Carro, dupla e estrutura: McLaren tem tudo nas mãos para sonhar alto na F1 do futuro

Com Lando Norris, Oscar Piastri, um carro que já é muito bom e a projeção de chegar ainda mais longe com o novo túnel de vento, a McLaren vai preenchendo todas as lacunas que faltavam para voltar a sonhar. O caminho até a Red Bull é árduo, mas o time de Woking é quem parece mais certo no caminho

A F1 tem tudo para ficar no controle da Red Bull até o fim da temporada 2025, mas dali para frente o bicho pega e a McLaren vem para o bolo. É que estamos falando do momento em que a categoria vai passar pela próxima transformação, com carros potencialmente menores, motores de naturezas diferentes, ou seja, na prática é a mudança de regulamento que tanto costuma embaralhar a ordem de forças.

E o que coloca a McLaren no bolo? Aliás, vamos além: o que faz da McLaren a potencial rival mais forte da Red Bull? Carro, dupla de pilotos, investimentos em estrutura. É uma soma que faz com que a galera em Woking passa sonhar bem alto.

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Comecemos pelo carro, pois. É muito impactante o que faz a McLaren na temporada 2023 da F1. Longe de posições de protagonismo na categoria desde a década retrasada, o time britânico, que não vence um Mundial de Construtores desde 1998 e não leva entre os pilotos desde 2008, com Lewis Hamilton, parece ter encontrado a fórmula mágica.

Lando Norris segue empilhando pódios e pontos, mas falta a vitória na F1 (Foto: AFP)

Com quase um terço de temporada pela frente, os ingleses já superaram a pontuação obtida em sete dos últimos dez anos, incluindo a de 2022, quando fizeram 159 tentos. E a perspectiva realista é de que a McLaren bata todas as marcas anteriores nesse recorte, inclusive os 275 de 2021, afinal, precisaria só de mais 104 pontos, com seis corridas e outras três sprints pela frente. Dá e sobra, né?

Mas chama mais ainda a atenção a forma como isso acontece na temporada atual. É que absolutamente nada indicava isso, pelo contrário: o ano que tem tudo para ser o melhor da McLaren em muito tempo começou dando toda cara de que seria um dos piores da história gloriosa dos laranjinhas. Uma loucura.

A McLaren apresentou o carro já falando que teria atualizações antes mesmo da estreia, em outras palavras, que o desenvolvimento do bólido estava insuficiente para a categoria. Aí vieram mais pacotes parrudos com atualizações até o GP da Áustria, em que a chave virou completamente.

F1 2023, GP DO JAPÃO, SUZUKA, QUINTA-FEIRA, McLAREN, LANDO NORRIS, OSCAR PIASTRI, AFP
Norris e Piastri são presente e futuro da McLaren na F1 (Foto: Kazuhiro Nogi/AFP)

Dali para frente, foram cinco pódios em oito etapas e Lando Norris nunca mais ficou abaixo do oitavo lugar em corrida alguma. Consequentemente, o inglês escalou o pelotão e já é sétimo no Mundial de Pilotos. Oscar Piastri, no ano de novato, agora é nono, também em crescente nítida.

E com esse carro que já é segunda força em termos de performance desde julho, a dupla de jovens rapazes começa a aparecer. Sejamos justos: Norris já é um dos principais pilotos da F1 desde 2021, pelo menos. E o teto de potencial é gigantesco, coisa de futuro campeão do mundo, talento natural altíssimo.

Piastri não fica tão atrás assim, não. É claro que o australiano leva a pior no duelo direto com Lando em 2023, mas, convenhamos, é natural para quem acabou de chegar no grid. Ainda assim, Oscar foi campeão de tudo na base, se adapta rapidamente à F1, vai chegar lá. E aí a dupla vira inegavelmente uma das mais fortes do mundo.

Norris terminou uma posição à frente de seu companheiro de equipe em Suzuka (Foto: McLaren)

Por trás disso tudo tem ainda a estrutura. O time de Woking tem dinheiro, claro, mas agora tem também onde investir ele. O novo túnel de vento chega em hora perfeita, afinal, a McLaren repetidas vezes dizia que não tinha como brigar sem ampliar a área técnica. Ampliou.

Ferrari e Mercedes vão brigar também, ninguém aqui seria louco de descartar duas gigantes assim tão poderosas, mas a McLaren está no bolo. E a empolgação finalmente vai aparecendo, por mais cautelosos que sejam os membros do time inglês.

"Não creio que faremos corridas ruins como as do início da temporada. Acho que provamos que agora somos uma equipe que pode lutar contra Ferrari, Mercedes, às vezes até Red Bull. Estamos fazendo bons progressos. Embora eu saiba que às vezes haverá corridas mais difíceis e talvez não tão simples como no Japão, o progresso que fizemos nesta temporada foi realmente incrível", destacou Norris, pela primeira vez reconhecendo que, sim, ele vem para briga mais cedo ou mais tarde.

Novos pódios estão no caminho em 2023, não há dúvidas. Mas pode ser até que o jejum de títulos da McLaren termine ainda na década atual. O time nunca esteve no rumo tão certo para voltar à glória quanto agora.

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