Bird se emociona e confirma adeus à Fórmula E: "Gostaria que não tivesse acabado"

Membro da Fórmula E desde o nascimento, vencedor de corridas nas sete primeiras temporadas e quarto na lista dos que mais venceram, Sam Bird se despediu da categoria em Londres. E em fim de semana difícil, com dois abandonos e muita emoção

A última etapa da temporada 2024/25 da Fórmula E significou não apenas o fim oficial do campeonato, mas também uma despedida muito importante para a categoria. Sam Bird, presente desde a primeira corrida da história e vencedor da segunda, não encontrou uma vaga no grid após a retirada da McLaren e vai deixar o esporte. Pela primeira vez, a modalidade elétrica vai iniciar uma edição sem o britânico, em dezembro, no Brasil.

E Bird não conseguiu escapar da emoção em Londres, corrida de casa e que marcou a despedida. Após o abandono do sábado (26), na primeira corrida da rodada dupla, o inglês chegou a chorar no cercado, área destinada ao contato dos pilotos com a imprensa. Poupado pela mídia, foi abraçado pelo também veterano Jean-Éric Vergne.

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No dia seguinte, as coisas não saíram muito melhores. Bird fazia corrida boa de recuperação, mas se envolveu em toque com Robin Frijns e novamente precisou abandonar a prova. Após deixar a pista, o inglês lamentou que as coisas tenham terminado dessa forma, novamente sem pontos.

"A corrida estava indo muito bem. Estava ganhando posições e cheguei a ficar em sétimo", disse Bird ao portal alemão eFormel. "Então, tive um leve contato em uma disputa com Robin e minha barra de direção quebrou. Não tive outros danos, mas esse toque significou o fim", lamentou.

Bird (Foto: Fórmula E)

Questionado diretamente se o abandono em Londres marcaria sua última apresentação na Fórmula E, Bird confirmou. O britânico já dava indicações de que não havia conseguido um lugar no grid para a próxima temporada, e a renovação que a categoria deve passar nos próximos anos dificultou as coisas. Aos 38 anos, o piloto admitiu que queria uma sequência diferente para a carreira.

"Na Fórmula E, possivelmente, sim. Não podemos descartar nada, mas parece que será assim neste momento", admitiu o piloto. "Foi uma aventura incrível nos últimos 11 anos. Estive lá desde o início, vi esse projeto todo crescer. Competi contra alguns dos melhores times e pilotos. Amei, e não queria que acabasse. Não queria que tivesse acabado assim", desabafou.

Bird se despede da Fórmula E com 11 anos de serviço, nos quais disputou 141 corridas por três times diferentes: Virgin [que se tornaria Envision], Jaguar e McLaren. Foram 12 vitórias, o que o coloca como quarto maior vencedor de todos os tempos, 27 pódios e seis poles. No total, somou 916 pontos e conquistou vitórias em todas as sete primeiras temporadas da história da categoria.

Sam Bird (Foto: Fórmula E)

O respeito do piloto junto ao circo da Fórmula E é evidente, o que explica as muitas fotos tiradas entre o inglês e os demais pilotos do grid na etapa derradeira da temporada. Na tradicional festa de encerramento, realizada em Londres, Bird foi chamado ao palco pelo CEO Jeff Dodds e foi aplaudido de pé por quem estava no evento.

"Venci algumas grandes corridas e consegui muitos pódios. As duas primeiras vitórias em Nova York foram muito divertidas. Vencer no ano passado [em São Paulo] foi enorme. E minha vitória em Putrajaya, na segunda corrida da história da Fórmula E. Tive várias grandes corridas e fico grato por tudo", finalizou Bird.

Com o encerramento da temporada, a Fórmula E só volta à pista de maneira oficial no dia 6 de dezembro, no eP de São Paulo — que vai abrir a próxima edição da categoria. Com o maior calendário da história, o campeonato também vai passar por Cidade do México, Miami, Jedá, Madri, Berlim, Mônaco, Xangai, Tóquio e Londres, além de duas rodadas simples ainda não confirmadas.

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