5 coisas que aprendemos na sexta-feira do GP de Las Vegas da Fórmula 1 2023

A Fórmula 1 viveu nesta sexta-feira (17) um dos dias de maior vexame de sua história recente. O caos causado pelo bueiro que destruiu a Ferrari de Carlos Sainz e também danificou a Alpine de Esteban Ocon expôs a fragilidade do evento em Las Vegas. E como desgraça pouca é bobagem, ainda houve apenas um treino livre, para uma arquibancada vazia, e que terminou as 4h locais. Apenas inaceitável

Com alguma tranquilidade, é possível dizer que a Fórmula 1 viveu nesta sexta-feira (17) um dos dias mais desastrosos de sua história recente. O tão aguardado GP de Las Vegas fracassou logo no primeiro dia. E por culpa de quem deveria prezar pela segurança e pelo esporte. A pista urbana, que foi liberada apenas poucas horas antes do início das atividades, não tinha condições de sediar sequer um treino. Logo aos oito minutos, a tampa de um bueiro se soltou e destruiu parte da Ferrari de Carlos Sainz. Esteban Ocon também teve seu Alpine danificado. A partir daí, o caos tomou conta e expôs a F1 ao vexame.

O primeiro treino livre precisou ser cancelado para os reparos na pista. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) teve de fazer uma varredura em todo o circuito, para garantir que não haveria mais problemas. Aí foi uma sequência de atrasos e más decisões. A começar pelo horário dos trabalhos: madrugada na cidade americana. Por conta do tempo, a F1 ainda se viu obrigada a pedir que o público deixasse as arquibancadas, mesmo depois de horas de espera. Quando finalmente a sessão 2 começou, agora com 90 minutos de duração, ninguém que pagou ingresso pode ver. A entidade que rege o esporte ainda tirou fotógrafos do traçado antes do fim do TL2. Um show de horror.

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A Ferrari esbravejou contra o circuito, mas depois baixou o tom. Nem mesmo a punição esdrúxula a Sainz — o espanhol vai perder dez posições no grid por conta da troca de componentes da unidade de potência, consequência do bueiro —, mas nem isso foi o bastante para a equipe italiana se voltar contra a F1/FIA. Outros ainda passaram pano para os absurdos, como Toto Wolff. Já Max Verstappen e Sainz foram mais críticos.

Diante deste cenário, o GRANDE PRÊMIO aponta cinco coisas que (não) aprendemos na sexta-feira da 21ª etapa da temporada da F1 2023, em Las Vegas:

A F1 viveu um caos em Las Vegas (Vídeo: Reprodução/F1)

Não se faz análise técnica num cenário assim

Por mais que o TL2 tenha rolado, há pouca coisa que possa ser tirado dele. Charles Leclerc parece ter se adaptado rapidamente ao circuito de rua em Nevada, puxando o 1-2 da Ferrari. O carro vermelho abusou da velocidade reta, sendo o único a andar com bem menos asa. A Aston Martin apareceu em terceiro, com Fernando Alonso, enquanto Max Verstappen foi apenas o sexto, com uma configuração claramente conservadora. A questão todo é que as foram absolutamente hostis. Mais tarde, mais frio, uma pista que não tinha nada de padrão de F1 — importante dizer que a sessão teve início às 2h30 locais. Um terror em forma de dia de atividades, mais um flerte com algo muito ruim.

Problema com bueiro já existiu, mas em corrida promovida pelo Liberty Media, o vexame aumenta

Bueiro soltando é algo relativamente comum de acontecer de vez em quando em pistas de rua. A Fórmula 1 já viveu essa experiência antes, mais recentemente no Azerbaijão, em 2019. Tudo bem, até vai, ainda que a vistoria devesse ser muito melhor. Agora, o que dificulta é ser em Las Vegas, menina dos olhos da F1. Pior: promovida pela própria F1 e pelo Liberty Media. Que bela imagem estão passando para outras praças e até categorias, hein? Parabéns pelo fiasco.

Treino livre que acaba às 4h locais: inaceitável

Nem no tênis, que pode acontecer de rolarem partidas muito longas, se tem algo terminando às 4h da manhã. Imagina num esporte como a F1, com programação feita com cuidado, com só uma ou duas sessões no dia e não cinco, seis jogos? O que aconteceu foi inaceitável. Mecânicos claramente desgastados, pilotos que devem chegar no hotel para lá de 6h. Como ficar saudável assim? Um absurdo completo.

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Charles Leclerc liderou o treino único, mas as arquibancadas estavam vazias na madrugada (Foto: AFP)

Portões fechados: inaceitável

O combo do desastre foi selado com portões fechados no TL2. Sim, a F1 teve uma sessão sem torcida fora da pandemia. É que precisavam entregar a pista até 4h da manhã para a cidade e resolveram arriscar o TL2 nessa hora. Ainda fizeram o desrespeito de avisar o público para ir embora em cima da hora. Seguraram os caras até 1h30 para nada… Até mesmo os profissionais da imprensa tiveram de deixar o circuito antes mesmo do fim das atividades. Novamente, parabéns aos envolvidos.

Se aprendemos algo, é que a pista está um sabão. E ondulada e pouco criativa

A pista, além de tudo, está péssima. Para além dos bueiros, um sabão, suja, um show de 'bumps', uma coisa horrorosa. Capaz de ter mais caos no fim de semana porque o cenário está todo hostil. Horror. Verstappen, a voz mais firme em relação à etapa americana até aqui, relatou que a decepção com o traçado, que descreveu como "pouco interessante" e ainda apontou para a extrema falta de aderência. A análise do comportamento dos pneus será um dos maiores desafios do fim de semana.

GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do GP de Las Vegas de Fórmula 1 AO VIVO e EM TEMPO REAL. No sábado, o TL3 está marcado para as 1h30 (de Brasília, GMT-3), enquanto a classificação começa às 5h. Em SEGUNDA TELA, o GP acompanha a etapa com transmissões da classificação, da sprint e da corrida. Na sexta-feira, no sábado e no domingo, o BRIEFING repercute tudo que acontece na etapa estreante.