Penske mancha Indy 500 com novo escândalo e coloca lisura do campeonato em xeque

Penske assume protagonismo desnecessário com polêmica dos atenuadores e mancha 500 Milhas de Indianápolis antes mesmo da largada. É hora de Roger Penske se equilibrar no conflito de interesses

Pouco mais de 1 ano depois do escândalo do push-to-pass, a Penske está em apuros novamente. Josef Newgarden e Will Power não puderam participar da classificação de domingo e sofreram uma dura sanção, jogados ao fundo do grid das 500 Milhas de Indianápolis. Mais uma vez, a equipe sofre não apenas uma instabilidade na categoria, mas será forçada a conviver com os questionamentos de sua lisura como esportistas e do campeonato em si.

Quando Roger Penske adquiriu a Indy e o Indianápolis Motor Speedway, em novembro de 2019, dois cenários se desenharam: por um lado, aqueles que exaltavam e valorizavam um dos homens de negócios mais poderosos da história do esporte a motor americano. Do outro, pessoas que entendiam que o conflito de interesses de Roger poderia manchar o campeonato de alguma forma. À época, até as rivais estavam no mesmo barco da Penske. Era o sujeito ideal para comandar a categoria.

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E aqui, nem vamos entrar no tema pandemia, perda financeira e de outros vários problemas que a Indy encarou fora das pistas nos últimos anos. Para o bem ou para o mal, Roger era a pessoa ideal para comandar a Indy neste período. Curiosamente, dentro de sua administração, viu a Penske ganhar a Astor Cup apenas uma vez, em 2022.

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Will Power e Josef Newgarden (Foto: Indycar)

O cenário mudou completamente depois do escândalo do push-to-pass. Se antes Josef Newgarden era considerado como um grande herói americano, nem a épica vitória na Indy 500 do ano passado mudou o fato de que virou um vilão da categoria, um sujeito que é impiedoso e vai até os extremos para vencer. A sorte é que Álex Palou existe e domina o campeonato, o que acaba afastando que essa polêmica cresça.

E até é certo acreditar que Roger Penske não tem nada a ver com isso. Porém, é o preço que tem de pagar por ter esse nome e esse tipo de situação acontecendo. Tim Cindric era visto como a peça ideal para ser o presidente da equipe enquanto Roger não necessariamente opera. Porém, a pecha de sujo e injusto fica cada vez mais forte.

Independente do grande momento de Palou e da Ganassi, a Penske ainda é a grande equipe do campeonato. Não há nenhuma necessidade de, mais uma vez, apelar para este tipo de artimanha. E o pior: o nome e a lisura da categoria estão em jogo. Ninguém questiona a Fórmula 1 se a McLaren fizer algo de ilegal porque Zak Brown não é dono do Liberty Media. Christian Horner não é, Toto Wolff não é e assim em diante.

No mesmo fim de semana em que Robert Shwartzman fez história com uma das poles mais inacreditáveis da história das 500 Milhas de Indianápolis, a Penske rouba a cena de novo e de forma negativa. Porém, quem sofre é a categoria que não necessariamente vive uma fase brilhante e onde deve ser aplaudida.