Herta diz que 2023 foi "pior ano na Indy" e prega consistência para acabar com jejum

Mesmo vencedor das 12h de Sebring com WTR-Andretti, Colton Herta considera ainda estar na ‘seca’, pois prioridade é voltar a ganhar na Indy

Colton Herta admitiu que a temporada de 2023 foi abaixo do esperado na Indy. O piloto da Andretti classificou o ano como o pior de sua carreira, o primeiro em que não conquistou vitórias desde a estreia em temporadas completas, em 2019. Às vésperas do GP de Long Beach, que será realizado nesse final de semana, o estadunidense espera acabar com o jejum que já dura 31 corridas na categoria.

Herta conquistou o último triunfo na Indy em 2022, no GP de Indianápolis 1, após exibição de gala no início do mês de maio daquele ano. A corrida transcorreu com alternância de clima, entre pista seca e chuva forte, mas o #26 foi o melhor da prova.

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Entretanto, a temporada de 2022 foi marcada pela oscilação aguda de Herta. Ao mesmo tempo que tinha atuações incríveis — algumas delas, atrapalhadas pelo trabalho ruim da Andretti, seja nos boxes, estratégicos ou por falta de confiabilidade —, também comprometia com erros, como no acidente que sofreu no Carb Day, que danificou completamente seu carro e interferiu no desempenho para as 500 Milhas de Indianápolis, ou ao estourar o limite de velocidade para entrar nos boxes no GP de Mid-Ohio.

Ainda assim, Herta passou a ser pretendido pela AlphaTauri — atual RB — para correr em 2023 na Fórmula 1. Uma jogada de Helmut Marko, consultor da Red Bull, para ter um grande talento e de nacionalidade estadunidense, desejo antigo de toda categoria. No entanto, o piloto não tinha superlicença e recusou o extenso plano de testes, além da participação em campeonatos de base pelo mundo para alcançar a pontuação necessária para assumir a vaga.

Colton Herta abriu temporada 2024 com quinto lugar em St. Pete (Foto: Joe Skibinski | IMS Photo)

Com a recusa, Michael Andretti aproveitou e assegurou Herta ao seu lado por mais anos. O dirigente ofereceu ao mais jovem vencedor da história da Indy um contrato até 2027, com ordenados na casa de US$ 7 milhões [cerca de R$ 36 milhões] anualmente, o maior salário da categoria. Um movimento que pode envolver a Fórmula 1 no futuro, pois não é segredo que a Andretti pretende ter uma equipe na categoria mais popular do planeta e que Herta é um sério candidato a uma vaga. Recentemente, o time inaugurou uma sede em Silverstone, visando a F1.

O fato é que a temporada de 2023 chegou e o norte-americano não brilhou como nas vezes anteriores, quando anotou as sete vitórias da carreira. Passou o ano em branco, com apenas um pódio no GP de Toronto como destaque e finalizou o campeonato somente na décima colocação. Muito pouco pelo o que se esperava dele.

Apesar de ter sido o melhor da Andretti no campeonato, no quesito desempenho, Kyle Kirkwood teve mais destaque. Em seu primeiro ano na equipe, venceu em Long Beach e Nashville, mas passou por períodos de oscilação, que o fez terminar o certame quatro pontos atrás de Herta — outros carros da equipe foram guiados por Romain Grosjean e Devlin DeFrancesco, que enfileiraram acidentes e foram demitidos ao final de 2023.

A temporada de 2024 começou e Herta vê que pode ser o momento de virar a página: deixar para trás o pior ano da carreira para voltar a vencer. Para isso, pede mais consistência da Andretti.

Colton Herta não vence desde 2022 na Indy (Foto: Joe Skibinski | IMS Photo)

“Com certeza, foi a minha pior temporada na Indy. A primeira vez em que não venci em um ano”, afirmou. “Preciso de finais de semana mais consistentes. Algumas coisas ficam fora do nosso controle, mas temos as rédeas em outras situações. Recapitulei momentos onde erramos para ter certeza de que irão acontecer novamente”, completou.

Poderia servir de consolo a vitória que Herta conquistou nas 12h de Sebring, realizadas no início de março e com transmissão do GRANDE PRÊMIO. Competindo pela WTR-Andretti ao lado Jordan Taylor e Louis Delétraz, o norte-americano viu Delétraz superar nas voltas finais o Cadillac da Ganassi para faturar a corrida.

No entanto, apesar de externar a satisfação por vencer o tradicional evento da IMSA SportsCar, o piloto falou que considera continuar em jejum, já que tem predileção pela Indy.

“Definitivamente me senti bem [por ganhar as 12h de Sebring], mas as coisas são bem diferentes. Considero que ainda não venci, pois minha prioridade é a Indy”, apontou.

Acura #40, com Delétraz, Herta e Taylor, venceu as 12 Horas de Sebring (Foto: IMSA)

“A IMSA SportsCar é incrível e eu a amo, mas ali foi um grande esforço da equipe. A Indy volta e tudo é muito distinto, então, continuo sem vitórias”, prosseguiu.

O início de ano de Herta é considerado bom. Foi o melhor carro da Honda na etapa inaugural da Indy, em São Petersburgo, quando a Chevrolet deu as cartas no circuito de rua da Flórida. Conquistou o quinto lugar na etapa e foi quarto no Desafio do US$ 1 Milhão, evento que não contou pontos para o campeonato. Herta admite que os resultados alcançados favorecem, inclusive, a preparação mental.

“Mentalmente, é muito melhor quando você começa com bom ritmo. Com tudo funcionando e em ordem, meio que vai definir o resto da temporada”, finalizou.

O GP de Long Beach da Indy está agendado para acontecer no dia 21 de abril, no circuito de rua montado na Califórnia. A corrida tem cobertura completa do GRANDE PRÊMIO.

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