CEO diz que Alpine buscou "ambiente confortável" para Ocon "crescer como piloto"

Ao podcast Beyond the Grid, Laurent Rossi esclareceu uma fala antiga sobre Esteban Ocon ser "um bom segundo piloto" e disse que a aposta a longo prazo foi feita por saber que ele tinha potencial para liderar a Alpine

Desde o final da temporada 2021, Esteban Ocon passou a respirar um pouco mais aliviado na Fórmula 1, afinal, o francês viu sua permanência na Alpine ser garantida até o final da temporada 2024. Ainda assim, o eventual papel de 'escudeiro' de Fernando Alonso, ainda que implícito, sempre levantou questões se o piloto de 26 anos poderia se tornar um líder no time. Para o CEO Laurent Rossi, no entanto, Ocon nunca foi segundo piloto, ainda que uma fala do próprio dirigente tenha causado tal impressão.

Falando ao podcast Beyond the Grid, da F1, Rossi aproveitou para esclarecer quando se referiu a Esteban como "um excelente segundo piloto". O CEO da Alpine disse que sempre enxergou em Ocon um piloto de talento, mas entendeu que era necessário primeiro dar um ambiente "confortável" e tempo para ele crescer.

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Esteban Ocon é visto como um líder em potencial pelo CEO da Alpine (Foto: Alpine)

"Não é segredo que tentei fazer com que Esteban se sentisse confortável na equipe rapidamente", começou Rossi. "Independentemente disso, também sabia que ele teve sucesso em todas as categorias, competiu contra Max [Verstappen], Charles [Leclerc], todos que hoje são os melhores pilotos, e ele os venceu no passado", acrescentou.

"Portanto, eu pensei 'Sim, tem potencial, vamos colocá-lo em uma zona mais confortável', não totalmente, pois ele precisa estar alerta o tempo todo, mas vamos ver o que ele tem guardado se dermos a ele o ambiente e um pouco de paz de espírito. Por isso apostamos nele por três anos, e, sinceramente, ninguém queria vir para a Alpine naquela época, então era o melhor piloto que podíamos conseguir", completou Rossi. Em seguida, comentou a declaração que levantou polêmica:

"E eu sempre disse que Esteban era no mínimo um segundo piloto muito bom, e todo mundo interpretou isso de maneiras diferentes. Mas quando falo isso, é como se não houvesse #1 e #2 na Ferrari, mas tenho certeza de que muitos pensam que há o #2. Não há #1 e #2 na Mercedes, e é difícil descobrir quem é o #2, para ser franco. Acho que Esteban seria um desses dois, seja qual for a pessoa que você escolher nessas duas equipes. Foi isso que eu quis dizer", explicou.

Na visão de Laurent, a renovação de contrato ajudou a tirar um peso das costas de Ocon, que passou a pilotar "de forma mais eficiente e a organizar as coisas a longo prazo, sem tentar impressionar a todos em todas as corridas".

"Era diferente. Eu disse a ele que, agora, teria de crescer, sabe, crescer de várias maneiras, como equipe e ele próprio. Isso significa que você precisa ser mais estratégico e líder, o que é extremamente diferente de ser apenas um garoto legal e super rápido", seguiu.

"A longo prazo, construir uma equipe, reunir pessoas ao seu redor, extrair o máximo desempenho do seu carro, e não só dele, mas da fábrica, das 1.200 pessoas que te apoiam, é um jogo diferente. E foi isso que eu disse para ele fazer. Dei a ele esses três anos em troca de subir na equipe", concluiu Rossi.