Advogado dá explicação técnica e justifica falta de notícias sobre estado de Schumacher

Advogado de Michael Schumacher, Felix Damm revelou que a família chegou a cogitar a divulgação de um relatório sobre o estado do ex-piloto após o acidente de esqui de dezembro de 2013, mas avaliou que isso os deixaria em uma posição fragilizada para, depois, lidar com o constante assédio da imprensa

Advogado de Michael Schumacher, Felix bexplicou o motivo de a família nunca ter revelado a condição clínica do ex-piloto de Fórmula 1 após o grave acidente de esqui de 2013. O jurista revelou que a possibilidade de divulgar um relatório foi cogitada, mas acabou abandonado por causa do temors de criar uma fragilidade para, depois, lidar com o constante assédio da imprensa.

Em 29 de dezembro de 2013, Schumacher sofreu uma queda enquanto esquiava fora de pista na estação de Méribel, nos Alpes Franceses, e bateu com a cabeça em uma pedra. Michael foi colocado em coma induzido, condição em que permaneceu até junho do ano seguinte. A partir daí, o pai de Mick e Gina-Marie foi transferido do hospital em Grenoble para seguir com a reabilitação em Lausanne, na Suíça.

[relacionadas]

Quando Schumacher deixou o hospital na Suíça e passou a receber tratamento em casa, as informações ficaram ainda mais escassas, com poucas pessoas tendo autorização para visitar o heptacampeão. Jean Todt, que foi chefe da Ferrari nos anos de glória com o alemão, é um dos poucos com acesso a Michael.

Agora, o advogado da família justifica que a decisão de manter privadas as informações sobre a condição foi uma maneira de preservar a família do assédio constante da imprensa.

Jean Todt é um dos poucos que ainda tem acesso a Schumacher (Foto: Reprodução/YouTube)

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

“Sempre foi uma questão de proteger coisas privadas”, disse Damm ao veículo alemão LTO. “Conversamos muito sobre isso. Consideramos se seria o caminho certo fazer um relatório final sobre a saúde de Michael. Mas isso não seria tudo e teria de ter boletins constantemente atualizados”, seguiu.

“Eles [a imprensa] poderiam retomar essa história uma e outra vez e querer saber ‘como está agora?’ um, dois, três meses ou anos depois dessa mensagem. E se aí quiséssemos agir contra essas reportagens, teríamos de lidar com o argumento da autoexposição voluntária”, justificou.

O advogado alertou, ainda, que até mesmo pessoas próximas à família podem responder na justiça por divulgar informações sobre a condição de Schumacher.

“Se não é o próprio interessado, mas amigos ou conhecidos quem divulga informações privadas, não é um caso de autoexposição voluntária de privacidade”, comentou. “Portanto, o titular dos dados pode se defender da divulgação de circunstâncias privadas, mesmo que a informação venha de um conhecido”, encerrou.

Fórmula 1 retorna já no próximo fim de semana, entre os dias 3 e 5 de novembro, com o GP de São Paulo, em Interlagos. O GRANDE PRÊMIO cobre ‘in loco’ e com equipe cheia.