Na Garagem: Mansell vence em Nazareth e levanta título da Indy após intercâmbio

Com quatro vitórias em ovais, Nigel Mansell levantou o título da Indy em 1993 com uma rodada de antecedência após o triunfo na etapa de Nazareth

Há exatos 30 anos, um dos principais intercâmbios entre Fórmula 1 e Indy terminou em sucesso. O inglês Nigel Mansell, da Newman-Haas, venceu a etapa no oval de Nazareth e levantou o título da categoria com uma prova de antecedência, um ano depois de chegar na glória máxima no Mundial de F1.

Mesmo com o título na Fórmula 1 após uma das temporadas mais dominantes já vistas no esporte até então, Nigel entrou em colisão com a Williams. Uma renovação de contrato foi atrasada por conta de exigências financeiras altas feitas pelo piloto inglês. Como o time já tinha assinado um caro contrato com o então tricampeão Alain Prost e ainda tinha o desejo de ter Ayrton Senna, um acordo não foi encontrado com o 'Leão', que anunciou a aposentadoria do Mundial.

[relacionadas]

Pouco tempo depois, foi anunciado que Mansell tinha fechado com a Newman/Haas para formar uma dupla com Mario Andretti na Indy, substituindo Michael Andretti, que tinha deixado o posto nos Estados Unidos para se juntar à McLaren.

O impacto de Nigel na categoria foi imediato. Logo na corrida de estreia, em Surfers Paradise, na Austrália, o inglês saiu com pole-position e vitória. Na rodada seguinte, em Phoenix, sofreu um acidente nos treinos livres que o impediu de correr. Na sequência, um pódio em Long Beach e um terceiro lugar na Indy 500.

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2
▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

Nigel Mansell na temporada de título na Indy (Foto: Reprodução)

Em Milwaukee, veio a primeira vitória de Mansell em ovais. O inglês se consolidou na liderança do campeonato, mas acabou perdendo a ponta na nona corrida ao abandonar no GP de Toronto, vendo Emerson Fittipaldi, da Penske, como primeiro. Porém, Nigel respondeu muito bem, com vitórias nos ovais de Michigan, New Hampshire e um pódio no misto em Road America, que o colocou em ótima posição pelo título.

Em Nazareth, Mansell chegou ao campeonato com 169 pontos contra 156 de Fittipaldi, que era o mais próximo na briga pelo título. E ambos dividiram a primeira fila no oval. Na largada, Nigel foi engolido pelos carros da Penske, perdendo também o segundo posto para o canadense Paul Tracy.

Em pista curta e marcada por alto tráfego de retardatários, Mansell teve ritmo para se aproximar de Fittipaldi, que já tinha perdido a liderança para Tracy. Após passar o brasileiro, mergulhou por dentro no canadense e assumiu de novo a ponta.

Nigel Mansell na temporada de título na Indy (Foto: Reprodução)

Daquele ponto em diante, não foi mais visto pelos concorrentes, nem com os pit-stops e as tentativas de mudar estratégia dos adversários, nem com o frequente tráfego de retardatários atrapalhando o ritmo dos ponteiros (apesar de muitas reclamações do próprio Mansell). Os carros da Penske perderam contato com o inglês e ficaram para trás, com Scott Goodyear, da Walker, assumindo o segundo lugar.

Mansell recebeu a bandeira quadriculada com apenas Goodyear na mesma volta. Tracy completou o pódio em Nazareth, enquanto Fittipaldi amargou o quinto lugar, atrás também de Bobby Gordon, e com a vantagem de Nigel superior a 23 pontos, o inglês levantou o título antes mesmo da rodada final, em Laguna Seca. Ao total, foi uma temporada de 5 triunfos, sendo 4 deleas em ovais.

O ano da defesa de título não foi tão suave para Mansell. O piloto seguiu na Newman/Haas, mas viu a Penske doutrinar a temporada seguinte com Al Unser Jr, Emerson Fittipaldi e Paul Tracy, que ficaram com as primeiras três posições no campeonato. Nigel amargou o oitavo lugar, sem vencer e com 3 pódios.

Ao mesmo tempo, Mansell recebeu o chamado de retorno da Williams para substituir Ayrton Senna, que faleceu em um acidente no GP de San Marino. Nigel assumiu o cockpit do FW16 no GP da França e também nas três etapas finais, quando a temporada da Indy foi encerrada. O inglês venceu na F1 pela última vez no GP da Austrália de 1994. Ele ainda assinou com a McLaren para 1995, mas optou pela aposentadoria após apenas duas corridas pelo time.