Di Grassi diz que "não podia esperar" reformulação na Mahindra: "Muito lento"

Contratado pela Abt Cupra na Fórmula E, Lucas Di Grassi detalhou processo de saída da Mahindra e admitiu que não tinha tempo para esperar o projeto de reformulação da equipe

A parceria entre Lucas Di Grassi e Mahindra durou apenas um ano na Fórmula E, e ambos já possuem novos caminhos delineados para o futuro: enquanto o brasileiro fechou com a Abt Cupra, ao lado de Nico Müller, o time indiano anunciou Edoardo Mortara e Nyck de Vries para 2024. Apesar de ter sua saída anunciada apenas na última semana, o brasileiro já buscava novos ares na categoria há alguns meses. E o processo de reformulação pelo qual passa a equipe indiana teve um papel importante nisso.

Ex-CEO, chefe e rosto da equipe em seus primeiros anos, o indiano Gilbagh Gill deixou o posto em setembro de 2022, pouco menos de três meses antes da chegada do novo dirigente: Frédéric Bertrand, que permanece no posto até hoje. No entanto, o francês era diretor da Fórmula E junto à FIA, e ainda precisava aprender sobre a nova função antes de começar a tomar decisões profundas. E Di Grassi simplesmente não podia esperar.

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"Diria que, na metade da temporada, começamos a conversar um pouco [sobre o futuro]", admitiu Di Grassi ao portal inglês The Race. "As mudanças que eu gostaria que acontecessem na Mahindra não aconteceram devido à saída do Dilbagh [Gill, ex-chefe]. Então, Fred [Bertrand] entrou em uma posição em que ele ainda precisava aprender", pontuou o brasileiro.

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No único ponto alto da Mahindra em 2023, Di Grassi foi ao pódio na estreia do campeonato (Foto: Fórmula E)

"O processo era muito lento. E isso não é culpa de ninguém, mas não tivemos um CEO na Mahindra por quatro meses [de agosto a dezembro], em um período crítico", afirmou. "Fred não era um chefe de equipe, ele veio da FIA. Então, precisava de tempo para entender as coisas e, então, tomar decisões. Era apenas muito lento", admitiu.

Ainda durante a temporada, a Mahindra sofreu com a perda de Oliver Rowland, que deixou a equipe logo após o eP de Mônaco. Pensando em permanecer na Fórmula E em 2024, o britânico já previa que a série de resultados ruins seguiria até o fim do ano, o que o prejudicaria na busca por uma vaga no grid da próxima temporada.

O plano deu certo, e Rowland foi anunciado pela Nissan para o ano que vem. Piloto mais velho do grid após a saída de André Lotterer, Di Grassi disse que as questões internas durante o processo de reestruturação incomodaram o inglês. Sem apontar culpados pelo rendimento ruim do carro, o brasileiro admitiu que não teria tempo para aguardar até o fim da reformulação.

Para o ano que vem, Di Grassi confirmou seu retorno à Abt (Foto: Abt Cupra)

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"Rowland foi embora na metade da temporada por causa de alguns desses problemas. Ele não estava feliz com isso", revelou. "É claro, muitas coisas na Mahindra poderiam ter sido feitas de uma maneira melhor", reconheceu.

"[A saída] não aconteceu por causa de decisões erradas de outras pessoas. Pelo contrário: acho que Fred está tentando fazer o melhor trabalho possível, mas é algo que vai levar mais tempo do que posso esperar", explicou.

Por fim, Lucas elogiou a reedição da parceria com a Abt, com a qual foi campeão da Fórmula E 2016/2017 em conjunto com a Audi. Segundo ele, a força operacional da equipe o permite pensar em resultados grandes, desde que tenha o equipamento certo em mãos.

"Acho que Abt é, se não a mais forte, uma das equipes mais fortes em termos operacionais", elogiou. "Se tiverem o equipamento certo, podem vencer campeonatos. Então, em termos de resultados e pura performance, retornar foi a melhor decisão", finalizou.