'Rei de Roma', Evans faz favoritismo virar vitória e prova que manda na 'Cidade Eterna'

Toda a conversa em torno do favoritismo de Mitch Evans em Roma não foi à toa: em mais uma exibição absurda, o neozelandês aliou velocidade e inteligência para completar mais uma jornada incrível com vitória. Decididamente, é o homem a ser batido na capital italiana

Não teve jeito: todo o favoritismo de Mitch Evans, o maior vencedor da história do eP de Roma, foi comprovado na pista neste sábado (15). Na primeira corrida da rodada dupla programada pela Fórmula E para a capital italiana, conhecida como "Cidade Eterna", o neozelandês deu um verdadeiro recital: pole, vitória dominante e volta mais rápida, conquistando simplesmente todos os pontos possíveis neste primeiro dia de corrida.

O dia já começou promissor para Evans, que demonstrou ter claramente o melhor ritmo do grid na classificação disputada na parte da manhã. Mesmo apenas entre os que foram ao mata-mata, o tempo do neozelandês — na casa de 1min38s400 — ficou muito abaixo de seus concorrentes diretos — o que já indicava o desenrolar da corrida.

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Na disputa, Mitch aproveitou o segundo lugar conquistado por Sam Bird no grid e logo cedeu a primeira posição ao companheiro de equipe, em plano até previsível que visava evitar um gasto de energia desnecessário ao liderar a prova. A questão é que, na primeira vez em que foi exigido, o britânico mais uma vez deixou a desejar e começou a perder posições. Logo em seguida, um acidente sofrido por ele mudou completamente a história da prova.

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Pole, vitória e volta mais rápida: Mitch Evans foi perfeito no sábado de Roma (Foto: Fórmula E)

Depois de Bird rodar na reta que leva à curva 7, um dos setores mais ondulados do asfalto, o caos tomou conta da corrida em Roma. Praticamente todos os pilotos que vinham atrás tiveram muitas dificuldades para desviar do carro #10, algo que Sébastien Buemi e Edoardo Mortara não conseguiram fazer. Em cena assustadora, a grande sorte do dia foi que a batida em 'T' entre o suíço e o inglês não deixou consequências mais graves.

Além de Bird, Buemi e Mortara, Lucas Di Grassi, Robin Frijns e António Félix da Costa foram envolvidos no incidente, também não conseguiram evitar os danos e abandonaram a prova. Depois de longa paralisação, os carros retornaram à pista com Evans ainda em segundo, logo atrás de Sacha Fenestraz, mas com um Jake Dennis sedento por sangue em quarto.

Porém, a estratégia do britânico, que enfileirou rapidamente René Rast, Evans e Fenestraz para tomar a primeira posição, logo se provaria errada. Dennis gastou um verdadeiro caminhão de energia, o que o prejudicou na reta final e o fez perder diversas posições. No fim, ainda conseguiu salvar um importantíssimo quarto lugar, milagroso para as condições em que se encontrava.

Assim, sem chamar tanta atenção, mas com o controle da corrida completamente em mãos, Evans venceu mais uma — a quarta em Roma. Do mesmo jeito que fez em 2022, o piloto da Jaguar soube o momento exato de acelerar, segurar o ritmo, economizar energia e pisar fundo. O conhecimento completo sobre o que fazer na pista italiana salta aos olhos, e a dominância não se comprova apenas ao liderar o pelotão — mas também no entendimento de quando se deve largar a ponta para economizar bateria.

Wehrlein teve um dia para esquecer, mas conseguiu limitar os danos e somar pontos (Foto: Fórmula E)

Sobrou tempo até para um erro inaceitável por parte do neozelandês, que errou a ativação do modo de ataque já no fim da corrida e precisou passar novamente pelo traçado externo. Acabou não custando no fim, já que Dennis não tinha energia para se segurar na liderança, mas serve de alerta em uma batalha tão apertada pelo título.

Falando na disputa pela taça, Mitch conseguiu ganhar a posição de Pascal Wehrlein no Mundial, assumiu o terceiro lugar e se encontra 20 pontos atrás do líder, novamente Nick Cassidy. Com mais uma corrida pela frente neste fim de semana — e em seu local favorito —, o neozelandês tem tudo para chegar em Londres, parada final do campeonato, em condições de buscar a conquista.

Cassidy manteve a incrível regularidade de 2023 e fechou em segundo, o que o devolveu à ponta do Mundial de Pilotos, com cinco pontos de vantagem para Dennis [171 a 166]. Por sua vez, o inglês foi o grande perdedor da tarde italiana e, além de deixar a ponta para o rival da Envision, ainda viu a vantagem diminuir significativamente para Evans.

Dennis precisou se defender desesperadamente nos instantes finais de corrida (Foto: Fórmula E)

Por fim, Pascal Wehrlein. Líder com sobras do campeonato nas primeiras rodadas, o alemão simplesmente não se encontra em ritmo de classificação — assim, invariavelmente, precisa buscar posições na pista. Em um traçado tão apertado e ondulado como Roma, as chances de um acidente aumentam significativamente — e foi exatamente o que aconteceu.

Ainda na primeira volta, o alemão da Porsche precisou ir aos boxes após ter seu bico quebrado em entrevero ocorrido entre Edoardo Mortara e Sébastien Buemi. No fundo do pelotão, Pascal aproveitou o caos proporcionado pelo acidente de Bird e ainda escalou o grid para chegar em sétimo. Longe do necessário para buscar o título, mas, ainda assim, uma limitação de danos fundamental para seguir na briga.

A Fórmula E retorna já neste domingo, com o TL3 de Roma previsto para as 2h55 (horário de Brasília), classificação às 5h20 e corrida 2 a partir das 9h30. O GRANDE PRÊMIO, emissora oficial da categoria no Brasil, transmite todas as atividades AO VIVO e COM IMAGENS no YouTube e no Kwai.