Chefes pedem novo horário para 2024 após "fim de semana brutal" em Las Vegas

Durante a coletiva de imprensa após o GP de Las Vegas, Frédéric Vasseur, Christian Horner, Mike Krack e Peter Bayer concordaram que a Fórmula 1 precisa rever os horários da programação de 2024

O GP de Las Vegas pode até ter sido um dos melhores da temporada 2023 da Fórmula 1, mas os horários das atividades, no início da madrugada local, deixaram as equipes ainda mais desgastadas que o normal. Os chefes, inclusive, já pedem por uma mudança no cronograma da etapa do ano que vem, uma vez que Vegas vai abrir a perna tripla que ainda contará com Catar e Abu Dhabi na sequência.

Corridas noturnas não são novidade na F1, porém a programação da etapa realizada no último fim de semana foi muito mais tardia que qualquer outra já realizada, tanto por conta do fechamento das estradas locais para a corrida como também para acomodar os telespectadores europeus em um horário aceitável. Isso fez com que a classificação, por exemplo, começasse meia-noite (5h, de Brasília, GMT-3).

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Na madrugada de sexta-feira, a situação foi ainda pior, já que o incidente com a tampa do bueiro causou um atraso de mais de duas horas no TL2, que só começou às 2h30 (7h30, de Brasília).

Questionados pela revista inglesa Autosport sobre o que poderia ser feito para melhorar a experiência do evento para 2024, os dirigentes foram praticamente unânimes. "Se algo tiver de melhorar, talvez seja o horário", disse Frédéric Vasseur, chefe da Ferrari. "Não é fácil encontrar um timing decente para Ásia, Europa, Costa Leste, Costa Oeste."

O ótimo GP de Las Vegas teve seu lado negativo para as equipes (Foto: Red Bull Content Pool)

"No passado, não tínhamos problemas porque a F1 era apenas para o povo europeu, então tínhamos de seguir o calendário europeu e tudo bem. Agora, é um projeto mundial, então é muito mais difícil encontrar algo que corresponda às expectativas de fuso. Mas vamos ajustá-lo", completou o francês.

Christian Horner, chefe da Red Bull, foi ainda mais direto: "Todo mundo está saindo de Las Vegas meio fodido", declarou o inglês. "De uma forma ou de outra, foi um fim de semana brutal para todos nos bastidores, e acho que temos de ver como melhorar isso no futuro."

"Em primeiro lugar, claro, são muitas lições a serem aprendidas. Uma das coisas a se observar é o cronograma, porque foi brutal para a equipe e para todos. Talvez ser um pouco mais cedo, pois nunca será possível deixar todos os telespectadores totalmente felizes", salientou, argumentando que "correr às 20h, por exemplo, seria um pouco mais confortável".

Mike Krack, chefe da Aston Martin, endossou o coro e disse que a F1 precisa tirar um tempo para avaliar o que de fato funcionaria. "Não devemos disparar tão rápido por causa da emoção, do cansaço. Acho importante recuarmos. Os regulamentos esportivos são muito rigorosos em termos de tempo, calculam tudo, mas acho possível incorporar o que a organização do evento precisa e o que a força de trabalho precisa."

Peter Bayer, CEO da AlphaTauri e que já trabalhou na Federação Internacional de Automobilismo (FIA), disse que apoiaria qualquer mudança. "Não conheço todo o histórico e por que foi feito, mas tenho um pouco de experiência pela FIA e sei o quão difícil foi para a Fórmula E em muitas cidades. Fechar as ruas tem um impacto enorme nas pessoas que vivem aqui."

"Temos de revisar tudo e ver como melhorar. Falei com o nosso pessoal, alguns encontraram o ritmo rapidamente. Claro que agora vamos voar para o outro lado do mundo, e isso vai nos virar de ponta-cabeça. Mas, ao mesmo tempo, valeu a pena", concluiu Bayer.

Fórmula 1 retorna neste final de semana, entre os dias 24 e 26 de novembro, com o GP de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, 22ª e última etapa da temporada 2023. O GRANDE PRÊMIO acompanha tudo.

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