Agitada sprint é deixa para caos no GP do Catar de Fórmula 1 por única razão: pneus

Oscar Piastri mostrou a que veio na vitória na sprint deste sábado e comprovou o tamanho da chance perdida pela McLaren na classificação de sexta-feira. De toda a forma, o jovem australiano tem tudo para brilhar neste domingo, ao lado do recém-coroado Max Verstappen. No entanto, a agitada corrida curta expôs uma questão séria: os pneus vão aguentar?

Apesar de todas as ressalvas que cercam o formato sprint da Fórmula 1, a corrida curta deste sábado (7) no Catar entregou de tudo um pouco: drama, disputas reais, acidentes, vitória de um estreante e até mesmo um tricampeonato. Só que alguns fatores foram necessários para esse espetáculo, que pode ainda tornar o GP deste domingo um dos melhores de 2023.

O clima severo em Lusail é parte desse cenário, assim como o traiçoeiro asfalto novo, mas o que realmente fez diferença foram os pneus. O comportamento distinto entre os compostos deu um toque divertido de imprevisibilidade. Tanto é verdade que o triunfo acabou nas mãos do novato Oscar Piastri, muito embora todos os holofotes tenham se virado para o agora tricampeão Max Verstappen — com todos os méritos.

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Na verdade, a preocupação com os pneus começou já na sexta-feira, após a classificação. Durante a avaliação habitual dos compostos, a Pirelli identificou alguns problemas que poderiam causar danos ao longo da corrida do domingo. Segundo a análise realizada pela fabricante italiana com os pneus que completaram 20 voltas no treino livre 1, houve uma separação considerável da superfície da camada lateral do pneu e a carcaça do composto. Por isso, a fornecedora acionou a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) sobre o caso, que determinou mudanças os limites de pista e abriu a chance de uma atividade extra. Tudo isso antes da classificação da sprint no Catar.

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Ainda não há uma informação da Pirelli sobre o comportamento dos compostos após a corrida curta. Mas essa nova análise vai estabelecer se será necessário obrigar as equipes a mais pit-stops durante o GP catari como forma de garantir a segurança dos pilotos e a eficiência dos pneus. Uma reunião será feita antes da corrida principal. De toda a forma, a sprint deu o tom do caos que a prova do domingo pode se tornar por conta do desgaste excessivo da borracha italiana — esse aspecto também agravado pelas altas temperaturas em Lusail, associadas ao asfalto novo.

"Foi um dia particularmente agitado para a Pirelli hoje", reconheceu Mario Isola, o chefe da empresa de Milão. "Agora, como acontece em todos os finais de semana de corrida, estamos analisando os conjuntos que foram devolvidos. Assim que este procedimento estiver concluído, transmitiremos os resultados das nossas conclusões à FIA e, se necessário, novas medidas serão implementadas para a corrida de amanhã à noite", completou.

Aparentemente, o temor da Pirelli não se confirmou durante a sprint, mas houve um desgaste e uma diferença grande em termos de performance entre os pneus macios e médios. Na verdade, essa escolha acabou sendo decisiva para sucessos e fracassos. Piastri, vencedor da prova curta, largou com os amarelos e precisou usar da frieza para segurar o ímpeto de George Russell, que optou pelos compostos vermelhos e voou durante as primeiras voltas no Catar.

O desempenho do inglês não durou muito e, após o segundo safety-car, o piloto da McLaren reassumiu a ponta e liderou até o fim, sem antes manter Verstappen sob controle. O holandês, aliás, também se deu bem com os médios e pode se recuperar de um início mais lento.

A Ferrari sofreu como Russell ao optar pelos macios para seus dois pilotos. Apesar de Sainz ter conseguido ir para cima nos giros iniciais, a rápida degradação limou qualquer chance de maior sucesso. Então, como disse o chefe ferrarista, Frédéric Vasseur, ficou uma lição importante para esse domingo.

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Max Verstappen, Oscar Piastri e Lando Norris foram os três primeiros na prova sprint em Lusail (Foto: AFP)

Da sprint é possível dizer que: a Red Bull nas mãos de Verstappen é favorita, como de costume, mas há ali as Mercedes, que mostraram um desempenho decente e sólido hoje. A tática e a leitura de prova serão fundamentais. A Ferrari também pode surpreender, enquanto a McLaren, que possui o segundo melhor ritmo no Catar, terá de contar com uma excelente estratégia, além de uma dose sorte. O sábado mostrou bem o tamanho da perda na classificação de sexta-feira, quando Piastri e Lando Norris tiveram seus tempos deletados.

No entanto, há aqui um ponto de atenção. "Agora, não vale a pena especular sobre estratégias, dado que devemos esperar pelo resultado da nossa análise em curso e depois ver se isso tem algum efeito regulatório sobre a forma como a corrida será disputada”, lembrou Isola.

Portanto, a corrida principal será pautada pela escolha dos pneus e durabilidade a longo prazo — que, neste momento, é uma incógnita. E se realmente for preciso mais duas paradas, o cenário tende ao caos.

Fórmula 1 volta à pista de Lusail neste domingo (8), com a largada do GP do Catar programada para as 14h (de Brasília, GMT-3). O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO e EM TEMPO REAL. Há também a transmissão da corrida em segunda tela, em parceria com a Voz do Esporte, a partir das 13h40.