Voo atrasado e encontro por acaso: De Vries detalha bastidores de retorno à Fórmula E

Nyck de Vries revelou que seu retorno à Fórmula E, agora como piloto da Mahindra, aconteceu depois de uma série de coincidências — e tudo começou em um voo atrasado para Londres

De volta à Fórmula E depois de uma passagem frustrada pela Fórmula 1, com apenas 10 corridas realizadas, Nyck de Vries viveu uma verdadeira epopeia até conseguir fechar contrato com a Mahindra — o que, segundo revelado pelo neerlandês, aconteceu por acaso. Tudo que o piloto queria era assistir ao eP de Londres, que encerrou a temporada 2022/23, mas um voo atrasado recalculou completamente sua rota — e alteraria seus planos para o futuro.

O atraso na viagem foi fundamental, pois ao invés de visitar o paddock ao longo de um dia inteiro de corrida, o piloto chegou à ExCel Arena apenas um pouco antes do início da corrida. Assim, foi diretamente ao grid para conversar com os ex-companheiros.

Relacionadas

"Eu deveria saltar no Aeroporto de Londres, mas o voo foi adiado. Então, acabei em Stansted", contou De Vries ao portal alemão e-Formula. "Foi circunstancial. Eu fui diretamente para a corrida e encontrei 'Fred' [Frédéric Bertrand, CEO e chefe da Mahindra], por acaso. Estava lá como visitante, e nos esbarramos no grid", revelou.

"Trocamos algumas palavras, e ele deixou seu interesse muito claro", afirmou Nyck. "Combinamos de nos falar por telefone e partimos daí. Foi uma coisa natural", apontou.

De Vries será companheiro de Mortara em 2024 (Foto: Mahindra)

▶️ Conheça o canal do GRANDE PRÊMIO na Twitch clicando aqui!

No entanto, conforme revelado por Bertrand, a situação não se desenrolou imediatamente. Depois de duas semanas sem contatos entre as partes, ambos tiveram a mesma sensação: o interesse do outro lado havia acabado. Porém, de acordo com o dirigente da Mahindra, bastou uma nova tentativa para que a parceria fosse desenhada.

"Ele estava deixando o grid com Alejando Agag [cofundador da Fórmula E], lá atrás, quando o chamei e disse: 'se estiver interessado, estou procurando por pilotos que me ajudem a sair dessa posição e cheguem à frente no ano que vem'. Eu o conhecia dos meus tempos na FIA e, uma semana ou duas depois, nos falamos por telefone e expliquei o projeto a ele", destacou Bertrand.

"Então, não nos falamos por duas semanas, até a metade de agosto. Ele disse: 'você não entrou em contato', e eu disse: 'também não ouvi mais sobre você, achei que não estivesse interessado'. Isso tornou o acordo mais fácil, porque percebemos que combinávamos", brincou.

Bertrand, que comanda um plano a longo prazo de reestruturação da Mahindra, ressaltou o fato de ter um campeão mundial ao lado de Edoardo Mortara no ano que vem.

Bertrand chegou a pensar que De Vries não tinha interesse na vaga (Foto: Reprodução/Fórmula E)

▶️ Inscreva-se nos dois canais do GRANDE PRÊMIO no YouTube: GP | GP2

"Daí em diante, tudo aconteceu rapidamente. O que gosto nele é o entendimento de um campeão mundial. Sua abordagem é prática e eficiente, sem tentar muitas coisas malucas com os engenheiros. Foi ótimo fazer esse anúncio à gerência do Grupo Mahindra", admitiu.

O principal objetivo do CEO é tornar a Mahindra uma equipe competitiva no grid, depois de um ano muito ruim em sua estreia como fornecedora. Além dos pilotos, o dirigente foca na contratação de novos funcionários, como a chegada de Tony Ross — ex-engenheiro da Mercedes na Fórmula 1 e também na Fórmula E.

"Temos sido a 'equipe legal' até agora", disse o CEO. "Queremos continuar assim, mas também queremos que os outros tenham mais medo de nós", garantiu.

Fórmula E retorna oficialmente no dia 13 de janeiro, com a abertura da temporada, na Cidade do México. Antes disso, porém, a categoria realiza sua pré-temporada, em Valência, entre os dias 23 26 de outubro.