Chefe da Ferrari se irrita com pergunta sobre favorecimento a Leclerc e sobra para Red Bull
Frédéric Vasseur não gostou do questionamento do Corriere dello Sport sobre Charles Leclerc ser o primeiro piloto e disse que as equipes só determinam isso quando há chances de um dos dois ser campeão — "exceto a Red Bull, com Verstappen e Pérez"
Frédéric Vasseur não gostou nada de mais uma vez ser questionado sobre um possível favorecimento da parte da Ferrari a Charles Leclerc, sobretudo após o GP da Hungria, em que a equipe usou a estratégia para amenizar o erro no pit-stop do carro #16, fazendo-o recuperar posição justamente sobre Carlos Sainz. O chefe da equipe reiterou que, no momento, não há razão para priorizar um dos dois. E ainda sobrou alfinetada para a Red Bull.
O dirigente deu entrevista ao jornal italiano Corriere dello Sport e foi direto ao ser indagado sobre Leclerc ser o primeiro piloto da escuderia de Maranello. "Focar em apenas um dos dois pilotos? Não, não, não ponha as palavras de Helmut Marko na minha boca!", disparou, lembrando-se da vez em que o consultor dos taurinos disse, ainda na temporada passada, que Leclerc era "claramente o primeiro piloto" da Ferrari.
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"Nunca disse isso, nem nunca fiz isso", seguiu Vasseur. "Disse apenas que se você quiser mirar no Mundial de Pilotos, em determinado momento terá de fazer uma escolha e priorizar quem estiver mais à frente na classificação. No entanto, não estamos hoje nessas condições", garantiu, acrescentando que se houvesse a mínima chance de título, o cenário seria diferente, independentemente de qual piloto estivesse à frente.
"E se fosse Sainz? Seu questionamento pressupõe que Charles é o número um, mas não é o caso", frisou. "Comecei esse trabalho há 25 anos, pensando que os dois pilotos deveriam receber o mesmo suporte e não tenho intenção de mudar. Todas as equipes se movimentam dessa forma, exceto a Red Bull, com [Max] Verstappen e [Sergio] Pérez", alfinetou.
Após 11 etapas, Sainz aparece à frente de Leclerc na classificação: 87 pontos contra 80 do monegasco, porém a distância para Max Verstappen, o líder, é de impressionantes 194 e 201 tentos, respectivamente.
Com as chances de título em 2023 praticamente inexistentes, a Ferrari já volta as atenções para 2024, ano em que os contratos de ambos também se encerram. E Vasseur não descartou a possibilidade de uma renovação, porém salientou que, no momento, o foco dos italianos é no desenvolvimento do carro.
"Por que não? Mas vamos começar a falar sobre isso no final da temporada, e os dois sabem. Disse a ele assim que cheguei. Hoje a única prioridade é desenvolver o carro", concluiu Frédéric.