Honda vê Marc Márquez “parte da família” e diz ter “medo nenhum” de perdê-lo
Presidente da HRC, Koji Watanabe reconheceu ao jornal espanhol Marca que é preciso melhorar a RC213V para todos os pilotos, mas assegurou que os técnicos e engenheiros “quase” encontraram o problema da moto
Presidente da HRC, Koji Watanabe afirmou que a Honda não tem “medo nenhum” de perder Marc Márquez. O chefe da divisão esportiva da marca asa dourada avaliou que o hexacampeão da MotoGP é “parte da família”.
A Honda atravessa um momento difícil na MotoGP. Além dos problemas de competitividade da RC213V, os pilotos da marca têm caído muito. Marc Márquez perdeu corridas no início do ano por causa de uma fratura na mão no GP de Portugal. Neste fim de semana, Joan Mir está ausente do GP da Alemanha — depois de ter abandonado o GP da Itália — por causa de uma lesão na mão direita. Álex Rins, da satélite LCR, também não vai correr, já que quebrou a perna direita em um tombo na sprint em Mugello.
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Em meio a este cenário, o mais velho dos irmãos Márquez pressiona a marca, mas também mostra confiança no potencial da Honda para resolver os problemas, inclusive citando o exemplo da Fórmula 1.
Falando ao jornal Marca, Watanabe afirmou que a HRC quase identificou os problemas da RC213V, mas não sabe quanto tempo levará para alcançar o nível da Ducati, que hoje domina a MotoGP.
“É bastante difícil dizer em relação ao tempo. Mas, agora, nós já quase encontramos qual o problema”, disse Watanabe.
Questionado se a Honda já sabe exatamente qual o problema da moto, Koji respondeu: “Sim, sim. O próximo passo é como podemos arrumar o problema, mas precisamos de algum tempo para arrumá-lo adequadamente. Esperamos que no final desta temporada, tenhamos a chance de resolvê-los. Mas, claro, não é tão fácil”.
Watanabe, contudo, disse não temer perder Marc Márquez, que tem contrato com a Honda para 2024.
“Sentimos que Marc é parte da família Honda. Claro, a Honda respeita a opinião de seus pilotos. Nós não temos medo nenhum, mas respeitamos a opinião dele”, frisou, assumindo o desejo de manter o espanhol na equipe até a aposentadoria. “Sim, claro que sim”, sublinhou.
Ainda, Watanabe frisou que a Honda “não tem pressa” em começar a falar com Márquez sobre um novo contrato, mas que a comunicação com o piloto é frequente.
“Estamos sempre falando entre nós. Uma boa comunicação é importante para a família Honda”, defendeu.
Por sim, Watanabe assumiu que o elevado número de quedas da Honda tem relação com o protótipo. “Precisamos melhorar a moto em si, para todo mundo”, encerrou.
Das 130 quedas registradas na MotoGP em 2023, a Honda responde por 30. Ou seja, 23,7% do total. Ainda que o volume de tombos seja maior na Ducati — com 33,8% dos acidentes —, a casa de Borgo Panigale viu dez pilotos subirem na Desmosedici ao longo do ano, o que resulta em uma média de 4,4 tombos por piloto. A Honda, por sua vez, viu seis pilotos na RC213V, mas a média de quedas é de 5 por piloto.
A MotoGP volta neste fim de semana com o GP da Alemanha, em Sachseniring. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades do Mundial de Motovelocidade 2023.