação. Com certeza, precisamos ter uma espécie de rodízio para os caras, porque de novo, eu entro na pista na quinta, saio no domingo à noite, enquanto os caras chegam na segunda, terça e saem na segunda. Não é a mesma coisa. Para mim está tudo bem. Para eles, vamos colocar em prática o rodízio", finalizou.

Fórmula 1 retorna em duas semanas, entre os dias 21 e 23 de julho, com o GP da Hungria, em Hungaroring, 11ª etapa da temporada 2023. E o GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.