Brown aceita cargo na Indy e entra para 'força-tarefa' para impulsionar marketing

CEO da McLaren e dono da JMI, considerada maior agência de marketing de automobilismo do mundo, Zak Brown terá posição diretiva na Indy

CEO da McLaren, Zak Brown assumiu cargo diretivo no marketing da Indy, após ser convidado por Mark Miles, mandatário da Penske Entertainment, proprietária da categoria, para fazer parte de uma força-tarefa que visa ampliar os horizontes do campeonato. O anúncio aconteceu no último domingo (21), durante o GP de Long Beach.

Não há um nome específico para a vaga de Brown, mas ficou entendido que o dirigente terá muita voz no marketing, onde tem destacadas habilidades desde meados de 1990. Naquela época, o estadunidense era um piloto tido como mediano nas categorias de base do automobilismo local, mas sempre conseguia bons acordos com patrocinadores. Se não teve sucesso pilotando, Brown continuou ligado ao esporte ao fundar a Just Marketing Internacional [JMI], que é apontada como a maior agência de marketing da modalidade no mundo.

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O dirigente espera contribuir para o progresso da Indy, que tem justamente o marketing bastante questionado por pilotos, equipes e fãs. Brown já fez imensa lista com sugestões para a Penske Entertainment.

"Já falei com ele [Mark Miles]. Estou feliz em ajudar, pois tenho muitas opiniões sobre oportunidades que acho que estamos perdendo para tornar o esporte muito melhor. É capitalizar o que der para fazer a Indy maior", afirmou.

O'Ward ao lado do CEO da McLaren, Zak Brown (Foto: IndyCar)

"Acho que há muito espaço para otimizar a programação das corridas. Algumas mudanças foram boas, mas ter uma corrida extracampeonato após a temporada começar? Pré-temporada, testes ou corridas podem fazer muito mais sentido”, completou Brown, com críticas ao Desafio do US$ 1 Milhão, realizado no último mês de março.

Brown indicou que um dos principais pontos para melhorar o interesse em cima da Indy está na promoção dos pilotos e na criação de verdadeiros personagens — o que está por trás do sucesso que a Fórmula 1 conseguiu com a série Drive to Survive. O executivo também pede por melhores cenários nas cerimônias de pódio, que não são atrativas na categoria e que, na visão dele, pode gerar maiores acordos de patrocínio.

"Acho que os pilotos são as estrelas e precisamos colocá-los em um pedestal. E [necessitamos] pódios adequados. Isso pode parecer uma coisa pequena, mas as imagens das cerimônias... [no Desafio do US$ 1 Milhão] não era adequado ao nível da Indy”, falou.

"É preciso investir, então os pódios serão mais produzido e patrocinados. Isso pode significar que você tem que injetar capital e depois ir buscar as marcas e captar os patrocinadores. Acho que muitas mídias sociais, imagens e exposições do pódio mostram oportunidades perdidas”, prosseguiu.

Zak Brown espera recuperar oportunidades para Indy (Foto: McLaren)

Brown também abordou um ponto que é pedido por pilotos e fãs, que são novos carros. Os atuais são chassis de 2012, quando a Indy colocou o Dallara DW12 em ação — em 2018, a fabricante fez um facelift no monocoque, mas a construção é praticamente a mesma. O novo membro da categoria também questionou as razões de implementarem os motores híbridos no meio do campeonato, o que vai acontecer neste ano, após as 500 Milhas de Indianápolis.

"Precisamos de alguns de carros novos — já disse isso há algum tempo. Não devemos introduzir novas tecnologias no meio da temporada. Os híbridos estão chegando [durante 2024] e acho que é alto risco para uma pequena recompensa. Por que não terminamos o campeonato? Qual é a pressa para fazer isso com sete ou oito corridas pela frente? Não seria melhor fazer todos os testes e dar a todas as equipes a chance de modificar adequadamente seus equipamentos para 2025?”, questionou.

O estadunidense prosseguiu e criticou o fato da Indy manter o número de 17 corridas realizando rodadas duplas, como será nos finais de semana de Iowa e Milwaukee. O expediente foi adotado após a perda do oval do Texas do calendário.

“Acho lamentável perder o Texas, que é um grande mercado. Rodada dupla não me parece ser a solução para expandir o calendário, os patrocinadores não veem como duas corridas. É um fim de semana”, disparou.

Zak Brown fez enorme lista de melhorias para Indy (Foto: McLaren)

Sobrou até para a transmissão de TV nos Estados Unidos, que também é a responsável por gerar as imagens para todo o mundo. Com a Indy prestes a anunciar o novo contrato, que estaria disputado entre a Fox Sports e NBC, atual detentora dos direitos, Brown pede que as exibições sejam mais didáticas para angariar mais fãs.

"Qualquer que seja a nova emissora no acordo de TV, temos de fazer um trabalho melhor em mostrar as corridas. Entrar [no ar] com mais antecipação seria bom. Ouço muito ‘eles estão com pneus vermelhos’. Você precisa ser um fã ávido [para entender] — me considero um desses —, mas gostaria de ter informações como ‘esses são os pneus macios, cerca de 0s5 mais rápido por oito voltas e se o Pato [O’Ward] não pegar o Josef Newgarden no oitavo giro, seus compostos vão acabar e a estratégia já era’”, sugeriu.

“Precisamos ajudar os fãs a entender como as corridas se desenrolam e as estratégias por trás delas, porque não acho que isso seja claro. Há espaço para melhorias”, finalizou.

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